O Labirinto de Amor romance Capítulo 23

- Guilherme! - o chamei, ao mesmo tempo corri a vista pela mesa e percebi que tinha várias garrafas de uísque. Como ele conseguiu tragar tudo isso, desse jeito mesmo um estômago bom não aguentaria!

Ouvindo a minha voz, os cílios escuros e longos dele se mexeram, e com os olhos semicerrados, ele me olhou com frieza e indiferença.

Não sei se foi porque eu havia perturbado o sono dele e o ambiente que antes parecia pacífico, logo apareceu uma corrente de ar gelado, e quando ele me olhou, puro ódio surgia nos olhos dele.

Os lábios finos dele se abriram, e em uma voz baixa e feroz falou:

- Saia daqui!

Ciente de que ele não esperava a minha presença, suspirei, e me aproximei dele. De modo suave, falei:

- Guilherme, você bebeu demais, vamos pra casa!

Ele semicerrou os olhos, curvou os lábios, e num tom sarcástico retrucou:

- Casa? - falou com desdém:

- Aquilo pode ser chamado de casa?

Apertei meu cenho, com a gravidez, eu me irritava com mais facilidade. Se fosse antes, com certeza iria me render aos insultos dele, mas nesse momento, acentuei meu tom e indaguei:

- Se não for casa então o que é? Guilherme, se você não quer me ver, posso ligar para Lúcia e pedir a ela vir te buscar. O bar ainda está aberto e Esther tem que fazer negócios. Dinheiro é o que não falta para um patrão como você, mas não atrapalhe o trabalho dela!

Ele me agarrou de impulso, e quase no mesmo instante me colocou no colo dele, envolveu as mãos na minha cintura, logo enfiou os dedos pelo meu decote com rudez, sem nenhuma ternura, e falou com crueldade:

- Qualquer lugar que tenha você, não se pode considerar lar, apenas ... motel!

Finalizando as palavras, ele me agarrou com as mãos, sem piedade.

Franzi a testa de tanta dor, e no mesmo instante, minha raiva aumentava. Tirei as mãos dele, argumentei furiosamente:

- Se é apenas motel, então não precisa voltar mais. Assine logo os documentos do divórcio, assim não teremos mais relação nenhuma, dessa forma nenhum de nós poderá mais se intrometer na vida do outro.

De repente, ele mordeu o meu ombro e minhas lágrimas quase caíram ao sentir a dor.

- O que foi? Com dinheiro, moradia e ações nas mãos, já quer se livrar de mim? - Prendendo-me com firmeza, ele deu um riso sarcástico:

- Kaira, o seu amor não tem o mínimo valor e você já está pronta para retirá-lo?

Reparando como ele estava, embriagado, minha cabeça começou a arder. Por que estou discutindo com um bêbado?

Recuperando-me da raiva, suavizei meu tom, segurei o rosto dele e falei:

- Guilherme, já está ficando tarde, vamos voltar, está bem?

Ele ficou quieto, fechou os olhos e se encostou no sofá, mas continuava me segurando.

Como não conseguia assimilar o que ele desejava, refleti um pouco e falei:

- Se você não quiser voltar comigo, posso pedir para Lúcia vir te buscar, pode ser?

De qualquer forma, ele não queria voltar para a mansão e suponho que ele ficaria com Lúcia durante esse período. Mas se deixasse ele aqui, prejudicaria os negócios de Esther, então tirei o celular da minha bolsa, e estava pronta para ligar para Lúcia.

No entanto, nem tinha conseguido completar a ligação, e o telefone foi tirado da minha mão de forma brusca.

E logo foi atirado para longe fazendo um barulho estrondoso.

Fiquei chocada, me virei e encarei Guilherme, sentindo que já estava chegando aos meus limites, perguntei:

- Guilherme, afinal, o que você quer?

Não quis ir comigo, não quis que alguém o buscasse, pretendia morrer sozinho aqui?

- Pra casa! - , ele cuspiu essas duas palavras, me segurou em seus braços e, cambaleando sem parar, ele seguiu para fora.

Eu estava aterrorizada porque um bebê estava no meu ventre, se ele me derrubar, me arrependeria para sempre.

Agarrei-me a ele com toda força, tomei cuidado com as palavras utilizadas e de forma suave, falei:

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Labirinto de Amor