O Labirinto de Amor romance Capítulo 354

Ao ver as duas pessoas se aproximando, as lágrimas de Sofia começaram a cair como se ela tivesse aberto uma torneira.

- Vini, eu só vim com Nana para pegar a sobremesa, a Srta. Kaira não me deixa tocar na criança, e ainda me bater, isso é muito injusto.

Eu apertei os lábios e olhei para ela indiferentemente, minha raiva não havia diminuído:

- Sofia, se você gosta de ser tão fingida, não me importo de te dar outro tapa. Além disso, não pense que você é ótima só porque tem um feto na barriga, se você gosta de provocar os outros, não me importo de fazer algo ruim a você.

Vinícius franziu o cenho, olhou para mim e disse:

- Vamos resolver as coisas civilizadamente.

As palavras não eram muito leves, e depois de terminar de falar isso, ele olhou para o Nana e perguntou:

- Nana, você quer comer mais alguma coisa?

Nana inclinou a cabeça para olhar para mim e olhou para Sofia que estava chorando, a pequenina foi rápida em dizer:

- Ela deixou a mamãe com raiva, por isso a mamãe bateu nela.

Vinícius parou por um momento, sorriu levemente e assentiu:

- Eu sabe, não culpo a sua mamãe.

Nana acenou com a cabeça, entregou a sobremesa ao Guilherme e disse toda meiga:

- Sr. Guilherme, vamos para casa, a mamãe não está de bom humor.

Os olhos de Guilherme estavam em mim o tempo todo, embora ele não tenha dito nada, seus olhos já tinham captado tudo em mim.

O foco principal do Vinícius era a Nana, não a Sofia. Ele esteve conversando com a Nana até chegarmos fora do restaurante.

Nós nos despedimos e entramos no carro, e Nana logo adormeceu.

Parado no cruzamento, Guilherme estendeu a mão e pegou a minha:

- Ainda está zangada?

Fiquei atordoada e dei de ombros:

- Já passou.

Ele sorriu:

- Então, o que a Sofia disse que te deixou com tanta raiva? - segurando a minha mão, ele continuou. - Doeu?

- Fui eu quem bateu na cara dela, por que isso me doeria? - eu peguei minha mão de volta, lembrando-me das palavras de Sofia, e não pude deixar de olhar de lado, subconscientemente para a parte inferior do corpo de Guilherme.

Meu olhar foi muito descarado, e ele estreitou ligeiramente os olhos, me perguntando com voz grave:

- O que há de errado?

Percebendo que meu olhar era inapropriado, eu desviei e disse depois de uma pensada:

- Você... Retirou?

Ele não pareceu entender. O sinal ficou verde e ele ligou o carro, apenas me dizendo um "O quê?" bem intrigado.

Quatro anos atrás, ele fez cirurgia contraceptivo masculino chamado método de barreira, que consistem na inserção de um dispositivo nos canais que circulam os espermatozoides, bloqueando a passagem dos espermatozoides sem impedir a ejaculação. Nestes quatro anos eu não estava perto dele, naturalmente não sabia de nada.

De acordo com a Sofia, talvez ele não tenha os removido ainda, daí os rumores.

- Retirou o quê? - ele olhou de lado para mim, um pouco confuso.

Eu abri minha boca, meu rosto um pouco quente:

- O dispositivo contraceptivo, você ainda... Não retirou?

Ele congelou por um momento e sorriu, um par de olhos escuros se virando para mim, e levantou uma sobrancelha:

- Eu ficaria feliz em ter filhos se você os quisesse.

Eu...

Apertei os lábios, então ele não tinha removido?

- Pode virar infértil se você o usar por muito tempo! - já se foram quatro anos, eu me pergunto se isso terá algum efeito colateral.

Ele sorriu levemente:

- Não se preocupe, seu marido está de boa saúde, se você quiser ter um bebê, eu posso te satisfazer com quantos você quiser.

Eu não continuei sendo delicada com ele e falei seriamente:

- Marque uma consulta amanhã para que o dispositivo seja removido.

Mesmo que não fiquemos juntos até o fim, não quero que ele fique sem filhos pelo resto de sua vida por minha causa.

Ele olhou para mim riu:

- Não há pressa sobre o bebê.

...

A questão da remoção do dispositivo não foi colocada na agenda porque Guilherme estava ocupado.

Mas eu não esperava ser a primeira a receber a notícia da morte de Jennifer.

