O marido misterioso romance Capítulo 54

Edric ficou chateado quando soube que Nathan estava de volta.

Ele não conseguiu se concentrar no trabalho o dia todo. "Ela deve estar com ele agora mesmo, né?"

"O que eles tão fazendo agora? Vendo um filme, comendo ou então fazendo sexo como qualquer casal comum?"

Não suportando esses pensamentos, pegou o sobretudo e saiu o mais rápido possível da empresa. Ficou dirigindo sem rumo até que, de alguma forma, chegou ao antigo bairro de Irene.

Havia ocorrido um acidente de carro mais à frente, e a estrada estava congestionada. Edric ficou sentado no carro, irritado e impaciente, esperando desobstruírem o caminho.

"Eu não teria te trazido pra cá se soubesse que isso tinha acontecido. Tem tantos carros e tanta gente..."

Edric ouviu uma voz familiar. Olhando na direção dela, viu Irene. Ela não estava sozinha: Nathan, todo elegante e bonito, estava parado ao lado dela.

Ele estava segurando uma criança nos braços. Edric não conseguia ver o rosto do garoto, que estava de costas para ele. Irene deu um beijo na bochecha do menino.

Ele sabia muito bem o quanto ela queria um filho. De repente, sentiu um aperto no peito enquanto olhava fixamente na direção do homem e da mulher.

Só voltou a si quando o motorista do carro atrás dele buzinou com raiva. A polícia tinha lidado com o acidente, e os veículos haviam voltado a andar no engarrafamento. Segurando a criança, Irene e Nathan passaram pelo carro dele. Ele conseguia ver o sorriso feliz no rosto dela, mas a mulher não o notou.

Era como se nem se conhecessem agora! Um sentimento indescritível perturbava Edric. Sentia como se algo esmagasse seu peito.

Os dois já tinham desaparecido depois que ele encontrou um lugar para estacionar o carro. Não sabia por que ficava tão angustiado em ver Irene junto com Nathan.

Ela tinha memórias felizes relacionadas a esse lugar. No passado, tinha dito que só compartilharia sua felicidade com Edric. Mas agora, havia levado Nathan para lá também. O que isso significava?

Será que também queria compartilhar sua felicidade com Nathan? Que mulher reprovável! Edric queria ver como ela iria se divertir com outro homem quando o ex-marido estava por perto.

Depois de estacionar o carro, procurou por eles no beco em que ela morava, mas não os encontrou. Tinha visto com clareza que eles estavam caminhando com uma criança. Como conseguiram desaparecer tão rápido?

De repente, ele se lembrou que Irene gostava de ir até o riacho atrás do beco, então correu para lá.

Ela havia levado Nathan e o filho para a margem do rio. Embora San Fetillo estivesse se desenvolvendo rápido, o bairro em que Irene tinha morado permanecia o mesmo há mais de uma década. A pobreza o protegia da poluição. O riacho estava limpo, e a grama verde. Quando ficavam na margem do rio, dava para ver girinos e peixes nadando na água.

"Eu costumava pescar aqui quando era criança." Irene olhou para o rio, emocionada. "Minha família era muito pobre naquela época e não tinha dinheiro para comprar comida boa. Então eu vinha aqui pescar pra gente ter uma refeição nutritiva. Uma vez, tava chovendo forte e a água começou a me arrastar. Felizmente, me agarrei naquela árvore grande ali e consegui não ser carregada pela água. Meu tio nunca mais me deixou pescar depois disso."

Nathan conseguia sentir como a situação foi perigosa só pela história dela. Ele olhou com tristeza para a mulher e disse: "Você deve ter tido uma infância difícil".

"Sim, muito difícil, mas eu era muito feliz!" exclamou Irene. "Desde que o meu tio me proibiu de pescar, eu sempre sonhava que tava fazendo isso. Inclusive, ainda sonho."

Eden, que estava parado ao lado dela, ficou muito animado. "Mãe, eu quero pescar."

Irene e Nathan se entreolharam e sorriram. "Tudo bem!"

Ela tirou os sapatos, arregaçou as calças e pulou no rio sem a menor timidez. A água estava fria, e a areia macia. Enfim havia tido essa sensação de novo, mais de dez anos depois. Irene suspirou: "Talvez essa seja a última vez que eu pesco aqui!"

Eden não sabia do que a mãe estava se lamentando. Ele também tirou os sapatos, arregaçou as calças e entrou na água. Segurando uma garrafa de plástico, pediu a Irene que ela o ajudasse a pegar os peixes. Embora não fizesse isso há anos, ela ainda era bastante habilidosa. Pegou alguns peixes pequenos e os colocou na garrafa de plástico do filho.

O menino estava nas nuvens. Ele ergueu a garrafa e disse ao homem: "Tio Nathan, vem aqui também!"

Ele ficou tentado ao ver o quanto os dois estavam se divertindo e juntou-se a eles na água. Tendo crescido em uma família rica, não tinha ideia de como pescar. Tudo o que podia fazer era mexer na água junto com Eden quando via um peixe nadando.

Eles não só não conseguiram pegar os peixes, que eram escorregadios, como também ficaram encharcados.

Irene começou a rir enquanto assistia aos dois. A lama do rio a lembrava da época em que brincava ali com seus amigos de infância. De repente, ela pegou um tanto de lama e passou na cara de Nathan. Ele estava olhando para os peixes e não esperava que a mulher fosse se aproximar dele sem que ele percebesse. Eden riu alto quando viu a lama no rosto do homem, mas Irene também não poupou o filho. No final também sujou com lama o rosto da criança.

"Que feio, mãe!" O menino pegou um pouco de lama para passar no rosto dela também. Com a ajuda de Nathan, ela foi atacada pelos dois lados e ficou coberta de lama como esperado.

Os três pareciam ridículos com os rostos todos sujos. "Mãe, a gente colocou uma máscara facial?" Perguntou Eden com inocência.

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