Como ela pôde mudar dessa forma?
Após uma pausa, peguei o celular e fui logo discando 190. A ligação foi completada e eu fui direta:
- Olá, eu gostaria de denunciar um caso de violência doméstica. A situação está bem complicada.
Desliguei após informar o endereço. Nuno estava com a cara fechada e irritada: - O que está inventando? Acha que não tenho coragem de acertar a mão em você?
Aquela não era a reação de uma pessoa normal. Olhei para Liz e notei que, após um breve momento de choque, ela se acalmou novamente, como se tivesse se acostumado com Nuno. Caminhei até ela e estendi a mão:
- Quanto tempo. Quer que eu a leve ao hospital?
Ela se voltou para Nuno com os olhos trêmulos, balançou a cabeça timidamente, olhou para mim e sorriu: - Não precisa. Estou bem, obrigada.
Nuno riu com a mão no bolso. Não tinha o menor receio de ser denunciado; muito pelo contrário, parecia transbordar confiança.
A polícia não demorou muito a chegar, se inteirou da situação e o levou embora. Como era preciso apresentar provas, pedi a Simão Yepes que pegasse o vídeo das câmeras de segurança com o proprietário do restaurante.
Liz também foi levada para depor. Eu, que fiz a ligação, fiquei sem poder sair por um tempo também.
Gravei também meu depoimento e saí da delegacia. Já era um pouco tarde, e eu não teria tempo para descansar.
Nuno ficou detido por lesão corporal dolosa. Saindo da delegacia, Liz ficou em silêncio; nem ela abria a boca, e nem eu sabia como abordá-la. Mas eu não podia deixar as coisas ficarem por isso mesmo. Fui até ela:
- Eu posso não estar sabendo o que aconteceu nos últimos seis meses, mas conte comigo. Aqui está o meu telefone. Vou fazer o possível para ajudar.
Já são dois anos trabalhando juntas, afinal. Eu não me sentiria bem em simplesmente ignorar o problema.
Atordoada, ela me encarou com aqueles olhos sofridos pela vida, em lágrimas:
- Diretora Sanches, me desculpe.
- Está tudo bem. Agora acabou. Qualquer problema, me ligue - eu disse, após um suspiro.
Como eu havia mudado o telefone desde os últimos seis meses, deixei com ela o novo número. Então chamei um táxi para levá-la. Simão olhou para mim e apertou os lábios:
- Acredito que ela vá procurar você em breve.
- Ela não era assim antes! - retruquei. O casamento fez isso com ela.
Já estava meio tarde. Quando Simão e eu chegamos embaixo do prédio da Honra, o presidente Pedro Mendes já estava nos esperando. Ao ver-nos, ele sorriu e cumprimentou:
- Vocês dois andam trabalhando bastante. Vocês almoçaram?
Simão assentiu com a cabeça. Os dois trocaram amenidades e meias palavras no caminho até a sala de reuniões.
Depois que toda a alta direção chegou, Simão olhou para mim:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Labirinto de Amor
que livro horrível, terror macabro, tive pesadelo vou excluir...
Realmente muita confusa...
Eu fiquei tipo??? essa mulher é trouxa só pode. Bom não é meu tipo de historia.....
Você começa a ler empolgado, mas dps fica tipo, não aguento maisss. Kkkkk, confuso d+...
É um livro, que no começo é muito bom, mas depois se perde. É como se pegassem vários livros, mostrassem tudo e desse essa história. Acaba ficando muito, mas muito chata....