O marido misterioso romance Capítulo 143

Thomas estava inseguro nos últimos dias. Depois de pensar muito sobre o assunto, ele achava que havia feito uma coisa muito errada. Não deveria ter feito um acordo com Marie apenas para ter um momento de paz.

Ele sabia muito bem que tipo de pessoa a meia-irmã era. Ela nunca pararia de lhe pedir favores como havia prometido. Em vez de esperar a mulher vir ameaçá-lo outra vez, ele preferia pensar em uma maneira de lidar com ela antes. Assim que criou um plano, foi se encontrar com Jordan.

A visita de Thomas o surpreendeu. Jordan pediu que o homem se sentasse e serviu uma xícara de chá para ele. Depois que Thomas tomou um gole, disse: "Eu vim aqui hoje pra te pedir um favor".

"Se for algo que eu posso fazer, vou fazer o meu melhor." Jordan foi muito direto.

"É uma coisa fácil pra você. Eu queria ir morar com a Irene no exterior, e preciso que me ajude com isso."

"Ela vai querer ir junto?" Perguntou Jordan.

"Me ajuda a lidar com os procedimentos de imigração primeiro. Até estar tudo certo, ela vai aceitar. Afinal, o único motivo de ela ter voltado foi pra salvar o Eden", respondeu Thomas.

"Ok, vou pedir agora mesmo pra alguém fazer isso", prometeu Jordan.

Thomas ficou muito satisfeito com a prontidão do homem. Em seguida, ele abriu a maleta que tinha trazido e tirou alguns desenhos de dentro dela. Colocou-os na frente de Jordan e disse: "Você não vai estar me ajudando de graça. Essas são as recompensas".

"O que é isso?" Jordan pegou os desenhos, olhou com surpresa para Thomas e perguntou. "Essas não são as plantas do estádio? Por que você tá com elas?"

"Meu nome é Dave. Sim, essas são as plantas do estádio pro torneio de esportes", respondeu Thomas.

"Você é o Dave?" Jordan reagiu após ficar perplexo por um instante. Então era por esse motivo que ele tinha achado que havia algo de estranho com o homem.

"O projeto que eu tô te entregando é o do subestádio. O projeto do estádio principal eu dei pra Marie, e é provável que ela vá dar ele pro Edric logo mais", disse Thomas, ou, mais precisamente, Dave.

"Você quer que o Grupo Myers e o Golden Age Group cooperem na construção do estádio pro torneio?" Perguntou Jordan.

"Não! Apesar de que seria melhor se duas empresas construíssem o estádio. Pra ser sincero, nunca quis ajuda a empresa do Edric com a licitação. Só desenhei essas plantas pela Irene. No começo, planejava dar todas elas pra você, mas não esperava que fosse ter que enfrentar um certo obstáculo", respondeu Dave.

Então, ele contou a Jordan sobre a ameaça de Marie e lhe explicou sua relação com Marie e Myra.

"Eu não sou o verdadeiro Thomas. Ele morreu em um acidente pouco depois de eu voltar pra San Fetillo. Naquela época, os meus pais tinham falecido e eu tava desanimado por causa da minha falência e das indenizações absurdas que tive que pagar. Pra evitar que eu fosse encontrado, a Myra me disse que eu poderia morar no apartamento que ela tinha comprado temporariamente pro Thomas no Edifício Chijmes. Só o Steven, a Myra e a Marie sabiam a verdade, enquanto todo mundo pensava que eu era o Thomas. A minha intenção era só fugir de todos os problemas em que me envolvi, mas não esperava que isso fosse acabar sendo uma desvantagem", explicou Dave.

"A Marie é a sua irmã? Por essa eu não esperava. Mesmo que você não seja o verdadeiro Thomas, ainda tem a idade pra ser o tio da Irene, afinal. Então, não diria que fez nada de errado. Mas por que tem medo da Marie?" Perguntou Jordan.

"No passado, eu vivia recluso em San Fetillo, não só porque tava desanimado por conta do meu azar, mas também porque perdi a minha amada", suspirou Dave.

"O amor que sinto pela Myra é tão profundo quanto o do seu pai, mas o meu é proibido. A Marie sabe como eu me sinto e me ameaçou com isso. Se eu não ajudar, ela vai contar pros outros sobre os meus sentimentos, e eu não quero que a Myra seja criticada mesmo depois de morta. Também prefiro que a Irene não saiba que não sou o verdadeiro tio dela", continuou ele.

"Você não é um parente consanguíneo da Myra, além de nunca ter confessado pra ela os seus sentimentos. Acho que a Irene vai te entender", consolou-o Jordan, depois de refletir por um momento.

"Não, ela não vai. Passei a maior parte da minha vida assim, e não quero ter que lidar com uma coisa desnecessária agora. Eu pensei bem sobre o caráter da Marie, e não acho ela uma pessoa confiável. Em vez de deixar ela continuar me chantageando com o meu passado, acho melhor me esconder de todo mundo primeiro. Vai ser melhor assim."

