O Labirinto de Amor romance Capítulo 282

- Guilherme, venha me ver, não sei porque minha mãe quer que eu fique no hospital o tempo todo, porque ela não quer me levar de volta para viver no Balcone Restrô. Guilherme, será que ela não me quer mais?

Agatha não queria que Lúcia voltasse a viver em Balcone Restrô? Por quê?

- Srta. Lúcia, um conselho para você, é mais confiável você ligar para o Sr. Pietro para tratar este tipo de coisa, Guilherme está agora na cozinha, cozinhando para mim e a nossa filha, ele provavelmente não tem tempo para se preocupar com seus problemas.

Ao som da minha voz, Lúcia ficou de mau humor:

- Quem lhe disse para atender o telefone de Guilherme? Kaira, sua mãe nunca te deu educação?

Merda, faz quanto tempo que essa mulher não escova os dentes? Que boca suja.

- Como não posso atender o telefone do meu marido? Srta. Lúcia, você realmente acha que Guilherme é seu irmão? Se não tiver mais o que fazer, raciocine um pouco e procure o motivo de até seus pais te detestarem, não venha assediar a família de outras pessoas, isso te faz parecer muito vagabunda!

- Kaira, você...

Desliguei o telefone imediatamente, de qualquer forma, as palavras que se seguiram com certeza foram xingamentos, então foi melhor não as escutar.

Depois de desligar, eu joguei o celular de lado. De repente, meu corpo foi abraçado por trás com força.

A voz baixa de Guilherme ecoou:

- Diga de novo.

Ele ainda tinha cheiro de fumaça da cozinha, mas isso não afetou sua bela elegância, então eu não pude deixar de dizer:

- O quê?

Sua voz repetiu:

- O que você acabou de me chamar?

Eu parei e falei subconscientemente:

- Marido?

Sua voz magnética saiu com um riso baixo, seu resto esfregou no meu rosto e me deu um beijo:

- Diga de novo?

Eu...

Empurrei ele para longe e disse, sem a menor graça:

- Lúcia pediu sua ajuda, você não pretende ir dar uma olhada?

Ele caminhou até mim e sorriu levemente:

- Você já não lhe disse para procurar o Pietro? Não seria redundante se eu for?

Revirei os olhos para ele e caminhei até o berço para ver a Nana.

- Agatha tem sido um pouco fria com a Lúcia ultimamente?

Lúcia não estava bem, e em vez de deixarem ela se tratar na capital, a mandaram de volta para Cidade de Rio, e agora não a deixam voltar para Balcone Restrô, por quê?

Talvez eu tenha pulado muito rápido no assunto, ele segurou sua testa e disse, de certa forma impotente:

- Isso é assunto de outra pessoa, desde quando você gosta tanto de se intrometer?

- Não é querer me intrometer, só estou curiosa! - Nana continuou agarrando minha mão, sua pequena boca se mexendo.

Parecia que ela estava com fome.

Guilherme não parecia estar tão preocupado com os assuntos de Lúcia, ele apenas disse:

- Seus assuntos estão sob o controle de Pietro, Nana está com fome, você quer comer primeiro ou amamentá-la primeiro?

Bobagem, claro que seria o aleitamento materno em primeiro lugar.

Olhando para ele, eu franzi o cenho:

- Você sai primeiro!

Ele levantou uma sobrancelha:

- Tem algum lugar no seu corpo que eu ainda não tenha visto?

- Você não se acha esquisito?

Ele justificou:

- Você é minha esposa, como isso é esquisito?

Que beleza!

Eu não esperava que Lúcia viesse sozinha para a Villa Fidalga, Nana já havia adormecido quando a campainha tocou.

Eu estava comendo, Guilherme levantou-se para abrir a porta. Seguiu-se um bom tempo de silêncio, e eu não pude deixar de olhar na sua direção.

Eu vi Lúcia de pé na porta, seu rosto abatido trazia um pouco de frieza.

Ela parecia estar ficando cada vez mais magra depois de alguns dias sem vê-la.

Eu não tinha a intenção de ir ver originalmente, mas afinal, esta é minha casa, pareceria um pouco inadequado se eu não me manifestasse.

