O marido misterioso romance Capítulo 88

Margaret nunca imaginou que Irene fosse vir à sua casa fazer uma confusão tão grande. No entanto, a verdade era que não havia sido ela quem sequestrou Eden. Mesmo assim, quando a ex-nora invadiu a casa e começou a questioná-la, Margaret de repente teve uma ideia.

Naquele momento, Irene estava furiosa e convencida de que tinha sido a ex-sogra quem sequestrou Eden. Tudo o que Margaret precisava fazer era provocá-la para que a mulher fizesse algo irracional e inaceitável. Com isso, ela seria capaz de forçar Edric a se livrar de Irene de uma vez por todas.

Foi por isso que Margaret não se deu o trabalho de fugir; pelo contrário, até mesmo bateu em Irene. Devido a isso, a ex-nora quase a estrangulou até a morte depois de ter um acesso de raiva.

Já que elas tiveram uma briga tão feia, era desnecessário dizer que Margaret com certeza não iria desistir. Contudo, tudo que Edric fez foi exigir que Irene se desculpasse. O fato de ele ainda proteger a ex-esposa enfurecia Margaret.

Portanto, ela agarrou de novo a outra mulher, tentando forçar o filho a fazer uma escolha na hora, mas não esperava que seria agredida. Isso a deixou furiosa, mas, enquanto processava o que tinha acontecido, Irene e Kinsey aproveitaram a oportunidade para fugir.

Embora se sentisse tonta de verdade, Margaret não havia perdido a consciência. Ela percebeu a expressão ansiosa e preocupada de Edric. Parecia que ele não era tão frio assim, pois ainda a considerava uma mãe. A mulher já tinha um plano quando fingiu desmaiar: denunciaria Irene para que a polícia a prendesse, de forma a forçar o filho a fazer a sua vontade. Ela queria que ele cortasse os laços com Irene e se tornasse noivo de Lily.

O que Margaret não esperava era que Lily tivesse terminado com Edric. Ela ficou abismada com a ideia de que todos os seus esforços haviam sido em vão. A pressão dela caiu por conta do choque, e a mulher acabou desmaiando de verdade.

Já era meia-noite. Deborah estava na sala de estar, esperando ansiosamente pela volta da filha. Essa demora só podia significar que as coisas tinham ocorrido de acordo com o plano dela. Tinha sido ela quem ordenou o sequestro de Eden.

Margaret já havia usado a criança para ameaçar a ex-nora. Se Deborah sequestrasse Eden bem naquele momento, Irene sem dúvida suspeitaria da ex-sogra, que nunca foi uma pessoa gentil. Nessa situação, Margaret com certeza também aproveitaria a oportunidade para armar contra Irene.

No entanto, Deborah ainda não tinha certeza se o plano ocorreria conforme o esperado. Depois de um tempo, ela enfim ouviu a porta se abrindo e viu a filha. Então, aproximou-se dela no mesmo instante e perguntou: "Como foi?"

"Mãe, vamos conversar no quarto." As duas entraram lá e fecharam a porta, e então Lily contou o incidente do dia para a mãe.

Deborah fez um sinal de aprovação para a filha e disse: "Muito bom! Você fez a sua parte muito bem. Mesmo que aquela v*diazinha tenha visto você pisando nela de propósito, ela não tem como se defender. E a Margaret? Suspeitou que foi você quem fez com que ela levasse um tapa?"

"Não, tava acontecendo tanta coisa ao mesmo tempo, não tinha como a Margaret esperar que eu fosse empurrar ela pra frente. Eu só achei que o Edric fosse dar um tapa na Irene quando ela batesse na mãe dele. Se ele tivesse feito isso, aquela vaca com certeza teria ido embora triste. Mas, pra minha surpresa, ele não fez nada. Que frustrante."

Deborah zombou: "Que belo filho o Edric é! Ele manteve a calma mesmo depois de ver aquela mulher batendo na mãe dele".

"Sim, eu também não esperava que ele fosse aguentar. Mas, mãe, acho que a paciência dele tá acabando", disse Lily.

Mais cedo, quando ela o acompanhou para deixar Margaret no hospital, a expressão do homem estava terrivelmente fria. A paciência de todos tem um limite. Talvez Edric pudesse perdoar Irene por fazer uma confusão na casa dele e por bater em Margaret, mas não conseguiria mais continuar se contendo por muito tempo.

"Jura?" Disse Deborah com desdém. "A razão pela qual o Edric tolerou o comportamento da Irene não foi só por causa de amor que tem por ela, mas também porque se sente culpado. Ela sofreu tanto por causa dele, então ele tá tentando se redimir. Mas o Edric se esqueceu de que você também sofreu muito por ele. Dessa vez, ele tem que te compensar."

"Mãe, acha mesmo que ele vai voltar pra mim?" Perguntou Lily.

"Vai! Só faz o que eu tô dizendo!" Então, Deborah se aproximou e sussurrou no ouvido da filha, que assentiu em resposta.