Era um dia chuvoso do final de setembro, e eu raramente saía por causa dos preparativos para os exames.

Fiquei um pouco surpresa quando recebi uma mensagem de texto com apenas algumas palavras: "Ligue a TV e espere pela sua morte".

A mensagem parecia uma brincadeira sem sentido.

Eu franzi o cenho e desliguei o telefone, voltando à minha revisão.

Então veio uma chamada de Liz, seu tom era de culpa:

- Foi o Sr. Guilherme?

Eu franzi o cenho, que diabos significou esta frase inexplicável?

- O que houve?

Percebendo que eu parecia não saber o motivo, ela falou:

- Jennifer foi estuprada em sua própria casa por um grupo de homens, a polícia ainda está investigando, ouvi dizer que a morte foi muito feia.

Congelei por um momento, o livro em minha mão fechou involuntariamente e liguei a TV.

De fato, toda a mídia estava focada na morte de Jennifer.

- O Sr. Guilherme não está com você? - Liz falou do outro lado da linha.

Eu franzi a testa, lembrando suas palavras inicias, e não pude deixar de esfriar o meu tom:

- Guilherme não é desprezível a tal ponto.

Parecendo ouvir minhas palavras furiosas, ela abriu a boca apressadamente para pedir desculpas.

As pessoas mudam, ela tem estado imersa na sociedade por muitos anos e há muito tempo se tornou uma delas.

Desliguei o telefone e olhei a mensagem que tinha acabado de receber no meu telefone.

Liguei para aquele número e ele não foi atendido, mas depois de pensar sobre isso, liguei para Guilherme.

A chamada foi atendida e havia vozes ao fundo, aparentemente numa reunião:

- Kaira, o que houve?

Sua voz não era alta, mas quando ele abriu a boca, as vozes ao fundo desapareceram, ficando completamente silencioso.

- O que está acontecendo com Jennifer? - abri minha boca, sem querer questionar, mas percebendo que o tom estava errado, comecei novamente. - Acabei de receber uma mensagem muito suspeita.

- Não se preocupe com isso, ela desfez os contratos com o Grupo Nexia, tudo o que ela fizer posteriormente não tem nada a ver conosco, não pense muito sobre isso. - ele falou, sua voz era baixa e um pouco rouca.

Depois de uma pausa, assenti e desliguei o telefone, não tinha mais o que dizer.

Mas continuei achando estranho a mensagem que recebi, e depois de pensar sobre isso, eu liguei novamente.

Mas o telefone ainda estava desligado.

A campainha tocou, então eu me levantei, desci e abri a porta.

Era a Emma.

Logo após abrir a porta, antes que eu pudesse reagir, ela me deu uma tapa forte e em cheio.

Minha cabeça zumbiu e levei meio segundo para voltar à razão, sangue saindo do canto da minha boca.

Inclinando minha cabeça para olhar para ela, reprimi minha raiva e falei:

- A Sra. Emma sempre foi tão ousada? Você não precisa sequer de uma razão para bater em alguém?

Ela riu friamente, desdenhosa ao dizer:

- Uma razão? A morte de Jennifer é a razão. Kaira, pensei que você voltaria para viver em paz após quatro anos longe, mas te subestimei. Jennifer era apenas uma admiradora de Guilherme, você podia bater nela ou repreendê-la, por que escolheu fazê-la morrer tão miseravelmente?

Então, ela pensou que eu era responsável pela morte de Jennifer?

Eu estava quase querendo dar gargalhadas, olhando para ela, eu falei:

- Sra. Emma, você está esperando demais de mim. Se eu fosse realmente tão impiedosa, você não teria tido a chance de conseguir dar este tapa.

Ela não se importou:

- Não finja, Jennifer te caluniou e te humilhou, você guarda rancor e quer matá-la, e isso não é impossível. Tanto a força da família Sanches ou da família Baptista, seria muito fácil matar uma atriz silenciosamente. Kaira, você é mesmo cruel!

Parece que não adiantava explicar, até porque a sua intenção ao vir não era me questionar se fui eu quem matou Jennifer.

Para falar sem rodeios, ela não se importa com quem matou Jennifer, apenas decidiu que seria eu e que era eu, nada mudaria isso.

Eu não queria falar com ela, então eu simplesmente disse:

- Já me bateu, já me xingou, então, Sra. Emma, por favor, vá embora!

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