“Você não vai me repreender se for minha mãe biológica.” Timóteo tinha um olhar severo.
“Rafaela te levou embora quando você nasceu. Por isso não pude educá-lo!”
O menino ficou atordoado e abaixou a cabeça.
“Ei!” Alana agarrou seus ombros: “Eu só estava ansiosa porque você não esteve ao meu lado antes. Lembre-se de não contar nada disso à vovó.”
“Isso é verdade?” Timóteo levantou a cabeça e a olhou.
“Claro que é. Eu te imploro, diga à vovó e ao papai que você sente minha falta e quer ficar comigo. Quando papai e eu nos casarmos, poderei te acompanhar todos os dias.”
O menino assentiu.
Apesar de guardar mágoa de Alana, ele queria uma mãe que o amasse assim como as outras crianças.
“Além disso, você precisa chorar quando ver o seu pai. Não o deixe se casar com essa tal Doutora Maravilha. Caso contrário, ele não te amará mais quando tiver outro filho. Entendeu?”
“Ok.”, Timóteo assentiu como se entendesse tudo.
“Bom, isso é tudo. Vá brincar. Estarei esperando por você aqui.”
O menino caminhou tristemente em direção ao parquinho.
Ele só via Alana mexendo no celular enquanto as mães das outras crianças brincavam com elas.
Essa mulher não age como a minha mãe biológica e nem se importa comigo!
Timóteo saiu sozinho após andar duas vezes pelo local.
Alana ainda estava focada no celular e esqueceu que havia trazido o menino com ela.
Após sair do parquinho, ele pegou o elevador do complexo e se preparou para ir para casa. No entanto, ele escorregou e caiu da grade.
“Socorro, alguém me ajuda!”, Timóteo começou a chorar.
Emília estava empurrando um carrinho de compras. Quando ela viu uma criança pendurada, deixou o carrinho de lado e pulou para pegá-lo em seus braços.
Como Timóteo era pesado, os dois caíram no chão. No entanto, ela o abraçou com força e usou seu corpo como almofada.
Todos ao seu redor ficaram chocados e começaram a cercá-los.
O menino parecia bem, mas a testa de Emília estava sangrando.
“Liguem para a emergência agora mesmo!”, um dos espectadores gritou.
Logo, o socorro chegou e os dois foram encaminhados para o hospital.
Timóteo teve um cotovelo machucado, enquanto Emília precisou de oito pontos na testa. Ela foi enviada para uma ala para receber um soro intravenoso.
“Não! Já liguei para Abel. Ele está a caminho. Você é um azar ambulante!”, Rafaela gritou antes de bater o telefone.
O soro intravenoso de Emília foi removido quando Timóteo adormeceu ao seu lado.
Ao lembrar que os pais dele, logo estariam lá para buscá-lo, ela informou a enfermeira sobre isso e saiu.
Quando Abel chegou ao hospital, viu seu filho dormindo enquanto segurava o cobertor.
“Senhorita, você é tão legal. Queria que fosse a minha mãe…” Timóteo falou enquanto dormia.
O homem franziu a testa.
Ele não conhecia bem o menino, então não era próximo dele. No entanto, seu coração ainda derreteu ao ver seu rosto fofo.
“Timóteo?”, Abel o chamou suavemente, mas como a criança não acordou, ele decidiu carregá-la em seus braços.
“Quem foi a pessoa que resgatou meu filho?”, ele perguntou à enfermeira.
“Uma linda jovem. O nome dela é Emília Louise.”
Abel franziu a testa.
Ele se perguntou se todo o incidente foi causado de propósito, já que era muita coincidência.

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