Irene estava nervosa porque a febre alta do filho não estava melhorando. Ele acordou uma vez e murmurou: "Mãe, os bandidos me levaram embora e me jogaram no esgoto. Eu tentei o meu melhor pra pedir ajuda, e mais tarde um homem bozinho veio e me salvou".

Irene estava tão irritada que batia os dentes. Margaret, aquela p*ta velha! Como teve a coragem de dizer que não foi ela? Quem mais machucaria uma criança de três anos se não aquela mulher? Ela era a única que considerava Irene uma inimiga.

A ex-sogra com certeza tinha sido o cérebro por trás do sequestro, para fazer com que Edric se voltasse contra Irene. Não foi à toa que Margaret a provocou daquele jeito em meio à confusão na casa deles no dia anterior.

Irene jurou que, se algo acontecesse com Eden, ela não deixaria a mulher sair impune!

O menino adormeceu outra vez. Irene estava sentada na cama e cuidava do filho, preocupada, quando Lily de repente ligou para ela. "Irene, a gente pode conversar?"

"Por quê?" A outra mulher não estava de bom humor.

"Tenho uma coisa muito importante pra te contar", respondeu Lily.

"Tô ocupada!" Retrucou Irene.

"É sobre o seu filho. Se você não vier, tenho certeza de que vai se arrepender. Vou te esperar no café perto do hospital." Lily desligou a ligação.

Ela dizia que queria falar sobre Eden. Era melhor que Irene fosse encontrá-la, para saber o que a meia-irmã tinha na manga. Depois de pedir a Thomas para cuidar da criança, Irene se dirigiu ao café próximo ao hospital. Quando Lily a viu entrar, ela se levantou. "O seu filho tá bem?"

"Sim." Irene se sentou. "O que você tem de tão importante pra me falar?"

Lily estudou com cuidado a expressão da meia-irmã. "Irene, você tá bem? Fiquei tão assustada com a situação de ontem. A tia Margaret tem a cabeça quente. Por favor, se puder, não guarda rancor dela e não bate de frente com ela. Se aquela mulher passar dos limites, não consigo nem imaginar as consequências."

"Não consegue imaginar as consequência?" Bufou Irene. "A Margaret não usou o meu filho pra me ameaçar? Se alguma coisa acontecer com o Eden, não vou deixar nem um pouco barato!"

"Usar o seu filho pra te ameaçar não foi a única coisa que ela fez." Lily concordou que Margaret foi a responsável pelo sequestro do menino. "Ontem à noite, depois que você foi embora, o Edric e ela tiveram uma briga feia. A tia Margaret queria que você fosse presa. Eu e ele fizemos o que a gente podia pra impedir ela, então ela acabou não ligando pra polícia no final..."

"Você sempre foi tão boazinha assim?" Interrompeu-a Irene, em um tom irônico.

"Irene, você me entendeu mal. Eu nunca te fiz mal antes. Nunca", explicou Lily.

"Lily, você é muito sem-vergonha. Sabia que o Edric era o meu homem, mas tentou ter um filho com ele. Não foi você que me machucou, tendo um caso com o meu marido pelas minhas costas?" Sibilou Irene.

"Irene, isso foi um mal-entendido. A relação entre mim e o Edric não é o que você tá pensando", insistiu a garota.

"Naquela época, você não conseguia engravidar. Além disso, a tia Margaret tava sendo muito cruel com você. A mamãe e o papai ficaram muito preocupados e me pediram pra ter um filho no seu lugar, pra você manter o seu casamento com o Edric. De primeira, eu recusei, mas a mamãe disse que sentia pena de você e me pediu pra fazer isso por ela. Por causa disso, eu não tive escolha a não ser concordar com tudo..."

"O que você disse? Todas as ideias foram do Steven e da Deborah?" Irene ficou chocada. Como que os dois puderam ter uma ideia tão nojenta? Era inacreditável. "Os dois são mesmo caras de pau..."

"Eles pensaram nisso porque tavam preocupados com você. Irene, eu queria ter o filho do Edric pela minha irmã. Tudo o que a gente fez foi pelo seu bem!" Chorou Lily.

"Pelo meu bem? Você acha que eu sou idiota?" Irene já havia se recuperado do choque. Ela não acreditava nem um pouco na meia-irmã.

Afinal, sabia muito bem como Lily se sentia por Edric no passado. "Acha mesmo que os outros não conseguem perceber que você tá a fim do Edric? Até parece que fez tudo isso por mim. Não me diga que nunca quis ter ele só pra você? Você e a sua mãe não tem nenhuma vergonha na cara! Vocês duas sempre foram destruidoras de lares."

"Irene, não ousa insultar a minha mãe. Ela fez isso por você! Me sacrificou pra te ajudar."

Lily continuou: "Admito que eu amava o Edric, mas nunca deixei esse amor afetar a forma como eu agia. Tô disposta a ter o filho dele ou a fazer qualquer coisa por ele, mas nunca pensei em tomar o seu lugar. Eu juro que não sou tão má quanto você pensa!"

