O marido misterioso romance Capítulo 111

Irene se virou e se deparou com Malcom, que a encarava.

Depois de um instante, o homem voltou a si e perguntou: "Você... você é a filha da Myra?"

Irene assentiu. Então, olhando para Malcom de uma maneira hostil, sibilou: "Quem é você, senhor? O que tá fazendo aqui?"

"Eu sou um amigo dela..."

Ela interrompeu: "Amigo? Senhor, você tá louco? Minha mãe era uma mulher de família. Não é possível que uma mulher casada e um homem sejam amigos".

Irene não planejava ser educada com Malcom. Não importava o tipo de sentimento que ele e Myra tinham antes, já que eram casados com outras pessoas, deveriam ter sido responsáveis pelas próprias famílias. A impressão dela era que a mãe e Steven viviam em perfeita harmonia.

No entanto, Malcom abandonou a esposa e o filho em nome do amor. No fim, acabou não só arruinando Lydia, mas também a reputação de Myra. Irene não gostava nem um pouco dele.

"Eu... A sua mãe e eu estudamos na mesma escola." O homem ficou um pouco envergonhado e não sabia onde colocar as rosas que estava carregando.

"Senhor, você perdeu o juízo? Acabou de dizer que era um amigo da minha mãe, mas agora tá dizendo que estudaram na mesma escola? Ela teve tantos colegas de turma, então por que os outros não tão aqui? Como pode achar que é uma boa ideia fazer uma coisa dessas?"

Ela olhou com frieza para Malcom. Um homem casado tinha vindo trazer rosas para Myra. Ele não sabia que tipo de impressão esse comportamento causaria?

"Minha mãe passou a vida toda sem fazer nada de imoral, por isso eu não gostaria de ver nada que manchasse a reputação dela. Por favor, se controla e não vem mais incomodar ela!" Exclamou Irene com raiva.

Ele ficou parado, sem reação; não se aproximava nem recuava. A mulher diante dele não só se parecia fisicamente com Myra, como também tinha o mesmo temperamento que ela.

Quando Irene estava indo embora, o céu estava mais sombrio do que o normal, como se fosse chover. Ela sabia como o tempo em San Fetillo era ruim, portanto pensou em voltar de táxi. Mas como encontraria um táxi em um lugar tão remoto? Sua única opção era pegar o ônibus. Felizmente, teve sorte de entrar nele antes que começasse a chover.

Porém, ele não foi direto para o destino dela. Ainda estava chovendo quando Irene desceu no ponto para trocar de ônibus, e ela ficou sozinha ali enquanto esperava o próximo. Como as roupas estavam encharcadas de chuva e grudavam no corpo dela, ela estava com um pouco de frio.

Então, um carro passou perto do ponto de ônibus e jogou água nela. Irene estava impassível e nem tentou desviar. Visto que já estava molhada, ela não achou que fizesse diferença.

Por fim, viu um táxi; parou-o e pediu ao motorista que a levasse para casa. Quando chegou à mansão da família Cook, Irene viu ao longe que um carro estava estacionado do lado de fora do lugar. Embora estivesse chovendo, ela ainda conseguia ver com clareza a placa do carro. Edric estava lá?

Irene tinha voltado havia somente dois dias, e ele já tinha ido à casa da família Cook duas vezes para visitar Lily. Isso mostrava que a garota era muito especial e importante para ele.

Ela viu Edric abrindo a porta do carro e segurando um guarda-chuva para Lily, que se aconchegou nos braços dele.

Irene sentiu uma pontada de dor no coração ao ver como o homem era atencioso. Foi sempre dela que ele cuidou; até mesmo disse que a amaria para sempre.

Assim que o táxi parou, ela pagou e desceu correndo do veículo. Quando passou pelo casal, ouviu Lily perguntar com surpresa: "Irene?"

Mas Irene não parou de correr até entrar na mansão. Quando Deborah e Steven, que estava na sala, viram que a mulher estava toda encharcada, ficaram chocados. Steven se levantou e disse: "Irene, o que aconteceu?"

"Peguei chuva!" Cuspiu ela com frieza, antes de correr para o quarto. No momento em que ia fechar a porta, ouviu a voz de Deborah: "Nossa, Lily, o que aconteceu com você?"

Irene tirou as roupas molhadas e mergulhou na água quente da banheira. O calor se espalhou da pele para os nervos, e ela não conseguiu evitar espirrar.

