O marido misterioso romance Capítulo 147

"Não é a voz da Lily?" Irene pensou. Ela virou um pouco a cabeça e viu Lily e Deborah, ambas de óculos escuros, entrando no hospital.

"A gente não precisa pegar fila se chegarmos mais cedo", respondeu Deborah.

"A gente pode vir de noite se não quisermos pegar fila. A madame Walker tá aqui, de qualquer jeito. Por que vir tão cedo?" Respondeu Lily com desagrado. Ela havia voltado para casa à meia-noite, mas a mãe ainda assim a arrastou para fazer um exame na manhã seguinte, perturbando o doce sono dela. A jovem estava irritada.

"Vamos fazer esse exame logo. É melhor resolver esse assunto o quanto antes, sua idiota!" Repreendeu-a Deborah, agarrando a mão da filha e subindo rapidamente as escadas. Elas estavam com tanta pressa que não viram Irene, que estava parada ao lado do quadro de avisos.

Irene ouviu a conversa com clareza. "A madame Walker? A Marie é uma especialista nesse hospital... Será que tão falando nela?" Ela quis saber.

"Já que a Lily chamou ela de 'madame' em vez de 'doutora', será que são próximas? A Marie é uma conhecida delas?" A mulher coçou a cabeça.

Vendo que era quase a vez dela, Irene subiu também. O Departamento de Ginecologia e Obstetrícia ficava no segundo andar, enquanto o Departamento de Infertilidade ficava no terceiro andar. Irene viu que as duas subiram até o terceiro andar.

Ela foi direto para o segundo. Quando o médico soube que a mulher faria um exame de sangue para verificar se estava grávida, entregou-lhe uma fatura e pediu que ela fosse ao caixa para fazer o pagamento. Então, o médico encarregado do exame de sangue lhe pediu que fosse buscar os resultados na hora do almoço.

Vendo que ainda estava cedo, Irene saiu para esperar dar a hora. Podia ficar ali perto mesmo. Entre as enfermarias do hospital e a clínica, havia um pequeno jardim que estava decorado com uma fonte, flores e árvores. Era um belo lugar que evocava uma sensação de paz.

Ela foi para lá, sentou-se perto da fonte e ficou olhando as notícias no celular enquanto esperava.

O lugar estava bastante quieto. Irene estava vendo notícias havia um tempo quando de repente ouviu uma voz familiar. "Por que você ficou fazendo uma cara feia? O que a Marie vai pensar? Ela tá fazendo isso pro seu próprio bem", disse Deborah.

Irene estava atrás de uma enorme pedra; ela conseguia ver Lily e Deborah, mas as duas não conseguiam vê-la.

"Não tem como eu estar feliz," respondeu a garota.

"Você precisa estar, não importa o quanto esteja irritada. Teve sorte de estar menstruando agora. Por causa disso, a gente pode fazer exames que só podem ser feitos nesse momento. Assim que a menstruação acabar, a gente volta pra fazer outro check-up", disse a mulher.

Lily estava muito impaciente e perguntou: "Isso é tão irritante. Eu já não fiz esses exames antes? Por que eu tenho que fazer eles de novo?"

"Sua cabeça-de-vento, isso foi há três anos. A gente não vai saber como tá a sua fertilidade se não fizermos os exames de novo", explicou a mãe. "É pro seu próprio bem. Seja paciente, por mais que isso seja um pouco chato. A gente precisa garantir que tudo vai dar certo."

"Fico nervosa quando vejo a Marie. Mãe, por que não vamos pra outro hospital? Não quero ter que continuar lidando com ela." Lily ainda parecia bastante irritada.

"De jeito nenhum, eu só confio nela. Qualquer outra pessoa pode não conseguir fazer isso direito", respondeu Deborah.

"Por que você confia tanto nela? Aquela mulher é tão cruel, a ponto de machucar a própria sobrinha. Tenho medo de que ela vá fazer o mesmo comigo", insistiu Lily.

