O marido misterioso romance Capítulo 81

Depois que Irene saiu do café, ela recebeu uma ligação de Jordan. Ele perguntou: "Onde você tá?"

"Fui ver a Kinsey", mentiu ela.

"Por que você não me ligou pra avisar? Vim até a sua casa por nada", reclamou Jordan.

"Desculpa, saí com pressa, então acabei esquecendo", desculpou-se a mulher. Jordan decidiu deixar isso para lá. "Vou voltar pra empresa. Te vejo mais tarde."

Depois de desligar a ligação, Irene entrou em um táxi. Era a hora do rush, então havia muitos carros na rua. Como era de se imaginar, ela ficou presa em um engarrafamento. Felizmente, Jordan era o chefe dela, então Irene não tinha medo de levar uma bronca por estar atrasada. Quando pensou em Jordan, deu um doce sorriso.

De repente, ouviu uma voz familiar: "Por quanto tempo a gente vai ficar preso nesse trânsito?"

Irene virou a cabeça e olhou na direção dela. Para sua surpresa, viu Marie.

A mulher era a médica responsável por tratar sua infertilidade. Por consequência, Irene marcou muitas consultas e compromissos com Marie. Como ela foi tantas vezes no escritório da doutora, alguns dos pacientes pensavam que Irene era filha dela e comentavam até como as duas eram parecidas.

Irene também achava curioso o fato de que ela e Marie se pareciam. As duas não se conheciam e não eram parentes. No entanto, eram quase idênticas. Para ser mais exato, Irene via a mãe na médica.

Por esse motivo, ela naturalmente se sentia confortável com Marie e confiava plenamente nas palavras da doutora. Por conta disso também, nunca havia mudado para outro médico.

Mas a mulher não trabalhava na cidade de Alsburg? Por que estava em San Fetillo?

A doutora não viu Irene. Ela estava resmungando para o homem ao lado dela. Quando Irene olhou com mais atenção para ele, ficou muito chocada. Aquele não era o pai de Jordan, Malcom?

Por que ele estaria com Marie? Será que ela era a mulher que o fez abandonar a esposa e o filho?

Essa era uma possibilidade real. A médica ainda era encantadora, embora tivesse pelo menos uns quarenta anos. Era evidente que devia ser muito linda quando era mais jovem. Qualquer homem cairia nos charmes dela.

O afeto que Irene sentia por ela desapareceu nesse instante, pois odiava amantes; todas eram desprezíveis.

Quando chegou na empresa, ela viu Jordan conversando com David. Quando a viram entrar, eles pararam de falar. O assistente se levantou e saiu. Jordan resmungou para ela: "Se você não chegasse aqui em alguns minutos, eu iria sair pra te procurar".

"Fiquei presa em um engarrafamento", disse Irene, sorrindo.

"Vem aqui, preciso te contar uma coisa." Jordan acenou com a mão, para que ela se aproximasse. "A Joanne veio ontem pra San Fetillo. Imagino que tenha vindo por causa de você. Se ela entrar em contato com você, me avisa."

"Tarde demais. Ela já falou comigo", respondeu a mulher.

"Você não tinha dito que foi ver a Kinsey? Como ousa mentir pra mim." Jordan ergueu as sobrancelhas, como se estivesse prestes a perder a paciência.

"Fiquei com medo de que você fosse se preocupar comigo." Irene pegou a mão de Jordan. Isso fez com que o homem se acalmasse. Ele segurou a mão dela também. "O que ela falou pra você?"

"Você quer mesmo ouvir?" Irene ergueu as sobrancelhas e, dando um leve sorriso, olhou para Jordan. "Ela me contou a história de amor entre vocês dois, e queria que eu, a amante, parasse de atrapalhar."

"Irene, quero deixar bem claro que a gente não era nada do que ela falou pra você. Por favor, acredita em mim!" Ele ficou um pouco ansioso.

"Se eu acreditasse nela, acha que eu estaria parada na sua frente agora, conversando com você?" Irene olhou feio para ele. Jordan riu depois de pensar nisso e de ver que fazia sentido. Mesmo assim, só para garantir, ainda lembrou a mulher: "Não acredita no que os outros dizem. Não acredita em ninguém. Todo mundo vai mentir pra você, menos eu. Tá bom?"

Irene assentiu. "Sim, eu sei! Tô esperando você me dar a vida feliz que me prometeu!"

