O Labirinto de Amor romance Capítulo 353

- Você poderia ajudar a cortar o bife, por favor?

Garçom ficou sem palavras.

Não pude deixar de olhar para Sofia e ver que ela estava pálida e um pouco irritada.

O cliente tinha pedido esse favor e não havia motivo para não cortar, então garçom o serviu com um leve sorriso.

Mas a atmosfera ficou um pouco constrangedora.

Guilherme parecia não ver mais ninguém, colocando o bife cortado na minha frente e dizendo carinhosamente:

- Coma o seu. Não viaje.

Eu acenei com a cabeça e guardei os pensamentos.

Nana olhou para mim e depois para Sofia, algo se passou em sua pequena cabeça e ela falou:

- Sr.Vinícius, você não ama essa tia, não é?

Eu quase cuspi o que estava na minha boca, como esta criança se atreve a dizer uma coisa dessas?

O rosto de Sofia estava branco, seus olhos baixaram e ela mordeu os lábios, embaraçada ao extremo, mas mesmo assim ela conseguiu espremer um sorriso de seu rosto.

Vinícius levantou as sobrancelhas e olhou para ela:

- Você sabe o que é o amor?

Nana acenou com a cabeça ao responder:

- Tio Nathan falou comigo sobre isso, ele disse que se um menino ama uma menina, ele cuidará dela pessoalmente, assim como o Sr.Guilherme ama minha mãe, ele sempre cuida dela, como cortar seu bife e cozinhar para ela, ligando para ela com frequência e se preocupando com ela.

Eu fiquei muda, Nathan realmente se atreveu a ensinar tudo que não devia.

Quando Guilherme ouviu isto, os cantos de sua boca se levantaram.

- Seu tio é bastante observador.

Que beleza!

Nana assentiu, parecendo muito séria:

- É claro, ele disse que no futuro eu também deveria aprender a observar para ver se aquele garoto me ama para que eu possa ser feliz.

- Nana, fale menos e coma mais, não diga besteiras. - eu falei, porque vi que Sofia não estava com uma aparência muito boa.

As mulheres grávidas são muito instáveis e, embora eu não goste dela, eu não queria irritá-la, apenas não lhe daria bola.

Nana disse um “OK” e depois baixou a cabeça para comer.

Já o Vinícius, continuou a olhando fixamente. Eu não sei se foi intencional ou não, mas Vinícius disse:

- Ela é tão direta e honesta, é tão parecida com ela!

Eu franzi a testa, sabendo que ele estava falando de Esther, mas senti que estas palavras dele eram um pouco desnecessárias agora, e franzi um pouco a testa.

Levantei-me para ir ao banheiro.

As pessoas são realmente estranhas, quando possuem, nunca dão o devido valor, têm que sempre esperar até que percam por completo para depois procurarem pela sua sombra nos outros, ridículo.

Sofia me seguiu, sua expressão não era nada boa:

- Já que você a adotou, por que ainda a leva para perambular por aí e afetar a vida de outras pessoas?

Eu congelei e olhei para ela, franzindo o cenho:

- Afetando a vida de outras pessoas? - não pude deixar de rir. - Não vamos mencionar o fato de que eu não quero que Nana o veja mais do que qualquer outra pessoa, vamos falar sobre a coisa toda do jantar. Foi ele quem me implorou para jantar com Nana, isso é culpa minha?

Ela olhou para mim, parecendo sem fôlego:

- Espero que possamos viver as próprias vidas no futuro, você fique na capital com esta criança e vivam aqui, é melhor nunca mais aparecerem na minha vida.

Olhando para ela, senti um pouco de simpatia por ela, mas apenas uma criança já a deixou nervosa assim, então não pude deixar de zombar:

- As relações de sangue neste mundo são as mais maravilhosas, não há como nenhum de nós garantir o que acontecerá no futuro, aconselho você a cuidar bem do seu bebê e a viver bem a sua vida, pense menos nas outras coisas.

Eu podia ver que Vinícius não a amava, não tinha nenhum sentimento por ela, e a única coisa a que ela podia se agarrar era a criança em sua barriga.

Não adiantava discutir, então não lhe disse mais nada e fui direto para o banheiro.

Liz me ligou. Eu não queria atender o telefone, mas depois de pensar um pouco, eu atendi.

