O Lendário Dragão General romance Capítulo 46

Tudo o que James queria era a felicidade de Thea. Ele pediu um convite ao Rei Alegre, mas não esperava que outro levasse crédito e que sua esposa entendesse mal a situação. Assim que terminou a chamada com Henry, foi conversar com a moça.

— Thea. —

Ele segurou a mão da amada.

— Eu não menti para você — tentou explicar. — Mandei entregarem o convite aqui, mas não esperava que alguém levasse o crédito por isso. —

— Você vai continuar insistindo nisso? Você não presta! — Gladys escutou e retrucou. — Já não fomos humilhados o suficiente? —

— Irmã, esse homem é um veterano sem um tostão. — David alfinetou. — Não teria como ele fazer nada do que está dizendo. Já deu a hora de acabar com isso! —

— Chega, James! — Disse Thea, com os olhos marejados — Gosto muito de como você me trata bem e serei eternamente grata por você ter me livrado das minhas cicatrizes, mas você não tem o direito de agir como bem entende! Por favor, saia! —

Com as lágrimas correndo copiosamente pelo rosto angelical, a moça deu as costas e se afastou. James entrou em pânico, porque nunca se sentiu tão impotente, nem mesmo quando precisou enfrentar milhares de tropas inimigas.

— Canalha! Você não consegue fazer o mínimo... Não consegue nem ficar quieto quando deve! — A sogra o amaldiçoou.

James observou a família da esposa sair. Respirou fundo, refletiu e concluiu que seria melhor esperar que Thea se acalmasse antes de tentar complementar a explicação.

Sem muita escolha, foi à clínica de Henry.

— James? —

Henry percebeu que o homem estava enérgico, algo muito atípico.

James pensava em como a família da esposa era cheia de pessoas traiçoeiras, que mentiam e tramavam formas de ficar na vantagem o tempo todo.

— Será que eu não deveria ter procurado por Thea, Henry? — Falou como se fosse um lamento. A fumaça do cigarro que levava entre os dedos subia, e ele deu uma tragada.

— Não sei o valor atualizado, de cabeça, porque seu dinheiro rende muito, mas vamos fazer uma estimativa... Aquela operação secreta nas minas de ouro no país inimigo lhe rendeu um pagamento substancial. Uma porcentagem de tudo que foi recuperado. Me lembro que você não ligou para o dinheiro, mas seguiu o conselho de alguém para fazer investimentos. Teve aquela vez também que você resgatou aquele bilionário corrupto sequestrado, depois das linhas inimigas, certo? Se bem me lembro, o homem passou para você uns negócios que tinha na área, em troca de sumir do mapa, mas você acabou vendendo tudo. E também tinha aqueles comerciantes ricos na fronteira, que pagavam anualmente por proteção. Então, distribui, em seu nome, todo esse dinheiro pelos investimentos já estabelecidos... Juntando tudo, é uma fortuna na casa dos bilhões. —

— Tudo isso!? — James imaginava que possuía bastante, porque realizara diversos feitos épicos durante a curta carreira, mas jamais arriscaria um valor tão alto. Ele nunca se importou com essas coisas, na verdade, mas a diferença que dinheiro poderia fazer dali para frente o balançou.

— Você é o Dragão Negro das Planícies do Sul, James. O Sul é o campo de batalha mais caótico, mas também é a frente em que se enriquece mais facilmente. Você conquistou inúmeros bens, mas, simplesmente, não buscou assumir essas posses. Se tivesse feito isso, talvez fosse o homem mais rico de um país militarizado como esse. — Disse Henry com sinceridade.

— Dinheiro nenhum compraria as coisas de que eu mais sentia falta, na época, Henry. — James murmurou.

— Mas, por que está preocupado com dinheiro, chefe? Aquele cartão especial de general deve ter uma quantia absurda. Dinheiro não deveria ser um problema. —

— Thea brincou que eu escondia dinheiro dela e o pegou. Disse que iria guardar, como reserva para nossos filhos. — James sorriu, inconscientemente, ao mencionar a moça. E continuou:

— Henry... —