O Lendário Dragão General romance Capítulo 211

Segurando a chave na mão, James a examinou e murmurou silenciosamente.

— O que um baú selado, no mausoléu do Príncipe das Orquídeas, na fronteira das Planícies do Sul, teria a ver com o Moonlit Flowers on Cliffside’s Edge? —

Pensou que não seria coincidência o encontro com Scarlett, que levava a chave. Naquele dia, o homem rastreava uma intenção assassina, no entanto a sensação desapareceu quando chegou ao estacionamento subterrâneo em que encontrou Black Rose. Teve certeza de que não vinha da moça a motivação de seu alerta.

James concluiu que alguém providenciara aquele encontro. Provavelmente depois de assistir, de longe, o roubo do túmulo, um indivíduo exterminou todos os envolvidos e, de alguma maneira, direcionou Scarlett, com a chave, até Cansington. Reflexivo, James respirou fundo.

O primeiro passo para chegar ao fundo disso, seria localizar a tal caixa. Descobrindo os segredos do receptáculo, o homem entenderia sua relação com o quadro milenar herdado por sua família. Depois de pensar por um tempo, James falou:

— Senhor Quinn. —

— Sim, James? — Newton respondeu.

— Você esteve ao lado do meu avô por décadas. Mesmo depois do incidente, você voltou para enterrar os Caden, desprezando o risco que correria para isso. Nunca pude te recompensar, então agora o farei: ofereço-lhe os negócios da família Caden que foram roubados pelos Quatro Grandes. —

— Devo dizer que não posso, jovem James. — Newton ergueu as duas mãos, balançando-as simultaneamente, em negação. — É muita coisa, algo que jamais poderia aceitar. —

James acenou sutilmente e interrompeu o idoso:

— Para mim, nada disso vale mais nada. Você, entretanto, tem uma família. Pense em como poderia melhorar a vida dos que lhe acompanham. —

— Senhor James, mas uma parcela disso já é mais do que posso imaginar. —

— Não importa. Você poderá trazer sua família para Cansington. Depois disso, você pode assumir oficialmente os antigos negócios dos Caden. Minha família foi, por algum tempo, a mais influente da cidade, com uma fortuna que poderia sustentar seus parentes por gerações, senhor Quinn. Nada além do que o senhor merece, por sua devoção ao nosso nome. Se te incomodar tanto, faremos disso uma sociedade. —

— Obrigado, jovem James. —

Agora que Newton sabia da identidade de James como um dos cinco comandantes, imaginou que aquela quantia provavelmente importaria muito pouco para o homem, então, de bom grado, aceitou sua oferta.

— Certo, agora podem ir. Procure por Henry na Clínica Common, na Rua Nine Dragons, se precisar de qualquer coisa. Depois resolveremos os trâmites. —

— Certo, meu filho. — O idoso respondeu com carinho, ainda nostálgico por ver que o rapaz que viu crescer se tornara um grande homem.

— Chefia, o que devemos fazer a seguir? —

James refletiu, por um instante. Embora, teoricamente, sua vingança estivesse concluída, a trama se desdobrara e ainda não sabia quem era o principal culpado por trás da chacina perpetrada há uma década. Além disso, também não tinha pistas reais sobre o paradeiro do Moonlit Flowers on Cliffside's Edge. Resolveu arriscar:

— Pressione Jake Graham, para acelerar a coleta de informações. Preciso saber o baú que passou pelo mercado de antiguidades de Cansington, o mais rápido possível. Não deixe que te enrolem. —

— Entendido. —

— Aliás, não faça isso hoje. Estamos no Festival do Meio Outono e nós dois somos órfãos. Vamos sair e tomar uma bebida, só você e eu. —

— James, você não vai acompanhar sua esposa? —

— Thea foi para a casa da família. Dei jeito de escapar para lidar com meus assuntos, quando tive a oportunidade. Além disso, ainda é cedo. Vamos. —

James se levantou e a dupla deixou a Casa da Realeza.