- Você está ocupada? Tem tempo para jantarmos juntos amanhã? - Ela trabalhava no Grupo Nexia e eu sabia disso, correndo entre a capital e a Cidade de Rio, então ela estava bastante ocupada.

Depois de uma pensada, eu disse:

- Amanhã é fim de semana, e talvez eu tenha que levar Nana à livraria, então eu provavelmente não terei tempo

- Vamos jantar amanhã à noite, não vai demorar muito. - ela deu uma pausa e continuou. - Eu sei que você pode ter alguns conceitos errados sobre mim, mas Kaira, as pessoas vivem para si mesmas, além disso, ela merecia aquilo.

A queixa intencional de Liz contra Jennifer no estúdio não foi grande coisa para mim, mas as pessoas tinham que escolher seus amigos. Como dizem, se você anda com uma pessoa de uma determinada personalidade, então você será farinha do mesmo saco.

- Vejo você no fim de semana então! - pelo telefone, não dava ver as emoções da pessoa, faltaria sinceridade e teria mania de suspeitarem um do outro, então era melhor falarmos pessoalmente.

- Ótimo! - ela assentiu.

Depois de desligar o telefone, saí do banheiro e vi que a Nana não estava na mesa, apenas Guilherme e Vinícius estavam lá, e não pude deixar de franzir o cenho:

- Onde está Nana?

- Ela queria sobremesa, foi escolher junto com Sofia. - Vinícius falou.

Eu franzi o cenho, inquieta e um pouco zangada, mas não posso ficar zangada com o Vinícius, então olhei para Guilherme disse:

- Nana é bagunceira e a Srta. Sofia está grávida, como você pode deixá-la seguir a Sofia?

Guilherme olhou para mim e viu que eu estava nervosa, então se levantou e me puxou, dizendo:

- Estão dentro do restaurante, voltarão em um minuto, não se preocupe!

Afastei-o e caminhei em direção à área da sobremesa. Não que eu não confiasse em Sofia, era que seu caráter definitivamente não era confiável e a existência da Nana era uma ameaça para o bebê em sua barriga.

O restaurante era enorme e foi preciso dar quase uma volta inteira para encontrar a Nana na seção de sobremesas, olhando para dentro da geladeira para escolher uma sobremesa.

Fiquei aliviada ao ver que ela estava bem. Quando vi Sofia tirando fotos do Nana com seu celular, franzi a testa e dei alguns passos à frente, agarrando seu telefone e apagando as fotos.

- Srta. Sofia, minha filha não pode ter foto sua aparecendo em nenhum lugar sem minha permissão.

Minha aparição repentina a fez congelar por um momento, depois olhou para mim e disse:

- Kaira, você não acha que está fazendo tempestade num copo d’água? Eu só achei a sua carinha de bebê muito fofa enquanto ela escolhia o bolo e quis tirar uma foto, não queria fazer mais nada, você não precisava fazer isso!

- Eu precisava, sim! - eu falei friamente e caminhei até a Nana, puxando-a e olhando para Sofia. - No futuro, para sua segurança, por favor, fique longe de minha filha!

Ela riu friamente e pegou seu celular de volta, olhando para mim:

- Se ela fosse sua filha, eu até compreenderia, mas ela não é sua e você é tão apegada a ela... Será que são reais os rumores lá fora de que o Sr. Guilherme é infértil, então você trata a criança de outra pessoa como um tesouro?

Eu fiquei realmente nervosa com essas palavras:

- Se sua boca for inútil, sugiro que você vá e corte sua língua antes que polua os ouvidos dos outros.

- O que foi? - ela disse cinicamente. - Esses rumores são verdadeiros? Que Guilherme não pode ter filhos?

Ela se inclinou perto do meu ouvido para dizer a última frase, sua voz tão baixa que as pessoas ao seu redor mal conseguiam ouvi-la.

Eu estreitei meus olhos, levantei minha mão e lhe dei um tapa sem a menor hesitação, não com muita força, mas o suficiente para que ela doesse.

Depois da bofetada, ela cobriu o rosto e me olhou com raiva:

- Que que é? Não deixa os outros falar, agora?

- Você pode tentar novamente! - eu falei, minha expressão já estava completamente fria.

Era inevitável que fosse atrair a atenção geral depois de bater em alguém em um restaurante, e logo Guilherme e Vinícius vieram até nós.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Labirinto de Amor