O marido misterioso romance Capítulo 169

"Irene, não tem motivo pra você ficar brava. Deixa eu te dizer, a sua melhor escolha no momento é casar com o Edric. Vocês já tem dois filhos juntos de qualquer jeito. Tenho certeza de que é mais fácil pra você ficar com o pai deles do que encontrar um padrasto pra eles."

"Mãe!" De repente, elas ouviram uma voz infantil e anasalada. Quando olharam na direção dela, viram Eden parado na porta, com os olhos bem arregalados. "Você não vai se casar com o Nathan? Por que vai ficar com o Edric agora?"

Chocada, Irene olhou para filho. Desde quando o menino estava acordado? Ele não deveria estar tirando uma soneca? A julgar pela expressão no rosto dele, ele devia ter ouvido a conversa toda. Maldita Joanne!

"Porque o Edric é o seu pai biológico", respondeu Joanne por puro rancor.

"Joanne White!" Irene ergueu a voz. Nesse momento, ela queria muito arrancar a boca da jovem.

"O Edric é o meu pai? Isso é verdade?" Eden olhou para o rosto da mãe, em busca de confirmação. Ele só acreditava nas palavras de Irene, então queria ouvir o que ela tinha para dizer.

"Claro que é verdade. O bebezinho na barriga da sua mãe também é do Edric... O Edric é o seu pai", repetiu Joanne.

"Sai daqui agora, Joanne! Senão eu vou parar de ser boazinha com você." Irene deu um empurrão na garota. Vendo como a mulher estava furiosa, Joanne não se atreveu a ficar por mais tempo, então obedeceu e foi embora. Eden estava parado na porta do quarto, chorando e fazendo bico.

Irene correu para abraçá-lo e tentou acalmá-lo: "Eden, não se preocupa. A mamãe tá aqui. Não chora".

"Mãe, o Edric é mesmo o meu pai?" A criança insistia em saber a resposta. A mulher não tinha mais escolha, portanto suspirou e fez que sim em resposta. "Por que o papai não quer a gente? Eu vi na TV que ele ficou noivo de outra mulher. Por que ele não quer a gente?"

"Não é que ele não quer; o seu pai só tá em uma situação em que não pode fazer nada", explicou Irene. Mas era óbvio que isso não fazia sentido para uma criança.

Eden viu com os próprios olhos quando os canais de notícias anunciaram o noivado entre Edric e Lily. Ele tinha ficado desapontado, mas naquela época Edric era só mais um homem para ele, então isso não o incomodou muito.

Agora que ele sabia que Edric era o pai dele, a mente inocente do garoto não conseguia compreender a situação toda. Ele não conseguia entender por que o pai não queria Irene e ele quando os dois eram tão legais?

Recusando-se a aceitar o fato de que Edric não os queria, Eden ficou chateado como nunca. "Mãe, o papai é uma pessoa ruim. Ele é mau!"

"Não... O papai não é..." Explicou Irene.

"Ele é! Ele é muito, muito mau! Eu odeio ele!" Essa era a primeira vez que Irene ouvia o filho expressar ódio, e o alvo da ira dele era Edric, o pai biológico do menino. Ela não sabia o que dizer; só podia abraçá-lo como forma de consolo.

E Edric escolheu aparecer justo nesse momento. Normalmente, o homem tirava uma folga do trabalho nesse horário para visitar o filho e brincar com ele. Esse dia não era diferente, então ele chegou trazendo as guloseimas e os brinquedos preferidos de Eden, ansioso para brincar com o garoto. Assim que entrou na mansão, avistou Irene abraçando o filho, que estava muito perturbado. Como era de se esperar, ele se aproximou correndo e perguntou, muito preocupado: "O que aconteceu?"

Ao ver o pai, Eden se soltou de Irene e saiu correndo na direção dele. Edric abriu os braços, esperando um abraço, mas o menino bateu na mão dele e começou a gritar, furioso: "Seu malvadão! Você é ruim! Nunca mais quero te ver!"

O homem fez uma careta de dor quando o filho se virou e foi pegar alguma coisa dentro de um quarto. Depois de um tempo, a criança chegou correndo com uma arma de brinquedo na mão. Visivelmente furioso, ele apontou a arma para Edric. "Seu mentiroso, sai da minha casa, senão eu te mato!"

Vendo a reação do filho à presença dele, Edric conseguia perceber como ele estava com raiva. As crianças eram criaturas simples que ainda não sabiam controlar os próprios sentimentos. Ele sabia que, se aquela fosse uma arma de verdade nas mãos de Eden, já haveria uma bala bem no meio do peito dele.

"O que aconteceu?" Edric olhou para Irene, que estava dando um sorriso amargo. "A Joanne acabou de vir aqui pra fazer confusão. O Eden ouviu tudo o que ela falou sobre a relação entre a gente."

Edric ficou sem reação. Ele se lembrou das inúmeras vezes em que se encontrou com Eden, e de todos os bons momentos que os dois passaram juntos. Mal sabia o homem que isso levaria o filho a ter tanta antipatia por ele.

Ele conseguia ver nos lindos olhos claros de Eden que a confiança que havia antes entre os dois não existia mais. No lugar dela, só havia raiva agora. Por mais que Irene tentasse, não conseguia persuadir o filho a abaixar a arma.

Ele apontou a arma de brinquedo direto para Edric e gritou: "Seu mentiroso, sai daqui! A gente não quer te ver nunca mais!"

Quando Edric viu o rancor no olhar de Eden e ouviu as palavras ofensivas dele,  ficou de coração partido, como se o órgão tivesse sido cortado em pedacinhos por uma faca. Aquele era, afinal, o filho dele.

Metade do sangue dele corria nas veias de Eden. Se a vida não fosse tão cruel, eles poderiam ter vivido felizes juntos. Ele teria orgulho de ser o pai do menino, e eles teriam uma forte ligação de pai e filho, mas agora todas as esperanças estavam destruídas. Eles nunca teriam a felicidade que deveriam ter tido. Agora, o homem não passava de um mentiroso para Eden. Um mentiroso de marca maior!

"Edric, acho que é melhor você ir embora." Vendo que o filho estava inconsolável, Irene só pôde implorar que o ex-marido partisse. Para a surpresa de todos, Edric continuou parado ali, encarando Eden. Ele queria muito se desculpar com o filho e implorar pelo perdão dele, mas, nesse momento, simplesmente não conseguia encontrar as palavras certas.

Como ele iria compensar o filho por toda a dor que causou? Como conseguiria que Eden o perdoasse? "Deus, me ajuda, por favor!" suplicou Edric. Agora, o homem se sentia impotente como nunca se sentiu antes.

Quando ele voltou para casa, arrastando-se por conta do peso que sentia no coração, Margaret estava saboreando a sopa nutritiva que Loraine tinha feito para ela. A velha ficou feliz em vê-lo e logo pediu que a empregada trouxesse uma tigela de sopa para Edric.

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