O Labirinto de Amor romance Capítulo 276

- Kaira! - ele ficou zangado, puxando a minha mão com uma força gigantesca. - Mencionando o divórcio repetidamente, você considera o casamento uma brincadeira?

- É uma brincadeira mesmo! Guilherme, para mim o casamento é uma piada de fato. Então, quando é que você planeja divorciar-se comigo?

Ele semicerrou os olhos ligeiramente, escurecendo o olhar. Após muito tempo, ele usou toda a força para abrir a porta do carro e me jogou para dentro quase violentamente.

Eu nem tinha força para resistir. Antes de conseguir endireitar o corpo, ele já tinha acionado o carro.

O carro se precipitou na rua a plena velocidade, passando em inúmeros sinais vermelhos e chegou à mansão em breve.

Quando eu ainda não me recuperava, ele me carregou do carro. Eu não parei de chutar os pés:

- Guilherme, você está louco!

Ele me puxou do carro sem palavras. De cabeça para baixo, eu estava tonta com esses solavancos.

Depois, eu fui jogada na cama do quarto e ele tirou o casaco antes de eu me levantar.

- Guilherme, que canalha é você! - Com a fúria acumulada no coração, eu mordi no ombro dele abruptamente e só parei até que senti o sabor de sangue na boca.

Eu não tinha nenhum jeito para ele.

Deixando de relutar, eu fixei o olhar nele sem me mexer, meio desesperada por não conseguir me divorciar nem me livrar dele.

Parece que ele observou a minha desistência. Parado o movimento, ele pregou os olhos escuros em mim, se entreolhando comigo.

Ele comprimiu os lábios e me disparou um olhar um pouco frio:

- Me odeia?

Eu fechei a boca, sem vontade de conversar com ele.

- Kaira, não me odeie. Somos casal em vez de inimigos. Não devemos ficar assim. - Ele falou em voz grossa, respirando pesadamente.

Eu aguentava a dor com os dentes cerrados e lábios comprimidos.

Ele finalmente parou o movimento após muito tempo e me abraçou por trás:

- Volte a morar aqui, tá bom?

A voz dele estava meio cansada.

Eu optei por manter silenciosa por não desejar falar com ele. Logo depois, John me ligou.

Eu atendi:

- Estou em Villa Fidalga!

John me entendeu quase imediatamente e disse após uma breve pausa:

- Nana chora muito. Eu vou niná-la primeiro.

Eu retornei com um OK. Ele disse:

- Bom descanso!

Depois de cortar a chamada, Guilherme me pegou ao colo:

- Nana?

- Guilherme, eu estou muito cansada. Vamo-nos separar! - eu abri a boca em voz extremamente calma. - Eu admito que te amo e me importo muito contigo, mas isso não representa que estou disposta a enrolar com você  assim para sempre. Eu não vou te culpar por destruir toda a minha esperança para o casamento, pois eu também não me comportei bem. Portanto, esse sofrimento é justo para ambos nós.

Eu senti que o corpo dele virou um pouco rígido e acrescentei antes de ele falar:

- Quando eu me casei com você, pensava que você era bom em todos os aspetos, era príncipe-azul de todas as mulheres e era uma sorte que eu pudesse virar a sua esposa, de maneira que eu valorizava muito o nosso amor. Não importa o que aconteceu entre você e Lúcia naquele ano, eu podia aceitar tudo. Na minha opinião, assim que eu ficasse ao seu lado por muito tempo, você enxergaria a minha bondade e não iria me tratar de tal modo. Mas já passaram 3 anos.

- É verdade que você jamais está indiferente comigo. Mas Guilherme, vamos pensar minuciosamente. Embora você não me desconsidere, a sua maneira de me tratar é mais terrível do que me desconsiderar. Eu estou realmente cansada. Quando eu recordo você, penso sempre em fugir. O meu ínfimo amor por você é longe de ser suficiente para me sustentar. Por isso, me desculpe.

A indiferença estava espalhando no ar. Ele não falou nada, restando apenas um silêncio infinito.

Ele só abriu a boca após muito tempo, em voz baixa e reprimida:

- O que é que você deseja que eu faça para ficar aqui?

Em meio a confusão, eu não sabia como dizer de repente.

Perante o meu silêncio, ele puxou o meu corpo para que eu encarasse com ele:

- Kaira, eu estou cuidando desse matrimónio com imenso esforço. Diga-me, o que é que você quer?

Entreolhando, eu estava meio cansada e fechei os olhos, sem vontade de falar mais.

Sim, parece que o problema é de mim. Com confusão espiritual, eu não tinha como lhe contar o que me aconteceu. Mas ficamos sempre exaustos por conta de uma pequena coisa.

Eu sei que o divórcio não é uma solução, mas realmente não tenho ideia de outros jeitos.

- Guilherme, eu...

- Eu sei. Qualquer coisa que você quiser fazer, é só me dizer. Pode continuar cuidando dos assuntos da Família Yepes, mas não fique presa neles. Quanto ao resto, você pode fazer a qualquer maneira que quiser. Kaira, permaneça aqui e vamos levar uma vida tranquila, tá bom?

Eu nunca sabia que ele pudesse falar comigo tão pacificamente com um tom suplicante.

Parece que nós pensamos de forma diferente desde o início. Eu queria escapar e ele, somente pretendia resolver o problema.

Com imensa angústia, eu mantinha de boca e olhos fechados. Não dormi bem nessa noite, talvez por causa de ter algo para pensar, talvez por causa da minha própria confusão.

No dia seguinte!

Eu acordei naturalmente. Abrindo os olhos, descobri mais tarde que Guilherme estava me olhando, sorridente.

Eu fiquei surpresa:

- O que aconteceu?

Ele abaixou os olhos, me dando uma olhada escurecida:

- Estava ávida?

Se viu uma confusão no meu rosto.

De repente, recordei que eu tomei o remédio chinês ontem à noite, que parecia ter a ver com isso.

Após uma pausa, eu me levantei e entrei no banheiro. A médica disse poder fazer massagem propriamente, além de tomar os remédios. Por isso, decidi tentar espremer os seios para ver se tem como produzir leite.

Eu usei o chuveiro para limpar a pele e comecei a tentativa. Apesar de tentar várias vezes, me doeu muito e não resultou nada por causa de falta de experiência.

Quando Guilherme entrou, por acaso eu estava um pouco colapsada devido a esse fracasso. Apanhei um grande susto pela entrada repentina dele e quase caí no chão.

Ao ver o meu movimento estranho, ele ficou confuso por alguns segundos e franziu as sobrancelhas:

- O que está fazendo?

Eu não sabia como dizer...

Poderia dizer a ele que estou restaurando o leite materno?

Eu puxei uma toalha para cobrir o corpo e disse a ele:

- Nada especial. Estou tomando duche.

É uma desculpa...de porcaria!

Claro que Guilherme não ia acreditar. Ele bloqueou o meu caminho e me disparou um olhar tranquilo:

- Você que diz, ou eu pergunto a John?

Eu fiquei sem jeito.

- Nana é criança de Esther. Como é bebé prematuro e não tem leite materno para beber, ela está débil, por isso… - eu acabei as palavras rapidamente. E o resto, mesmo um tolo entenderia.

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