De repente, lembrou-se de que tinha visto Marie no caminho para a empresa, então perguntou por curiosidade: "Jordan, você conhece a Marie Walker?"

“Não conheço”, respondeu Jordan, mas logo bufou. "Mas ouvi dizer que foi ela que pediu ao meu pai pra ele abandonar a mim e à minha mãe!"

"Então foi mesmo ela?" Irene estava perplexa.

Rowane pensava que Irene deixaria Jordan assim que Joanne entrasse em ação, mas as coisas não saíram conforme o planejado. Os dois ficaram ainda mais próximos um do outro. Nesse meio-tempo, Joanne foi embora de San Fetillo. Parecia que o encontro com Irene não tinha produzido resultados.

Rowane ficou com dor de cabeça de novo. Ela tinha feito tudo o que podia por Edric. O que deveria fazer agora?

Ele também ficou sabendo que Joanne visitou San Fetillo. Quando ouviu que ela foi embora logo após se encontrar com Irene, ficou bastante chocado.

No começo, o fato de a mulher ter visitado a cidade o deixava preocupado com Irene. Afinal, a ex-esposa havia sido humilhada por Joanne muitas vezes por causa de Nathan.

Ele pensava que a humilhação aconteceria de novo, como no passado. Entretanto, dessa vez, foi Joanne que saiu envergonhada da cidade.

Era óbvio que Irene não havia deixado a outra mulher conseguir o que queria. Edric ficou muito surpreso. Como ela conseguiu mudar tanto?

Ele se lembrou do passado. Naquela época, Britney assumiu a responsabilidade de separar Nathan de Irene, que cedeu à pressão da mulher quase na mesma hora. Então, por que estava sendo tão insistente dessa vez?

Além disso, os playboys não eram o tipo de homem que Irene mais odiava? Nesse caso, por que tinha se apaixonou por alguém como Jordan? Por quê?

Edric franziu a testa. O sangue estava fervendo. Ele entendeu que, nesse momento, o relacionamento entre a ex-esposa e Jordan era muito sério.

O homem sentia uma dor bem forte no peito. Além da dor, também se sentia desapontado. Será que a única coisa que ele poderia fazer era ficar parado enquanto Irene se casava com Jordan?

Edric estava pensando no assunto quando John entrou no escritório. "O Sr. Pedro acabou de chegar em San Fetillo!"

O velho tinha vindo em pessoa. Edric se sentia com sorte e preocupado ao mesmo tempo.

A parte boa era que Pedro não tinha conseguido mais ficar parado. Mas o que preocupava Edric era o fato de não saber como o homem lidaria com Irene. Afinal, o velho era muito astuto. A mulher, por outro lado, era orgulhosa e franca. Como ela seria páreo para Pedro?

O avô de Jordan não informou ao neto sobre sua chegada à cidade. Ele tinha vindo em segredo e se hospedou em um hotel comum. Quando era de noite, ligou para Irene.

No momento em que ela atendeu, ele disse no tom mais gentil possível: "Sou o vô do Jordan e quero te conhecer, Srta. Nelson. Quando vai estar disponível?"

Irene ficou estupefata por ter recebido uma ligação dele. Joanne tinha acabado de ir embora no dia anterior, e lá estava outra pessoa: Pedro. A reação forte que a família Reed teve era, de fato, extraordinária. Ela respondeu: "A qualquer hora".

"Sendo assim, vamos nos encontrar agora", sugeriu o velho.

Irene foi até a casa de chá onde Pedro estava. Havia dois guarda-costas parados na porta. Quando viram Irene, abriram a porta para ela. "Senhorita Nelson, por favor, pode entrar!"

A mulher entrou na sala e viu Pedro sentado no sofá. Ele parecia ter uns sessenta anos, mas ela sabia que o homem tinha, na verdade, mais de setenta.

As feições de Pedro eram muito parecidas com as de Jordan, mas ele aparentava ser mais reservado do que o neto. Diferente dele, o velho causava um sentimento de alienação nas pessoas.

Ao ouvir a voz dela, Pedro ergueu os olhos. Ele já tinha visto a foto de Irene antes, mas, no momento em que a viu em pessoa, ficou um pouco atordoado pela beleza dela.

Não era de se admirar que o neto a amasse tanto. Se ela não fosse divorciada e viesse de uma boa família, com certeza seria digna de Jordan.

Irene acenou com a cabeça para o velho. O homem tinha um sorriso caloroso no rosto, mas seus olhos revelavam que ele não estava tão feliz assim. "Senhorita Nelson, por favor, sente-se."