Chegando na porta, ouvi a voz de Lúcia:

- Eu queria sair de suas vidas de forma limpa e definitiva, pelo menos em seu coração eu ainda posso ser aquela irmã mais nova em que você pensaria ocasionalmente, e não me tornar uma garota com a qual você se irrita sempre que a ver, mas eu não consigo, eu não consigo sair, eu não sei o que fazer daqui para frente, Guilherme, eu só podia procurar por você.

- Entre para falar! - Guilherme não falou, eu falei.

Guilherme se virou e me deu um olhar, depois se afastou de lado indiferente e a deixou entrar.

Lúcia não pareceu surpresa ao me ver, seu rosto escureceu ao olhar para Guilherme e continuou:

- Guilherme, se você não se importa comigo, eu só poderei escolher o caminho da morte.

Guilherme era uma pessoa fria, mas tinha responsabilidade por Lúcia. Olhando para ela, ele falou com a sua voz fria:

- O que você quer?

Aparentemente não esperando que ele fosse tão frio, Lúcia respirou, seu rosto um pouco pálido:

- Leve-me para ver minha mãe.

Eu fiquei mais surpresa que a Lúcia. Sua própria mãe, ela precisava que Guilherme a levasse para vê-la?

Guilherme parecia calmo, apenas respondeu:

- Ok! - e então olhou para ela com uma cara indiferente. - Pietro cuidará de você de da sua vida. De agora em diante, não venha mais aqui se não for necessário.

O rosto de Lúcia ficou bem pálido, seu olhar escondia dor, e depois de muito tempo, ela acenou com a cabeça e disse:

- Entendi.

Havia um claro traço de tremor em sua voz.

- É tarde, Kaira e eu temos algo para fazer depois, se você não tiver mais nada para dizer, então é melhor voltar! - disse Guilherme, e não houve emoção nestas palavras.

Era uma ordem de expulsão.

Eu pude entendê-lo, assim como Lúcia.

- Entendi! - ainda com uma palavra, ela se virou, seu olhar era triste e ridicularizado.

Ao vê-la sair da mansão, eu me vi como era antes.

- Guilherme, você é assim tão insensível com todas as mulheres?

Ele me olhou de volta:

- Não faria isso com você!

Eu não disse nada, mas ainda estava curiosa sobre a pergunta:

- Por que Lúcia precisa que você a leve para ver a Agatha?

O que aconteceu entre essa dupla de mãe e filha?

Os olhos de Guilherme escureceram e ele olhou para mim:

- Já pensou em encontrar seus pais verdadeiros?

Eu congelei por um momento:

- Como você conseguiu mudar de assunto tão rapidamente?

Ele estreitou suas sobrancelhas e não disse muito, apenas disse:

- Responda diretamente a minha pergunta.

Pensei por um momento e disse:

- Seria uma mentira dizer que não quero, mas já faz tantos anos que eu não saberia como conviver com eles mesmo que os visse novamente. Além do mais, na minha opinião, algumas perdas são eternas, e provavelmente eles não queiram me encontrar nunca mais quando me deixaram para trás, então, para ser impiedoso, não quero encontrá-los.

Ao ver que seu olhar parecia um pouco esquisito, não pude deixar de perguntar:

- Por que você está perguntando isso de repente?

Ele sacudiu a cabeça, apertando ligeiramente os lábios, olhou para mim e disse:

- Suba e troque de roupa, vamos sair daqui a pouco!

Pensando na mensagem que Enzo me enviou, não pude deixar de enrugar minhas sobrancelhas:

- Vamos mesmo jantar com a Agatha?

Ele acenou com a cabeça e fez um gesto para que eu fosse trocar de roupa.

Eu ia recusar, mas depois de pensar no assunto, deixei-o ir.

Fiz uma higiene básica, encontrei algumas roupas para trocar e me maquiei. Quando desci as escadas, vi que Guilherme já havia ajeitado a mamadeira e as fraldas de Nana.

Olhando para seus movimentos habilidosos, não pude deixar de dizer:

- Guilherme, você trocou as fraldas da Nana?

Ele assentiu, colocou a mamadeira no carrinho de bebê e olhou para mim:

- Vamos!

Que beleza!

Eu estou parecendo uma inútil.

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