O Labirinto de Amor romance Capítulo 368

- Você me culpa? - ele perguntou. Seu hálito tocou no meu rosto, e era quente.

Eu balancei a cabeça, respondendo:

- Já passou muito tempo. Eu apenas acho que Yasmin se parece um pouco comigo, aguardando ao lado de uma pessoa que não a ama, se rebaixando e se humilhando por ele.

Seu olhar continuava fica em mim ao dizer:

- Se pudesse estar com a pessoa que ama sem machucá-la, seria a maior sorte de todas.

Essas palavras traziam remorso. Eu sabia dos seus sentimentos, então levantei meus braços e envolvi seu pescoço, colocando minha cabeça sobre seu peitoral enquanto falava seriamente:

- Guilherme, eu não te culpo. Na verdade, somos todos iguais. Ninguém nos ensinou a amar, e nós perdemos muito nesse processo de tentativas. Mas temos muita sorte, pois compreendemos os sentimentos de um pelo outro no final. - dei uma pausa e continuei. - Espero que Nathan possa enxergar os seus sentimentos logo.

Yasmin esteve o acompanhando por dez anos. Nesses dez anos, Yasmin nunca achou que ela merecia ser cuidada e protegida, e fez do seu melhor para cuidar de Nathan. Existiam inúmeras mulheres à volta dele, mas ela nunca pareceu se importar. Não importa se ela o amava ou não, ela podia aceitar tudo calada.

Mesmo que seja doloroso, ela tinha que se manter calma e sorridente diante dos outros, guardando a tristeza no fundo do coração e digerindo tudo quando estivesse sozinha.

Nathan já se acostumou com a sua existência. Se um dia ela partir, Nathan provavelmente não conseguiria aguentar.

Guilherme pousou um beijo na minha testa. Havia poucos carros na estrada e ele ligou o carro, dirigindo muito devagar.

Quando chegamos em casa, Nana já estava dormindo. Eu escovei os dentes, dei uma olhada em Nana e ajeitei sua coberta.

Quando saí do quarto de Nana, Guilherme também tinha acabado de tomar banho e estava sentado no sofá lendo algo em seu celular depois de se secar.

Vendo que já estava bem tarde, baixei minha voz e falei:

- Guilherme, é hora de ir para a cama.

Ele deixou o celular de lado e sorriu para mim, seus olhos escuros me encaravam, eram profundos e comoventes.

Eu apertei os lábios, sentindo que seu sorriso era comovente demais para ser verdade.

- Do que você está rindo?

Os cantos de seus olhos se curvaram como luas ao me responder:

- Estou feliz!

Eu fiz bico. Claro que eu sabia que ele estava feliz, mas feliz com o quê?

Mas como ele não disse nada, eu não o forcei e fui direto para o quarto.

O som dos passos atrás de mim se aproximou e eu fui abraçada por trás por ele, a voz do homem era baixa e provocadora:

- Você é tão linda quando está me dando bronca!

Fiquei sem palavras e retruquei sem piedade:

- Que flerte brega.

Como alguém poderia gostar de levar bronca.

Deitados na cama, ele me pegou em seus braços e colocou a palma da mão sobre a minha barriga, sua voz suave ao me perguntar:

- Dói?

Eu congelei por um momento. Eu mesma tinha me esquecido disso, todo mês tinha aqueles dias, como ele ainda podia se lembrar?

Eu balancei a cabeça e não pude deixar de rir:

- Você ainda consegue se lembrar disso tendo tantas coisas da empresa para cuidar, que atencioso.

Ele sorriu vagamente:

- Está escrito no meu bloco de notas do celular, acabei de lê-lo.

Eu...

Que seja!

Pensando nas palavras de Yasmin, não pude deixar de rolar e ficar de frente para ele, dizendo:

- Guilherme, vamos ao hospital amanhã e o dispositivo anticoncepcional, está bem?

O sorriso em seu rosto se desvaneceu por alguns momentos:

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