O Labirinto de Amor romance Capítulo 277

Comprimindo a boca, ele tinha uma expressão meio embaraçada:

- Então, você pretende usar o seu?

- O que ainda precisa ser feito? - ele suspirou um pouco resignadamente.

- Sim! - Eu disse a ele diretamente, uma vez que sou adulta e já pari filho. - Quando o bebé saiu do corpo no processo de parto natural, eu tinha leite originalmente. Mais tarde, com a morte do bebé, não houve a estimulação infantil nem a secreção de prolactina, naturalmente parei de produzir leite.

Ele franziu a testa:

- Por isso, você está tentando sozinha? - ele parecia um pouco descontente. - O que comeu ontem à noite?

Eu admiti honestamente:

- Remédio chinês que ajuda a restaurar o leite.

- A médica disse que pode fazer massagem, colaborando com outras medidas... - comprimindo a boca, eu engoli as palavras seguintes.

- Fazer massagem e outras medidas? - ele zombou de repente. - Massagear por si própria? E como se toma essas outras medidas? - as palavras dele estavam cheias de sarcasmo.

Eu fechei a boca para reprimir a raiva:

- Guilherme, é engraçado dizer isso?

Ele se calou, sem dizer mais.

Eu voltei a dizer após bastante tempo:

- Como o bebé é prematuro, vulnerável e sem leite materno, ainda parece recém-nascido, apesar de já ter 3 meses de idade. Guilherme, eu sou órfã e é minha sorte que a avó me criou. Agora, ambas a avó e Esther já faleceram. Ela me deixou essa criança e o que eu vou fazer é tentar o máximo para a proteger.

Eu não tenho ideia de como amar alguém, nem de aceitar o amor alheio, mas eu sei que existe um conceito, que se chama “seja bem”. 

Só por causa de amor que a pessoa vai pensar sempre no lugar da outra parte. No caso dessa criança, é exatamente assim. Eu vou fazer tudo o que eu consigo, lhe dando todo o meu amor. 

Guilherme fixou o olhar profundo e complicado em mim:

- E eu? Para você, será que eu nem sou uma pessoa importante? O que Simão te deixou é uma saudade, e eu? Sou um marido dispensável?

Na verdade, eu sabia claramente o que Guilherme queria. Ele esperava que eu precisasse dele e se importasse com ele.

Em comparação com a iluminação escurecida no quarto, os olhos dele estavam particularmente brilhantes. Ao entreolhar, eu não tinha como responder por enquanto.

Ele me soltou após bastante tempo e recuou dois passos de maneira meio derrotada. Curvando os lábio, ele zombou de si mesmo.

- Kaira, você é legal. - Ao ver o homem retirar-se, eu o impedi.

Com uma sensação indizível, eu fiz esse gesto quase inconscientemente:

- Eu desejo mais colocar você no primeiro lugar do que qualquer pessoa, mas eu temo mais que você me abandone, num dia que eu já não puder ficar sem você.

Ele virou a cabeça para mim, disparando um olhar profundo:

- Por isso, você ignorou todo o meu sentimento? Você colocou todos no coração, menos eu?

Eu sacudi a cabeça, um pouco triste perante o olhar dele:

- Não, eu não queria te machucar. Só que me sinto muito insegura. Eu temo que você me deixe, que você não me queira mais!

Com o corpo ligeiramente rígido, ele estava confuso por algum momento e me abraçou resignadamente:

- Que tonta!

Eu mantinha deitada no peito dele por um tempinho, ouvindo a voz baixa dele:

- Seja como nós brigarmos no futuro, não podemos propor o divórcio simplesmente. Kaira, eu não vou deixar você ir, nem divorciar com você.

Eu não disse mais. Eu sou tão estúpida que não sei como cuidar bem desse casamento.

...

No final no ano, a maioria das empresas já começou as férias anuais. Guilherme também estava disponível.