"Bom, já que você tá decidido, deixa tudo comigo. Logo mais a gente conversa", prometeu Jordan.

Enquanto Dave estava pedindo ajuda com a imigração, Steven também estava resolvendo os próprios problemas. Tobias, o presidente do Grupo Tobias, tinha fugido com dinheiro, e isso trouxe muitos problemas para Steven.

Quando Tobias fazia muito sucesso em San Fetillo, ele e Steven eram bem próximas. Certa vez, Steven comprou ações do Grupo Tobias e se tornou um acionista em segredo. Só os dois sabiam disso.

Como os negócios do Grupo Tobias sempre foram muito bons, a ambição e a ganância de Steven por dinheiro cresceram ainda mais. Portanto, quando Tobias foi até o amigo e pediu capital para abrir uma filial, Steven lhe deu uma quantidade de dinheiro de um superior por meios especiais.

Tobias havia prometido ao amigo que lhe devolveria tudo um mês depois, mas o que Steven não esperava era que a empresa do homem já estivesse próxima à falência há muito tempo. A tal filial era apenas uma desculpa para fugir com o dinheiro. Tobias fugiu para o exterior assim que recebeu o capital.

Steven tinha alocado um total de um bilhão de dólares de um superior. Onde ele arrumaria tanto dinheiro para cobrir a perda? Era por isso que, nesse momento, o homem estava muito nervoso.

Por coincidência, o superior soube da notícia e exigiu que os dois se encontrassem para conversarem sobre o assunto. Ele tinha uma boa relação com Steven nos últimos anos, portanto lhe pediu que encontrasse uma maneira de restituir o dinheiro o mais rápido possível. Com isso, o assunto estaria resolvido.

"Imagina, não precisa", recusou Edric. Só estava ajudando Steven por causa de Irene. Se o homem não fosse o pai dela, ele não teria se importado com a situação dele. Já que o estava ajudando, com certeza não queria nenhuma pintura ou que o homem lhe ficasse devendo.

"Não conta pra Irene sobre isso. Vou perder a minha dignidade se ela ficar sabendo", insistiu Steven. "Ela é teimosa desde criança, e não quero que ela me interprete mal."

Steven era a típica pessoa que fazia coisas erradas, mas ainda assim queria continuar tendo uma boa reputação. Edric sabia muito bem o quanto o homem era atrevido. "Tá tudo bem, sr. Cook. Aceito as pinturas como presente de casamento pra Irene, e você não fica me devendo nada. Vou pedir pro departamento financeiro transferir o dinheiro pra você."

Ao ouvir essas palavras, Steven deu um suspiro de alívio. Em seguida, deu a ele o número da conta e falou com muito entusiasmo sobre o casamento entre Edric e Irene: "Quando que vocês dois vão se casar no cartório?"

"Posso ir a qualquer hora que a Irene quiser", respondeu Edric.

"É melhor fazerem isso o mais rápido possível. Não é bom ficar deixando pra depois." Steven, cujo problema havia sido resolvido, recuperou a calma de sempre e perguntou: "Por que vocês não vêm jantar em casa hoje à noite, e eu converso com ela?"

Steven tomou essa iniciativa como forma de demonstrar agradecimento a Edric. Entretanto, até um idiota conseguiria perceber que Irene odiava o pai, então Edric não ficou muito grato; Se ele pedisse ajuda a Steven nesse momento, seria contraproducente, portanto recusou: "Tá tudo bem, eu mesmo falo com ela".

Depois de conversarem um pouco, eles foram resolver os próprios afazeres. Edric voltou à empresa e ordenou que o departamento financeiro transferisse o dinheiro para a conta de Steven. Depois de ouvi-lo desligar a ligação, John o lembrou: "Sr. Myers, não quer informar à srta. Nelson sobre isso?"

"Esse é o tipo de coisa que ela mais odeia. Se eu contar pra Irene, ela vai ficar com ainda mais raiva do pai. Vamos deixar esse assunto pra lá; conversamos sobre isso outra hora", respondeu o chefe.

Nesse meio-tempo, alguém bateu na porta. Rowane entrou e disse: "Sr. Myers, tenho uma coisa pra te contar".

Como John era sensato, começou a ir em direção à porta para sair de lá. Todavia, Edric acenou para que ele parasse e afirmou: "O meu assistente não é um estranho. Se você tem algo pra dizer, diga".

"O negócio é o seguinte: recebi um aviso de que fui aceita em uma universidade estrangeira, e tô pensando em ir estudar no exterior, então..." Rowane estava um pouco nervosa. Ela não tinha recebido aviso nenhum; foi Marie quem contratou um agente para enviá-la ao exterior. O medo dela era que o chefe pedisse detalhes.

"Você quer se demitir pra ir estudar no exterior?" Edric entendeu o que ela quis dizer. "Isso é ótimo! Eu apoio a sua decisão. Se precisar de alguma coisa, saiba que pode sempre vir falar comigo. Vou fazer o melhor pra te ajudar com o que você precisar."

Rowane sorriu e balançou a cabeça. "Obrigada, sr. Myers, mas não preciso de nada."