"Você não é igual à sobrinha dela. Não se preocupa. Mesmo que ela trate mal todas as outras pessoas, sempre vai te tratar bem", garantiu Deborah. "Só tenha paciência, e não esquece de sorrir pra ela e se comportar, entendeu?"

De má vontade, Lily prometeu à mãe e elas foram embora. Irene ficou muito surpresa. Por que as duas tinham vindo ao hospital? Pela conversa delas, Lily parecia estar descontente com a doutora. Elas disseram que Marie tinha sido cruel a ponto de machucar a própria sobrinha. Irene não sabia que Marie tinha parentes. Nesse caso, quem era a sobrinha dela?

Além disso, por que Lily tinha que fazer um exame durante e após a menstruação? Será que a garota tinha alguma doença ginecológica?

Edric havia dito que concordou em ficar noivo de Lily porque Marie lhe disse que a garota era infértil. Será que ela tinha vindo ao hospital para tratar a infertilidade?

Irene começou a pensar em várias perguntas, mas não tinha resposta para nenhuma dela. Ficou ali sentada no jardim por bastante tempo, até que chegou a hora do almoço. Ela se levantou e entrou de novo no hospital.

Depois de pegar os resultados dos exames, foi à clínica para ver o médico. Ele olhou para os papéis e declarou: "Com base nos exames, podemos confirmar que você tá no início da gravidez!"

Irene ficou radiante. Depois de agradecer ao doutor, ela saiu correndo do hospital. Chegando na entrada, não conseguiu mais se conter e ligou para Nathan. "Eu tô grávida!"

"É mesmo?" O tom dele mudou um pouco depois que ele ouviu a notícia. O homem também estava bastante surpreso. "Graças a Deus, agora a gente finalmente pode parar de se preocupar!"

"Sim! Agradeço a Deus por ter me dado essa esperança. O Eden vai ser salvo!" Irene começou a chorar. Só ela sabia o quanto foi difícil chegar a esse ponto.

"Mãe, quando você volta?" Perguntou a criança, do outro lado da linha.

"Daqui a alguns dias. Meu querido filho, logo mais vou estar de volta ao seu lado!" Disse Irene enquanto mandava beijos para o filho. Logo em seguida, ouviu o menino mandando beijos para ela também.

"Mãe, volta logo. Tenho uma surpresa pra você!" Exclamou Eden.

"Que surpresa?"

"Não posso te contar, né! Te falo quando você voltar", riu o menino.

"Como você tá sendo misterioso." A mãe também começou a rir.

Assim que encerrou a ligação, ela descobriu que Edric havia ligado algumas vez. Depois de ter saído para jantar com Rowane, o homem enfim se lembrou de ligar para ela.

Irene ignorou a ligação dele e acenou para pedir um táxi de volta para Chandelle Valley.

Depois de desligar a ligação, Eden apertou a mão de Nathan e disse: "Nathan, eu não contei pra mamãe sobre a surpresa. Você tem que me dar uma recompensa!"

Eden olhava para Nathan; o garoto tinha olhos encantadores, que lembravam as estrelas mais brilhantes no céu estrelado. Nathan deu uma risadinha, pegou a criança no colo, beijou-a e lhe deu um abraço enquanto girava.

Eden estava se divertindo. A risada dele preencheu a casa. Ele enfim teria um pai! Estava muito animado com isso, pois sempre quis um pai como Nathan. O sonho dele estava finalmente se tornando realidade, o que o deixava feliz além da conta.

Depois de alguns minutos, Nathan ficou exausto e colocou o menino no chão. Eden o abraçou e perguntou: "Você não vai mudar de ideia, né?"

O homem acariciou o cabelo da bela criança e disse com carinho: "Não se preocupa. Quando foi que eu menti pra você?"

"Eba! Você é o melhor!" Eden deu um sorriso tão grande que até apertou os olhos.

Em Chandelle Valley...

Irene voltou de táxi. Quando entrou na casa, começou a fazer as malas.