O Lendário Dragão General romance Capítulo 47

— Sim? —

— Use meu dinheiro para comprar aquele centro comercial recém-construído. —

— O quê? — Henry olhou sério para James, buscando confirmação.

O Centro Comercial Trade City era, como soava, praticamente uma cidade. Com alguns prédios, diversas lojas ocupariam o complexo, que abrigaria um leque de opções de lazer, manteria casas noturnas e movimentaria escritórios de negócios. O lugar era muito maior do que um bairro típico de Cansington.

Certamente, seria um investimento que apenas os homens mais ricos da região poderiam manter.

A construção, concluída recentemente, era resultado de um grande projeto de investidores imobiliários para fundar um dos maiores centros comerciais do país. James arriscou, então, que poderia, sem dificuldades, comprar toda a instalação.

— Não tenho dinheiro para isso? Use nossas conexões, faça o que for possível. Conheço gente grande no setor imobiliário, posso até usar meu título de general. —

Henry continuou olhando para James.

— O que você está planejando, de verdade, chefe? — Não pôde deixar de perguntar. — É fato que você tem bastante dinheiro, mas você sabe o tamanho desse empreendimento? Só o terreno, pela localização privilegiada, deve valer uma fortuna! Com certeza é um investimento muito lucrativo, ou não teria tanta gente investindo junto. Mas, não sei se irão abrir mão tão fácil assim. —

James não se importava com os detalhes:

— Apenas busque saber quanto vai custar. —

Henry refletiu:

— Bom, você pode comprar aos poucos, talvez parte a parte, de cada acionista, até conseguir ser o sócio majoritário. Mesmo usando o seu título, ainda precisará cobrir o investimento e alguma margem de lucros projetada... Inclusive, talvez você também possa cobrar algumas dívidas no Sul, o que acha? —

— Procure o grupo responsável e dê o lance. De preferência, pegue a maior fatia, o quanto antes! E se não for possível, ligue para os contatos no Sul e cobre alguns favores que me devem. Faça com que comprem e transfiram para mim, se for o caso, mas garanta o negócio. —

— Não é pouco dinheiro, James. Talvez eu precise ir pessoalmente. —

— Tudo bem. — James concordou.

Jogou o telefone na cama, contendo a frustração. Não conseguia, no entanto, conter a ansiedade. Os olhos buscavam o aparelho, de minuto a minuto, esperando que tocasse. O tempo corria, enquanto a moça protelava o sono para esperar uma ligação que nunca chegava.

Thea esperou até a madrugada, mas James não telefonou. Não enviou sequer uma mensagem. A essa altura, ela já andava furiosamente pelo quarto, praguejando-o por ser tão teimoso.

Enquanto isso, Henry tentava completar a ordem dada por James. Na verdade, o subordinado apreciava essas pequenas missões improvisadas, e gostava de ter a confiança do chefe. No meio da noite, ele estava a caminho das Planícies do Sul. Cobraria favores que eram devidos ao Dragão Negro.

O destino era a fronteira, uma área disputada há anos por conta de sua riqueza em minérios e pedras preciosas. Várias pequenas potências industriais floresceram ao redor daquela frente de guerra. Levantar a quantia e a influência necessária não seria tão desafiador assim, mas o que empolgava Henry, na verdade, era imaginar o que James faria depois disso.

O propósito inicial de James, em Cansington, era pagar a sua dívida vitalícia com aquela que o salvara, Thea, e se vingar dos crápulas que assassinaram toda a sua família. No fim das contas, o Dragão Negro se mantinha ao lado de Thea há algum tempo, de modo que a missão de vingança aos Quatro Grandes ficara em segundo plano. Além de matar Warren e Trent, dois importantes membros da família Xavier, não havia feito mais nada.

James decidiu, naquela noite, enquanto Thea se acalmava e Henry cumpria suas ordens, ir atrás de Rowena Xavier e descobrir o paradeiro do Moonlit Flowers on Cliffside's Edge.

No meio da madrugada, uma silhueta apareceu no que sobrara da mansão dos Xavier. Fora do prédio, com as luzes da vila apagadas, a figura, de sobretudo e máscara de fantasma preta, fundia-se nas sombras como uma aparição.

Era a vingança encarnada.