O Labirinto de Amor romance Capítulo 394

Acenando a cabeça, ele estava numa postura bem pacífica, que parecia estar aguardando a próxima frase minha.

Eu comprimi a boca:

- Guilherme e você são irmãos de peito. Ele é uma pessoa que precisa muito do calor emocional. Claro, todos nós somos assim. Quanto a esse assunto, eu não espero que tenhamos um resultado infeliz.

Eu continuava a falar após uma pausa:

- Você pode firmar a relação com Nana, mas só depois que ela completar 18 anos e isso depende da vontade dela. Claro, entre esses 18 anos, você pode visitá-la a qualquer hora. Sim, eu digo “a qualquer hora”. Contanto que você queira, pode vê-la em qualquer momento. Se a Família Moreno puder cuidar bem dela, eu posso concordar que ela visite os seus pais nas férias ou ocasionalmente.

Ele ficou chocado. Parece que não imaginou que eu dissesse isso de repente, nem previu que eu pudesse ceder a tal ponto.

Após muito tempo, ele me deu uma olhada solene:

- Você está séria?

Eu acenei a cabeça:

- Sim, estou séria. Eu tomei essa decisão não por causa de você, mas por causa de Guilherme. Eu não espero que ele abandone a irmandade com você por conta de mim. Eu tampouco vou apurar os episódios entre você e ele no passado. Desejo que a vossa fraternidade possa ser igual como dantes, sem nenhum mal-entendimento.

Ele parecia surpreendido e só abriu a boca após bastante tempo:

- Kaira, obrigada.

Os homens sempre poupam palavras.

Eu abaixei os olhos, sem demonstrar muito sentimento:

- Não precisa de me agradecer. Embora eu não saiba quanto amor que você tem por Esther, posso enxergar, pelo menos por enquanto, que você ama Nana. Para mim ou para Esther, não faz mal ter mais uma pessoa que ame Nana.

Como já disse tudo o que deveria dizer, não pedi para que ele permanecesse mais.

Ele não levou a sério essa falta de cortesia minha e só disse após um silêncio:

- Eu queria levar Nana para voltar a Cidade H, não para ela reconhecer a Família Moreno, mas para dar um passeio com ela. Eu garanti com Esther, que ia levá-la a Cidade H num dia que pudesse.

Franzindo as sobrancelhas, eu sentia um abafo no coração, mas ainda acenei a cabeça:

- OK, mas não quero que demore muito tempo.

- Não, só 3 dias.

- Você que decide a data!

De fato, é impossível deixar Nana ao meu lado para sempre. Ela será adulta um dia e vai para longe.

Depois da saída de Vinícius, eu voltei ao quarto de Nana. Ao ver a menina crescida gradualmente, eu me encontrava um pouco confusa.

O casamento de Raquel me tornou socialite na Capital Imperial sem motivo.

Talvez por causa da introdução intencional de Raquel ou por causa do cuidado de Vicente, eu me tornei quase um nome conhecido na Capital Imperial.

Quando atendi a chamada de Raquel, Nana ainda estava dormindo.

Havia algum ruído no outro lado do telefone, mas ainda bem que a voz era nítida:

- Kaira, eu encontrei aquela caixa de madeira de Agatha. Eu falei com ela diretamente que você quer essa caixa e ela permitiu dar a você. Portanto, vou te enviar por correios mais tarde.

Eu acenei a cabeça. Com medo de incomodar Nana, eu baixei a voz e saí do quarto.

Encostei no sofá da sala de estar, onde a temperatura era mais alta:

- Obrigada pelo seu trabalho.

Ela bufou:

- Nem por isso. Porque agiu com tanta cortesia?

Após uma pausa de uns segundos, ela disse:

- Tenho um assunto, que não sei se devo falar com você.

- O que é?

Ele só disse depois de alguns segundos:

- Parece que Guilherme e Simão brigaram no banquete de casamento. Eu ouvi dizer isso por meio de Cícero, que os dois falaram algo antes de ter uma briga. Cícero não me contou qual foi a causa, mas Guilherme parecia bastante raivoso. Provavelmente Simão disse algo a ele.

Eu comprimi os lábios, recordando a estranheza de Guilherme no banquete. Ele bebeu tanto até que ficou bêbado, só por causa dessa fala de Simão?

- Kaira, você está ouvindo? - Raquel disse no outro lado do celular.