Ficou lá por muito tempo, até ouvir alguém bater na porta. Com isso, saiu da água e vestiu roupas secas. Ao abrir a porta, viu Maisy parada ali, trazendo consigo uma xícara de chá de gengibre.

Irene quis chorar quando viu a empregada lá. Sentia que Maisy era a única que realmente se importava com ela naquela família, portanto deixou-a entrar. Contudo, quando estava prestes a fechar a porta, viu Edric se aproximando do outro lado do corredor.

Ela se lembrou de que o quarto da meia-irmã ficava ali. O homem parecia mesmo preocupado com a noiva, agora que Irene era a amante secreta dele. Ainda assim, ela permaneceu impassível e fechou a porta.

No momento em que viu a empregada parada lá, oferecendo o chá de gengibre, pegou-o da mão dela e disse: "Maisy, senta, por favor!"

Mas a empregada não se sentou. "Irene, você deve estar com fome. O que gostaria de comer? Vou fazer um pouco de comida para você."

Irene pensou por um instante e respondeu: "Macarrão, Maisy. Quero comer o seu macarrão".

A empregada assentiu. "Vou lá cozinhar, então, e te chamo quando tiver terminado", disse ela, indo em direção à porta. Antes de sair, virou-se e disse: "Irene, a Srta. Lily está machucada. Por que não vai vê-la?"

Irene ficou atordoada, mas logo voltou a si. "Mais tarde eu vejo como ela tá."

Assim que ouviu a resposta, Maisy saiu do quarto.

Na verdade, Irene não queria ver a meia-irmã, mas entendeu a intenção por trás da pergunta de Maisy. Era melhor se comportar direito enquanto estivesse morando na mansão. Ela secou o cabelo, trocou de roupa e foi para o quarto de Lily. Encontrou a porta aberta; lá dentro havia três pessoas que ela já imaginava que estariam presentes. Todos ficaram surpresos quando a viram entrar.

Irene os ignorou e se aproximou. "A Maisy me disse que você se machucou, então vim te ver."

"Obrigada por se preocupar, Irene. Só acabei caindo e me ralando um pouco, mas agora tô bem", respondeu Lily.

Deborah, que estava do outro lado do quarto, disse: "Toma mais cuidado da próxima vez. Felizmente, o Edric tava junto com você, senão as coisas poderiam ter sido piores".

Ao ouvir o comentário da mãe, Lily olhou com afeto para o noivo. Ele deu um sorriso gentil em resposta. Quando Irene viu como os dois eram amorosos um com o outro, o coração dela se despedaçou.

Ela controlou as próprias emoções e disse: "Eu comprei algumas pomadas no exterior que são boas pra esse tipo de machucado. Quer que eu traga pra você?"

"Não precisa", recusou Lily na mesma hora. "O Edric já passou um remédio pra mim, não precisa se preocupar."

Na verdade, Irene não tinha comprado pomada nenhuma, mas tinha certeza de que a meia-irmã não teria coragem de aceitar nada que ela oferecesse, por isso disse aquilo. Agora que havia feito a parte dela, podia descer para comer o macarrão. Assim, depois de fingir mais um pouco de preocupação, ela pediu licença.

Em vez de voltar para o quarto, desceu para a cozinha, onde Maisy ainda estava cozinhando. A empregada resmungou quando a viu: "Por que você desceu? Eu te levo, hora que terminar".

Irene não respondeu, apenas riu. Pouco tempo depois, o macarrão foi trazido para a sala jantar. Ela havia comido só um pouco quando ouviu passos atrás de si.

Logo em seguida, ouviu a voz de Edric. "Você não tem pomada nenhuma, né?"

Concentrada em comer o macarrão, ela não respondeu. O homem se aproximou dela. "Irene, eu te subestimei pra valer. Eu realmente não esperava que você fosse aprender a atuar. Por acaso fez aulas de teatro nos últimos anos?"

"Sr. Myers... Quer dizer, meu querido cunhado, não entendo o que você tá insinuando." Ela ergueu os olhos para Edric.

"Chandelle Valley, A8, vou estar te esperando lá hoje à noite!" Tendo dito isso, ele colocou um molho de chaves delicadas na frente dela, virou-se e foi embora. Com um sorriso de deboche no rosto, Irene olhou para as chaves. Então, terminou de comer o macarrão, pegou-as e subiu as escadas.

