O marido misterioso romance Capítulo 173

Desde que Eden se lembrava, sempre quis ficar com o pai. A criança nunca pensou que ele pudesse ter deixado a esposa e o filho para se casar com outra mulher. Na mente infantil de Eden, Edric já estava morto. O homem era um grande mentiroso, e o menino o odiava!

"Não fala assim do seu pai. Filho, ele não teve escolha naquela época."

"Como assim, ele não teve escolha?" Perguntou Eden.

"Significa que ele teve uma razão pra fazer aquilo", explicou Irene. "Tem um motivo pra ele ter ficado noivo daquela mulher."

"Não era porque ele queria se casar com ela?" Eden se lembrava muito bem do anúncio do noivado entre Edric e Lily na TV.

"Não, ele não ficou noivo dela porque queria se casar com ela. Foi só uma encenação."

"Mas eu vi tudo. Mãe, não mente pra mim."

"Não tô mentindo pra você. Aquela mulher ficou doente, aí eles ficaram noivos pra ele cuidar dela."

Irene não conseguia encontrar um motivo para justificar as ações de Edric. Ela se lembrou de que ele uma vez lhe disse que tinha ficado noivo da garota porque ela era infértil. Foi aí que pensou nessa maneira de explicar a Eden.

"Por que o papai não cuidou de mim e de você? Por que ele preferiu cuidar de outra pessoa?" Perguntou o menino.

"Porque ele se sentia culpado em relação a ela, e achava que era o mais justo a se fazer." Irene continuou a explicar: "E não é que o seu pai não te amasse. Naquela época, ele nem sabia que você existia".

"E por que ele não sabia?"

"Quando eu tava te carregando na minha barriga, eu não contei pra ele."

"Você não contou pra ele porque ele te deixou triste?"

A mulher fez que sim. "Ele partiu o meu coração no passado, então eu nunca contei pra ele que tava grávida de você. Você nasceu depois que eu e o seu pai nos separamos. Então, ele nunca soube que você era o filho dele."

Eden se sentiu um pouco melhor depois de ouvir a explicação da mãe, mas ainda estava infeliz. "O papai é mau. Ele te machucou, então eu ainda não posso perdoar ele."

"Na verdade, o seu pai não tem culpa. Isso é só coisa de adulto. Você vai entender quando crescer. No momento, você só precisa se lembrar que o seu pai e eu te amamos."

"Não, eu não acredito o que papai me ama. Se ele me amasse, não teria te abandonado pra ficar noivo de outra pessoa." Eden estava bastante decidido.

Irene suspirou. "Ele já cancelou o noivado, e agora tá solteiro."

"Mãe, você perdoou o pai?"

Ela assentiu. "Sim, perdoei, então você também deveria. A gente precisa levar uma vida cheia de amor, e não cheia de ódio. É o único jeito de sermos felizes."

Depois de dizer isso, Irene de repente pensou em si mesma. Ela sempre esteve relutante em perdoar Steven por puro ódio. Dava para perceber que era mais fácil falar do que fazer. Ela mesma não conseguia perdoar o pai, então como poderia esperar que uma criança de quatro anos o fizesse? Ela não conseguiria influenciar Eden a mudar de ideia em relação a Edric tão rápido.

Do lado de fora da porta, Margaret chamou o filho várias vezes, mas Edric a ignorou. Ele estava profundamente desapontado com a mãe. Qualquer amor e respeito que tinha por ela foram destruídos por completo.

Se tivesse uma escolha, preferia não ter uma mãe assim. O homem permaneceu no escritório por muito tempo antes de se levantar e abrir a porta.

Vendo o filho sair do escritório, Margaret reclamou: "Edric, o que você tava fazendo aí? Não importa o quanto esteja ocupado, você precisa comer. Olha como tá tarde!" Em seguida, ela ordenou a Loraine: "Prepara a comida dele agora!"

A empregada se apressou para colocar os pratos na mesa. Edric, no entanto, não estava com a menor vontade de comer. Ele presumiu que John pudesse estar com fome, já que o assistente passou esse tempo todo o acompanhando, então o chamou para comer.

Os dois comeram em silêncio. Edric não sentia o gosto de nada, visto que mastigava sem prestar atenção. Por fim, quando viu John pousar os talheres, também fez o mesmo.

Margaret, que estava sentada na cadeira de rodas, resmungou sobre como o filho havia perdido peso nos últimos tempos. Edric olhou para a mãe e deu um sorriso sarcástico. Ele se levantou da mesa e foi em direção à porta. Vendo que o filho iria sair logo após comer, Margaret gritou atrás dele: "Edric, onde você tá indo?"

"Eu tô satisfeito, então vou sair pra andar um pouco", respondeu o homem, com  impaciência, anter de sair pela porta. John sabia como o chefe estava abatido, então o seguiu com diligência. Edric olhou para trás e disse: "Pode ir pra casa, John. Não precisa vir atrás de mim".

O assistente não estava disposto a lhe dar ouvidos. Edric insistiu: "Esse probleminha não vai me derrubar. Só quero ficar sozinho no jardim por um tempo. Volta pra casa e descansa. Preciso da sua ajuda com um negócio depois que você tiver descansado um pouco".

John não se convenceu até ouvir o chefe dizer isso. Depois que o assistente se despediu, Edric foi sozinho para o jardim.

Apesar de ter passado bastante tempo pensando nisso no escritório, ele ainda não conseguia controlar a própria raiva. Assim, estava com medo de não conseguir se conter e começar a questionar a mãe e a discutir com ela. Todavia, esse não era um problema que podia ser consertado por meio de brigas. Ele precisava ficar calmo e digerir tudo devagar. Era necessário pensar em como lidar com isso.

A mãe dele continuava teimosa como sempre. Quando Edric se lembrou de como se ajoelhou no chão para implorar que ela deixasse ele e Irene em paz, percebeu que tinha sido ingênuo demais.

Além do mais, não imaginava que Lily era tão sem-vergonha assim. Quando pensou na maneira como a garota agia na frente dele, fingindo estar triste para que ele acreditasse nela, o homem não conseguiu evitar rir com frieza.

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