Guilherme deixou passar um sinal de comoção em seu rosto sombrio. Eu o entendia demais. Uma pessoa que vivia em meio à falta de amor precisava de carinho, e também estava disposta a dar carinho aos outros.
As palavras de Lúcia tocaram no ponto fraco dele. Ele era solitário desde pequeno, e por mais que o vovô o mimava, não era possível preencher o vazio de coração.
A amizade de Felipe, a dependência de Lúcia, era o que ele queria.
Às vezes, ser precisado, também era uma forma de amor.
Eu fiquei de lado em silêncio, observando o carinho que ele tentava conter, a comoção em seu olhar, e eu soube, todo o meu esforço foi em vão.
Voltando do cemitério para o centro, nós nos mantivemos em silêncio o caminho todo. Parecia ter ligado o modo silencioso dentro do carro além dos soluços de Lúcia.
Num cruzamento, eu falei indiferentemente:
- Pode me deixar na próxima esquina, eu volto sozinha daqui a pouco!
- Onde vai? - perguntou Guilherme franzindo o cenho.
Eu forcei um sorriso aparentemente carinhoso e falei:
- Vou dar uma volta por aí, Esther quer comer manga, vou levar um pouco para ela.
- Eu vou com você.
- Não precisa!
Eu percebi que minhas emoções estavam descontroladas, então abaixei o tom e disse:
- Pode me deixar aqui, é perto do hospital e não vou me perder. Você pode ir levar a Srta. Lúcia para a casa primeiro, e depois... Venha me procurar.
Ele apertou os lábios e hesitou por um instante antes de concordar, me fazendo suspirar de alívio.
Descendo do carro, eu me despedi deles com o sorriso terno, como se tudo estivesse normal.
Vendo o seu carro se afastar, eu comecei a sentir tontura e meu peito começou a doer como se estivesse sendo dilacerado.
Coloquei a mão no bolso querendo pegar o celular para ligar ao John, mas percebi que ele tinha sido jogado na água ontem.
Seguindo na calçada, eu andei oscilante.
O sol estava forte no céu, mas eu sentia frio me congelando por dentro. Fiquei sem forças depois de alguns passos, e acabei me sentando na beira da calçada, enterrando a cabeça nas pernas.
As lágrimas desciam pelo meu rosto incontrolavelmente. Eu era fraca, não era nada demais, mas eu estava tendo uma reação grande dessas.
O sol estava me deixando tonta, e olhando para John em minha frente, achei que era ilusão da minha cabeça, e falei:
- John, sinto algo entupido no peito.
- O que aconteceu? Você vai passar mal se continuar debaixo desse sol! - ele me disse em voz alta, me puxando para dentro do carro.
Envolta pelo ar condicionado do carro, eu voltei a mim mesma, olhando ao redor.
- O que você está fazendo aqui?
Ele puxou uns lenços de papel úmido para mim e disse:
- Vim ver Esther, e te vi aqui morrendo debaixo do sol, limpe o rosto!
Peguei os lenços e limpei a cara, ficando mais consciente. Só então reparei na pessoa que estava ao lado da direção.
- Sr. Enzo também está aqui?
- Passei por acaso. - Enzo disse me olhando de cabeça torta. - O que aconteceu para você estar chorando no meio da rua de barrigona?
Eu apertei os lábios e mudei de assunto, olhando para John:
- John, vamos ver Esther depois, me leve a um lugar primeiro!
- Aonde?
- Comprar celular, o meu quebrou!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Labirinto de Amor
que livro horrível, terror macabro, tive pesadelo vou excluir...
Realmente muita confusa...
Eu fiquei tipo??? essa mulher é trouxa só pode. Bom não é meu tipo de historia.....
Você começa a ler empolgado, mas dps fica tipo, não aguento maisss. Kkkkk, confuso d+...
É um livro, que no começo é muito bom, mas depois se perde. É como se pegassem vários livros, mostrassem tudo e desse essa história. Acaba ficando muito, mas muito chata....