Assim que levaram Simão, Guilherme olhou para mim com frieza. Era nítida a raiva em seu rosto. Pelo visto, a culpa era minha.
- O que eu podia fazer? Ele bebeu demais- falei, sem muita convicção.
Ele torceu os lábios e apertou os olhos negros: - E daí?
Fiquei surpresa: "E daí?" Como assim, "E daí?"
Parei para pensar, e então disse:
- Não tenho nada com ele. Ele fez isso porque bebeu demais. Aliás, encontrei Liz agora no restaurante. Ela está de dar dó. É coisa sua?
Ele enrugou a testa, e sua voz trazia um claro tom de aborrecimento:
- Kaira, você está desviando o assunto!
Eu... Bem, eu estava mesmo.
Olhando para ele de olhos bem abertos, apertei os lábios, sem pretender dizer mais nada.
Ele ficou ainda mais irritado em me ver assim:
- Você não vai se explicar?
- Eu expliquei, mas você não ouviu!
- Pois você...
Ao vê-lo prestes a cuspir sangue de raiva, por um instante eu até o achei um pouco fofo.
Continuei: - Que tal assim: você acabou de bater em Simão, não foi? Que tal bater em mim também, para descarregar ainda melhor a raiva? - foi o melhor que consegui pensar.
Ele não sabia se ria ou se chorava, e apenas respondeu, seco:
- Ainda quero matar você!
Olhando para mim com frieza, ele se virou e saiu.
Aquela era uma grande avenida, e desde o início o movimento já era grande. A pancadaria já devia ter ganhado a internet há muito tempo, e a expectativa era de que aparecessem novos problemas.
Fui dando passinhos atrás dele, que entrou no carro, ainda na maior frieza. Estiquei a mão para abrir a porta do passageiro, mas não consegui. O carro era alto, e eu precisei ficar na ponta dos pés para vê-lo:
- O que está fazendo, Guilherme?
- Indo embora.
E, com essas palavras frias, lá se foram homem e veículo.
Fiquei parada, aturdida. Demorei a me recompor. Mandou bem!
Não era difícil pegar táxi no centro da cidade, mas eu bati a mão várias vezes e estavam todos cheios. Depois de um tempo, um Cadillac preto parou na minha frente. O vidro desceu, revelando o rosto sempre sério do Sr. Caio.
- Madame, o Sr. Guilherme me pediu que a levasse.
Torci os lábios. Acho que era a primeira vez que ele me chamava de madame. Até então, sempre me chamava de Srta. Sanches, e eu achei aquilo estranho. Entretanto, irritada, ainda me dei ao trabalho de retrucar:
- Por que ele simplesmente não me deixou congelar no meio da rua?
O Sr. Caio apenas respondeu:
- Madame, a temperatura à noite aqui na Cidade do Rio noturna só chega até uns 7 a 8°C. Não dá para congelar até a morte, no máximo vai pegar um resfriado.
Filho da mãe!
- Dá para morrer se pegar um resfriado?
Nunca vi um homem tão direto em minha vida. Ele balançou a cabeça, e após uma pausa:
- A probabilidade de morrer por causa de um resfriado não é muito alta, a não ser que a pessoa já esteja com outras infecções.
Que piada!
Calada, abri a porta e entrei no carro:
- Eu agradeço. Pode me levar de volta.
Ele assentiu com a cabeça, o rosto inabalado.
Quando o carro já estava chegando à Villa, não resisti e perguntei:
- Sr. Caio, você tem namorada?
- Não tenho namorada, madame.
Eu balancei a cabeça e disse:
- Bem, se tivesse, uma hora dessas ela estaria furiosa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Labirinto de Amor
que livro horrível, terror macabro, tive pesadelo vou excluir...
Realmente muita confusa...
Eu fiquei tipo??? essa mulher é trouxa só pode. Bom não é meu tipo de historia.....
Você começa a ler empolgado, mas dps fica tipo, não aguento maisss. Kkkkk, confuso d+...
É um livro, que no começo é muito bom, mas depois se perde. É como se pegassem vários livros, mostrassem tudo e desse essa história. Acaba ficando muito, mas muito chata....