Irene sentou-se em frente a Pedro. O garçom entrou, serviu-lhes chá e saiu. O velho pegou a xícara e deu um gole. "Senhorita Nelson, você nasceu e foi criada em San Fetillo?"

"Sim", respondeu Irene.

"Qual é a sua relação com Myra Nelson?" Perguntou o homem.

"Ela é a minha mãe." Por reflexo, ela olhou para Pedro. Como ele sabia o nome da mãe dela?

"Ah! Será que o Jordan já te contou sobre os problemas da nossa família?" O velho ainda usava o mesmo tom gentil de antes.

"Ele já me falou um pouco disso." A resposta dela foi direta.

"Nesse caso, você deve saber que o pai de Jordan nunca foi presente na vida dele, né? O que você pensa disso?" Perguntou ele.

"Simpatizo muito com a situação dele." Irene não sabia aonde Pedro queria chegar.

A razão pela qual ele quis encontrá-la devia ser por querer que ela deixasse o neto dele. Mas por que o velho só não ia direto ao ponto? Pedro não faria essas perguntas sem ter um motivo, faria? Com certeza havia segundas intenções por trás das palavras dele. Irene ficou mais atenta.

"A mulher que fez Jordan perder o pai é de San Fetillo. Acho esquisito que o nome dela seja idêntico ao da sua mãe. Não sei se é só uma coincidência..." Pedro disse essas coisas um pouco mais devagar.

Irene ficou pasma. Pelo que ela lembrava, os pais dela sempre foram muito apaixonados um pelo outro. Além disso, a mãe dela havia falecido quando Irene tinha cerca de dez anos de idade. Como era possível que tivesse tido um relacionamento com Malcom?

Por dentro, Irene estava em dúvida, porém não alterou o tom de voz: "Talvez seja só uma grande coincidência mesmo".

"Eu tenho uma foto do Malcom e daquela mulher. Gostaria que você desse uma olhada nela." Pedro tirou do bolso a foto e a colocou sobre a mesa.

O papel estava um pouco amarelado, indicando que já era bem velho. Irene pegou a foto e olhou para ela. A expressão dela mudou de imediato. "Como isso é possível?"

Na foto, o belo homem era idêntico a Jordan, e ela reconheceu na mesma hora a mulher nos braços dele. Vendo que a expressão de Irene havia mudado bastante, Pedro acrescentou sem pressa: "Senhorita Nelson, você conhece essa mulher?"

"Isso é algum tipo de engano?" Ela estava abalada. Lembrou-se do que Jordan havia dito: a mulher que tirou Malcom da família dele era casada.

Contudo, era possível que a mãe dela tivesse tido um caso com Malcom? O problema era a nitidez da foto nas mãos dela: dava para ver com clareza que a mulher era Myra.

"Não! Impossível! Isso deve ser um mal-entendido!" Nas memórias dela, os pais se amavam muito. Por que Myra teria tido um caso com outro homem? Irene não conseguia acreditar e se recusava a fazê-lo.

"Essa é a verdade. Malcom abandonou a esposa e o filho por causa da sua mãe. Quando ele foi embora, Jordan ainda era uma criança. Fiz de tudo, mas ele não quis voltar. No fim, sua mãe acabou morrendo em um acidente de carro, mas ele ainda se recusou a voltar pra nossa família." Pedro deu um longo suspiro.

"Só pode ser um engano. Minha mãe não teve um caso com outro homem, isso é impossível. Com certeza é um erro!"

Irene murmurava para si mesma. De repente, lembrou-se de que viu Malcom e Marie juntos mais cedo. "A mulher que o pai do Jordan ama não é a minha mãe, só se parece muito com ela. O nome dela é Marie. É uma médica, até vi ela com o Malcom!"

"Não consegue nem ver que a pessoa na foto é a sua mãe? Essa tal de Marie, de quem você tá falando, é mesmo a amante dele. Mas sabe por quê? É só porque ela se parece com a sua mãe."

Irene não conseguia aceitar isso. Não conseguia entender o que estava acontecendo. A foto era realmente uma prova irrefutável. A mulher nela era, de fato, Myra. Ela e Malcom estavam se abraçando como se fossem muito próximos.

Sentindo dor, Irene fechou os olhos. A pessoa que Jordan mais odiava era, na verdade, a mãe dela. Como isso era possível?

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