Na frente de Irene, a garota teve a coragem de admitir que amava Edric e de dizer que estava disposta a ter um filho com o homem. Como era de se esperar, Irene ficou furiosa com uma declaração tão descarada quanto essa.

"Eu posso julgar com os meus próprios olhos. Lily, talvez você consiga enganar um cego, mas não a mim. Você e a sua mãe são o mesmo tipo de pessoa. São duas egoístas que fariam qualquer coisa pra atingir os próprios objetivos. Você fez tudo por mim e pelo meu casamento, né? Nesse caso, por que ainda quer ficar noiva do Edric?"

"A tia Margaret me forçou. Eu e ele nunca quisemos ficar noivos. O Edric passou esse tempo todo te esperando. Apesar disso, você nunca voltou. A mãe dele perdeu a paciência e forçou a gente a ter esse compromisso", explicou Lily, abaixando a cabeça.

"Irene, te chamei aqui hoje pra você saber a verdade. O Edric ainda te ama. Eu decidi terminar com ele pra vocês dois se reconciliarem!" Concluiu Lily.

"Você sabe mesmo como se defender!" Zombou Irene. Lily fazia parecer que ela foi forçada a fazer tudo. Isso incluía fazer amor com Edric também?

Não importava se a garota estava dizendo a verdade ou não, pois Irene não tinha mais nada a ver com aquela situação. O sofrimento pelo qual ela passou não poderia ser apagado com algumas simples explicações da meia-irmã.

"Já que você ama tanto aquele maldito mentiroso e tá disposta a fazer qualquer coisa por ele, então fica com ele. Eu não preciso dele de volta!" Vociferou Irene.

Com isso, ela se levantou e foi embora. Lily foi até ela e a segurou. "Irene! Me perdoa. Perdoa o Edric! É verdade que ele não te traiu!"

"Me solta!" Irene lançou um olhar feroz para a meia-irmã.

"Não vou te soltar! Se você não perdoar o Edric, nunca vou te largar!" Lily segurava com força a mão dela.

Quando viu um homem aparecer do lado de fora, ela fez uma expressão mais exagerada e implorou a Irene em um tom muito mais alto do que antes: "Irene, eu te imploro! Volta pro Edric! A pessoa que ele ama sempre foi você!"

"Me solta!" Interrompeu Irene. "Lily, o que eu e ele tínhamos já acabou. Para de fingir que você quer que a gente se reconcilie. Águas passadas não movem moinhos. O Edric é o meu passado, e ele tá com você agora. Pra mim, não passa de um homem imundo e nojento. Eu nunca aceitaria ele de volta!”

À distância, parecia que Lily estava segurando as roupas de Irene, recusando-se a deixá-la ir embora. Mas, na verdade, ela estava segurando o braço da meia-irmã. Irene sentiu muita dor no pulso por causa da força que Lily estava fazendo. Por isso, empurrou-a sem hesitar.

Lily caiu no chão depois de bater a cabeça na quina da mesa. O sangue começou a escorrer quase que na mesma hora.

"Irene, o que você tá fazendo?" Edric entrou correndo e ajudou Lily a se levantar. Quando soube que a garota estava se encontrando com Irene, ficou preocupado que fosse acontecer outra briga. Portanto, foi com pressa até o lugar.

Assim que chegou, ouviu Lily implorar a Irene para aceitá-lo de volta. No entanto, a mulher o xingou de imundo e nojento. Quando ela disse que nunca mais voltaria para ele, Edric sentiu uma dor excruciante no coração.

Em seguida, viu Irene empurrando Lily violentamente. Naquele momento, ele não aguentou mais ficar só observando. Ao ver o sangue na testa de Lily, Edric olhou feio para Irene e a repreendeu: "Como você pode ser tão horrível?! Ela é a sua irmã!"

"Minha irmã? A mãe dela teve um caso com o meu pai!" Vendo como Edric estava preocupado, Irene sentiu um aperto no peito.

Três anos atrás, ele foi tão cruel com ela, e hoje teve a audácia de mostrar o quanto se preocupava com Lily. Lembrando do filho, que ainda estava no hospital por causa de Margaret, ela ficou ainda mais irritada.

"Edric, fala pra sua mãe nojenta que, se alguma coisa acontecer com o Eden, vou fazer ela pagar caro!" Exclamou Irene.

"Você tá indo longe demais!" Edric também estava prestes a perder a cabeça. Ele pensava que havia escolhido perdoar Irene pela confusão que ela causou e por ter batido na mãe dele. Entretanto, a verdade era que ele ainda se sentia inquieto. Quando ouviu a mulher falar mal de Margaret mais uma vez, não conseguiu mais ficar em silêncio.

"Olha, eu tô te devendo, mas isso não significa que você pode insultar a minha mãe o tempo todo!" Retorquiu Edric.

"Eu fui longe demais por insultar a sua mãe?" Irene riu com vontade. "Edric, você vai se arrepender! Juro que vai se arrepender!" Ela se afastou depois de dizer isso.

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