O misterioso toque do amor romance Capítulo 422

Cristina tratou as palavras de Derek como se fossem uma piada. “Como você, um estranho, pode afirmar que conhece minha identidade melhor do que eu?”

O homem lhe deu um olhar divertido e respondeu: “E se for algo que foi escondido de você?”

Os olhos de Cristina se estreitaram e foi como se o tempo tivesse parado, embora apenas alguns segundos tivessem passado.

Ela nunca havia questionado sua identidade antes deste momento.

Em sua mente, ela simplesmente tinha uma figura paterna desprezível e não desejava mais mergulhar em seu passado. Foi o suficiente para ela viver em paz com a mãe pelo resto de seus dias.

“Você não pode saber mais sobre mim do que eu, especialmente se for algo que eu desconheço completamente, então esqueça isso”, decidiu Cristina com firmeza, recusando-se a aceitar as afirmações de Derek. Ela se virou, pretendendo ir embora.

“Seu sobrenome não é Steele, e você não é filha de Getúlio e Sharon. Você é a filha mais velha da família Gibson de Hallsbay”, revelou Derek com os dentes cerrados.

Embora relutante, ele via isso como a melhor maneira de separar ela e Nathan.

Cristina parou e estreitou os olhos enquanto processava suas palavras.

Percebendo a hesitação da jovem, Derek entregou-lhe uma pasta que havia preparado anteriormente.

“Dê uma olhada nesses documentos. Se os achar incompletos, talvez o escritório de Nathan contenha a informação que você procura”, sugeriu.

Com uma mistura de especulação e dúvida girando em sua mente, Cristina aceitou a pasta.

Ela saiu do hotel e voltou para a Mansão Jardim Panorâmico.

Ao entrar em seu quarto, a jovem não perdeu tempo em abrir os documentos, fazendo com que seu conteúdo se espalhasse pela superfície à sua frente.

No entanto, ao invés de abordar diretamente a sua origem e identidade, ela descobriu um recorte de jornal. O artigo relatava um incidente ocorrido há mais de vinte anos, que descrevia o colapso de um terreno imobiliário de propriedade da Corporação Hadley, resultando em um carro preso e na morte de um passageiro, bem como ferimentos graves em outro.

César, que ainda era CEO na época, pediu desculpas publicamente pelo trágico acontecimento.

A confusão tomou conta de Cristina enquanto ela tentava ligar os pontos entre esse incidente e sua própria vida, mas as palavras de Derek permaneceram em sua mente, incitando-a a se aprofundar.

Intrigada e motivada pela sua crescente curiosidade, Cristina decidiu procurar respostas no escritório de Nathan.

No espaçoso cômodo, a mesa exibia pastas bem empilhadas e um porta-canetas elegante que abrigava uma caneta cara.

Apesar de sua busca minuciosa por pistas na mesa, Cristina não encontrou nada de relevante. Frustrada, ela voltou sua atenção para as estantes, examinando meticulosamente os livros na esperança de encontrar algo que pudesse esclarecer sua identidade.

No entanto, seus esforços não lhe renderam nada, deixando-a questionando se Derek a havia enganado mais uma vez.

“O que está fazendo?” Uma voz profunda e rouca tirou Cristina de seu devaneio, fazendo-a pular de medo.

Recuperando rapidamente a compostura, ela se virou para encarar Nathan. “Achei que poderia ajudar a organizar suas estantes, já que tenho tempo livre”, explicou ela.

“Deixe isso para a governanta”, insistiu o marido, agarrando firmemente seu pulso e puxando-a em direção ao sofá próximo.

“Por que suas mãos estão tão frias?”, perguntou.

“Estou com um pouco de frio”, respondeu Cristina instintivamente, afastando a mão. Sem saber que Nathan havia entrado no escritório enquanto ela estava absorta em sua busca, ela começou a suar nervosamente, fazendo com que suas palmas ficassem geladas.

Nathan olhou ao redor e percebeu que o ar condicionado estava desligado enquanto uma refrescante brisa de verão preenchia a sala. Perplexo, ele não conseguiu entender por que as mãos de sua esposa estavam tão frias, apesar da temperatura confortável.

“Talvez seja o vento gelado, já que está escurecendo.” Nathan levantou-se e fechou as janelas.

Só então, seus dois pequenos filhos invadiram a sala. Eles correram alegremente em direção a Cristina e envolveram suas pernas com seus bracinhos. “Mamãe, a vovó mandou o motorista trazer um bolo enorme para nós”, exclamou Camile, com a cabeça inclinada para o lado.

Ela olhou para a mais velha com olhos inocentes e acrescentou: “Mamãe, vamos descer e comer o bolo, ok?”

“Tudo bem, vamos comê-lo, mas deveríamos levar o papai também”, respondeu Cristina, abaixando-se para segurar a mão de Leandro.