Joana não ia passar o ano novo com a gente, restando apenas eu e Guilherme.

Eu levei Guilherme para o Apartamento Prudente. Como Enzo ainda estava trabalhando na empresa, ficou para John a tarefa de tomar conta de Nana.

Ao abrir a porta e ver Guilherme e eu, ele foi pegado de surpresa e logo voltou a ser tranquilo:

- Nana acabou de adormecer.

Eu acenei a cabeça e entrei:

- Ela esteve bem ontem à noite?

- Sim, bastante bem! - enquanto falava, ele pausou o olhar em Guilherme mas o desviou logo.

Recordando a história dele na universidade, eu passei a falar com Guilherme:

- Ele é John, meu colega na universidade, que você deve conhecer.

John me disparou um olhar chateado e sorriu de maneira embaraçada:

- Presidente Aguiar, prazer!

Guilherme respondeu:

- Prazer!

Por causa da postura gélida e afastadora de Guilherme, John foi ver Nana logo que o saudou.

Eu levei Guilherme para o quarto de Nana. A menina, que acabou de comer leite em pó, estava dormindo.

Com o foco centrado no bebé, Guilherme estendeu a mão para o tocar, mas retirou a mão por fim.

Provavelmente todos os homens são assim sem jeito ao enfrentar um bebé recém-nascido.

John colocou as roupas trocadas de Nana na máquina de lavar e me disse:

- Ainda vai tomar o remédio hoje?

Meio envergonhada, eu pausei o olhar na figura magrinha de Nana e acenei a cabeça:

- Sim!

Ele deu uma olhada em Guilherme, que estava completamente concentrado no bebé. Erguendo as sobrancelhas, ele saiu do quarto.

Só eu e Guilherme estávamos no quarto. O homem, muito atencioso ao observar o bebé, me disse após muito tempo:

- É filha de Vinícius?

Apanhei um susto por essa pergunta inesperada e sacudi a cabeça apressadamente:

- Não...

Deparando com o olhar profundo dele, eu abaixei a cabeça, sem revelar as palavras seguintes.

- Vinícius sabe? - ele continuou perguntando, pausando o dedo longo no rosto de Nana levemente.

- Não! - Provavelmente ele já sabia tudo. Seria meio teimosa se eu continuasse a ocultar a verdade.

Ele acenou a cabeça, curvando o canto de lábios enquanto observava o bebé:

- Peça ao John para preparar um pouco. Vamos levá-la ao cartório para fazer o registro e depois, levá-la à Família Aguiar para todos os membros verem, aproveitando o ano novo.

Eu não percebi a intenção dele por um momento. Ao ver-me distraída, ele comprimiu os lábios:

- Qual é o problema?

Eu abanei a cabeça:

- Não! - Senti um calor no coração.

Eu disse a ele depois de hesitar um pouco:

- Guilherme, obrigada! - É o meu dever cuidar de Nana, mas parece que ele já pensou tudo no meu lugar, considerando Nana como a criança dele.

John me passou o remédio pronto, que é uma tigela de líquido preto. Eu me sentia mal no estômago ao vê-lo, mas tinha que beber, enfim.

Eu acabei tudo apertando o nariz. John me deu um bombom:

- A médica disse fazer massagem para reforçar o efeito do remédio e é necessário deixar um adulto tentar.

Ele estava relatando essa coisa originalmente, mas achou inadequado ao falar. Olhando Guilherme, ele se calou e foi embora.

Guilherme pregou os olhos em mim, comprimindo os lábios:

- Qualquer remédio tem veneno e faz mal à saúde.

Eu acenei a cabeça e pausei o olhar em Nana:

- Quero ir ao hospital mais tarde.

- Eu te acompanho! - ele disse.

Quando eu estava para recusar, Nana chorou de repente, sem motivo.

Eu não sabia como confortar um bebé, nem me atrevia a abraçá-la, de maneira que fiquei ansiosa a procurar John afora.

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