Eram dez horas da noite, e Edric já havia esperado pela mulher por quase três horas. Quando estava prestes a perder a paciência, enfim ouviu o barulho da porta se abrindo. Ele conteve a alegria que estava sentindo e se forçou a se concentrar na TV, em vez de olhar para quem havia entrado.

A pessoa que entrou tirou os sapatos, colocou os chinelos e se aproximou dele. Quando ela se chegou mais perto, Edric sentiu um forte cheiro de perfume. Ele continuou olhando para a TV, como se nada tivesse acontecido. Quando deu as chaves para Irene, sabia que a mulher sem dúvida não faria como ele pediu, tamanho o ressentimento que sentia pelo ex-marido.

Parecia que ela tinha colocado uma maquiagem pesada para tentar deixá-lo com nojo de propósito. Edric não se incomodava com a resistência dela. Ele estava ansioso para ver como a atormentaria nessa noite.

A mulher se aproximou cada vez mais, e o cheiro forte se tornou insuportável, de forma que Edric até espirrou algumas vezes por causa disso. Logo em seguida, ela se aproximou e lhe entregou um lenço. Ele o aceitou, mas, no mesmo instante, percebeu que algo estava errado. A mão de Irene era delicada e alva; de quem eram aquelas mãos?

Ele se virou e, em pânico, olhou para a pessoa que havia entrado no quarto. "Quem é você?"

A mulher sentada ao lado dele não era Irene, mas sim uma mulher com maquiagem pesada, Monica. Ela piscou para Edric e disse: "Vim aqui pra te dar uma noite de prazer!"

"Uma noite de prazer?" Ele olhou para Monica, que era muito bonita, e logo se deu conta de que devia ser obra de Irene. "Dá o fora!" Vociferou, apontando para a porta.

Vendo o olhar raivoso do homem, Monica se levantou com relutância. Um pouco antes disso, ela estava no bar e conheceu Irene, uma mulher muito bonita. Irene perguntou se ela queria fazer um trabalho, e a mulher naturalmente aceitou.

Depois de negociarem um preço, Irene lhe deu um molho de chaves e lhe pagou adiantado dois mil dólares. Em seguida, enviou-a para Chandelle Valley para prestar serviços em nome do After Dark a um belo e jovem presidente. Se Monica fizesse um bom trabalho, receberia até um pagamento adicional.

As pessoas que moravam em Chandelle Valley eram todas ricas, então nem era preciso dizer que ela ficou nas nuvens ao ouvir isso. Com as chaves em mãos, pegou um táxi e foi até lá. Imaginava que a pessoa a quem iria servir era apenas rica, e não necessariamente bonita. Porém, assim que abriu a porta e viu o belo Edric sentado no sofa e assistindo à TV, ela ficou radiante.

Já trabalhava nessa área havia muito tempo, mas era a primeira vez que servia uma pessoa tão linda. A mulher estaria disposta a ficar com um homem tão atraente assim até mesmo sem receber, só não esperava que Edric fosse perder a paciência e de repente lhe mandar sair de lá!

Monica não queria de forma alguma ir embora, mas o olhar do homem era um pouco assustador e a deixou com um certo medo. Portanto, ela obedeceu como ele pediu. Ainda assim, quando alcançou a porta, perguntou, agarrando-se a um último resquício de esperança: "Senhor, tem certeza de que não quer a minha companhia hoje à noite?"

"Sai daqui!" A resposta dele não mudou.

Com uma certa relutância, Monica foi embora. Antes de sair, colocou as chaves na porta. Edric sentia-se com muito nojo. Quando pensava que a primeira mulher que entrou naquela mansão tão arrumada era uma prostituta, o sangue dele fervia na mesma hora.

Ele se levantou de um salto, ligou para John e instruiu-o a encontrar alguém para trocar o sofá novinho em folha da sala por outro idêntico. Também ordenou que o assistente contratasse alguém para limpar a casa, em especial a sala de estar.

Depois de dizer o que queria, Edric pegou o carro e foi embora de Chandelle Valley. Ao pensar no fato de que Irene havia pregado uma peça nele, sentiu o ódio queimá-lo por dentro.

Ela bloqueou o número de celular de Edric, não atendeu a nenhuma das ligações dele e devia estar pensando que tinha a vantagem no jogo dos dois. Devia achar que ele não iria até a casa família Cook para encontrá-la em pessoa. Todavia, Edric também tinha a própria maneira de fazer as coisas; ele jurou para si mesmo que a forçaria a aparecer nessa noite.

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