O Lendário Dragão General romance Capítulo 108

— A guerra é, provavelmente, o negócio mais lucrativo do país. — James explicou. — E eu dei apenas um exemplo. Os ricos nas Planícies do Sul gastam fortunas em coisas supérfluas, como se dinheiro não fosse nada. Confesso que chega a ser absurdo, na verdade. —

— E você? Quanto você tem? —

— Na verdade, eu não sei. Mas é bastante. —

James realmente não sabia o valor errado, mas preferiu não dizer nem a sua estimativa.

— Bastante? James! Você acabou de falar que poderia comprar uma Ferrari caríssima! — afastando-se dele e segurando na parte traseira da moto, Thea berrava. — Como você pôde fazer isso, James?! Você parece sempre pareceu tão honesto! Tudo que está descrevendo parece corrupção, enquanto as pessoas pensam que vocês são heróis! —

— Thea, toda área com algum plano de carreira vai te colocar diante de algumas vantagens, não percebe? Se o exército não estivesse por lá, o país seria invadido. Não somos heróis, apenas trabalhamos garantimos a estabilidade por aqui. A guerra não é bonita, então, na verdade, acho que todos lá buscam uma forma de enriquecer para sair logo daquele lugar. —

Thea escutou, em silêncio. Em seguida, James emendou:

— Lembre-se também de como sua mãe se sente frustrada por seu pai nunca assumir os privilégios que poderia ter por conta de sua posição anterior na Eternality. Seus tios com certeza surrupiam, de verdade, seu avô. Seu pai, no entanto, nem mesmo exerce a influência que deveria ter sobre decisões que certamente lhe dariam algum bônus. —

A moça tendia a concordar com ele, até certo ponto. No fim das contas, havia muitas diferenças entre a atividade que James fazia, que envolvia guerra, vidas e armas, e as atividades administrativas de um escritório na Eternality. O que quer que Howard fizesse, seria em uma empresa familiar. Tudo o que James fez envolvia administração pública e segurança nacional.

— Jamie, por que você não devolve o dinheiro? Você nem usa. A gente não precisa de luxo! Podemos trabalhar e ter uma vidinha normal. Tenho medo de que seus superiores venham atrás de você, já que implicavam tanto contigo. Não quero ter que te visitar na prisão. —

— Thea, juro que não é tão sério assim. Eu fui ao tribunal militar e minha punição foi a expulsão. Eu nunca me juntaria ao exército novamente. Pude ficar com o dinheiro porque meu superior apelou a meu favor. Meus serviços para a nação foram reconhecidos. Eu servi por dez anos, então os valores foram interpretados como uma recompensa. — James sorriu.

James se revelava, cada vez mais, um excelente contador de histórias. Tudo era mentira, é claro, mas depois de todo aquele discurso, Thea finalmente deu o braço a torcer e acreditou. Fazia sentido, de certo modo. Se seu marido fosse apenas um soldado comum, como poderia pegar aquele carro emprestado com um figurão e depois entrar e sair da região militar livremente?

Agora ela sabia que, na verdade, em algum momento o homem foi uma pessoa importante, expulso do exército por causa de suborno. Fazia sentido que conhecesse gente de alta patente. No entanto, embora James possuísse algum dinheiro e quisesse gastá-lo em um carro de luxo para o casal, a moça ainda resistiria.

Como o general reconheceu o dinheiro e o deu a James como recompensa, a moça tinha outros planos, voltados para o futuro dos dois. Usariam a quantia para iniciar seu empreendimento comercial. Em meio às explicações que dava a James sobre sua ideia, a jovem disse:

— James! Mamãe nunca deve descobrir sobre esse dinheiro. Caso contrário, ela vai contar a Deus e ao mundo. Pior! Com certeza vai tentar nos obrigar a entregar tudo! Essa quantia é a nossa poupança, entendeu? Mamãe é como vovô, preocupada demais com status e reputação! —

— Mas como ficará a compra do carro? —

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