"Na escola"
Chego na sala e logo me deparo com o Stev estendido no chão, meu coração rapidamente acelera.
— Stev? Stev fala comigo! — Tentava o chamar mas ele não reagia, vou a correr chamar ajuda, 15 minutos depois a ambulância chega e vamos pro hospital, eles levam ele para um corredor cheio de portas e eu fico numa sala a espera de notícias...
— Elli, onde ele está? O que aconteceu? — Liz pergunta vindo ter comigo.
— Eu não sei, foi tudo muito rápido... eu cheguei e ele já estava desmaiado!
— Vocês vieram com o Steven Marques? — Uma médica pergunta vindo ter connosco.
— Sim!
— Ele está bem, foi só um efeito colateral dos comprimidos, é normal o corpo rejeitar algumas doses... a quanto tempo ele começou com o tratamento?
— Como assim tratamentos? — Perguntamos.
— Os tratamentos que ele tem feito!
— O Stev está doente? O que ele tem? — Eu e a Liz nos perguntamos sem perceber nada.
— Ele não vos contou?
— Contar o quê?
— O Stev tem câncer cerebral!
— O quê? Deve haver algum engano aqui, Steven Marques?
— Sim o rapaz que entrou à uns 30 minutos!— A médica responde analisando os papéis que estavam na sua mão.
— Não pode ser... a gente pode ver ele?
— Sim, quarto 23! — Fomos a correr a procura do quarto, entramos e vemos ele deitado na cama.
— Como você está?
— Meio tonto e com a cabeça doendo muito!
— O que se passa com você Stev?
— Porque não nos contou?
— O que vocês iriam fazer, me curar?
— Somos amigos para os bons e maus momentos, estaríamos com você em todas as fases te dando força, não teria de passar por isso sozinho.
— Eu não queria que ninguém soubesse, já é horrível ter de passar por tudo isso e saber que a qualquer momento o meu cabelo vai cair, serei operado e se tudo correr mal posso morrer!
— Você não vai morrer, imagine a nossa vida sem você, não teria graça nenhuma...
— Vai correr tudo bem e a gente vai ultrapassar isso juntos!
— Me prometam que vão ser discretas, eu não quero que as pessoas na escola comecem a comentar sobre mim...
— Se depender da gente ninguém saberá!
— Estou com medo de não sobreviver, quanto mais comprimidos eu tomo pior eu me sinto, as vezes nem consigo ficar de pé.
— São os efeitos colaterais, relaxa vai tudo ficar bem... — Seguramos a mão dele e ficamos lá até os seus pais chegarem, no final da noite eu e a Liz vamos pra casa quando vemos algo estranho no caminho...
— Você está vendo o mesmo que eu? — Pergunto olhando para a porta de saída de um shopping.
— Um casal normal andando de mãos dadas...
— Aquele é o Caio!
— Deve estar se confundindo ele... — No mesmo instante um táxi chega, eles se beijam, a garota entra no carro e vai embora.
— É o Caio!
— Nossa, é mesmo ele!— Liz comenta e eu vou ter com ele...
— Tudo bem com você, Caio?— Digo indo atrás dele, ele vira e apanha um susto.
— Elli? Poxa que susto, o que faz por aqui? — Ele pergunta super assustado.
— Dando uma volta e você?
— Também, precisava relaxar um pouco...
— E você está sozinho?
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