O Preço da Tentação romance Capítulo 136

Sérgio se posicionou entre os dois, usando sua vantagem de altura para se interpor entre ele e Isabela.

Com o queixo ligeiramente erguido e uma mão no bolso da calça, ele parecia um tanto despretensioso e despreocupado.

Era justamente essa postura que impedia Luciano de o confrontar.

Se fosse qualquer outra pessoa tentando interferir, Luciano já teria mostrado sua irritação, mas diante de Sérgio, ele hesitou.

Luciano olhou para Sérgio e disse, com um tom que indicava intromissão em assuntos de família:

— Presidente Medeiros, este é um assunto de família.

Sérgio, no entanto, permaneceu firme:

— Permitir que uma moça seja maltratada não é o comportamento de um cavalheiro.

Enquanto ele falava, Isabela olhou para ele por cima do ombro.

Ela já era mais baixa que Sérgio, chegando apenas à altura de seu ombro.

Mas, ao olhar para Sérgio agora, ela sentiu uma súbita tranquilidade.

Luciano encarou Sérgio e, de repente, algo lhe ocorreu, fazendo seus lábios tremerem ligeiramente.

Ele estava prestes a falar quando Isabela se virou e começou a se afastar.

— Isabela, pare! Isabela!

Os gritos de Luciano não surtiram efeito em Isabela; pelo contrário, ela acelerou o passo.

Luciano cerrou os dentes, suas sobrancelhas se juntaram em uma expressão de frustração.

— Dizem que o Sr. Santiago é um homem íntegro, que cuida bem de sua enteada, assim como cuida da própria filha. Hoje, vejo que é verdade.

Sérgio falou em um tom calmo, mas a ironia em suas palavras era inconfundível.

Ele estava claramente zombando de Luciano por sacrificar sua filha por causa de um estranho.

Considerando a idade, Luciano era um ancião, e ser ridicularizado por Sérgio o deixou irritado.

No entanto, devido à posição de Sérgio, ele só pôde repetir:

— Sr. Medeiros, isso é um assunto de família.

Sérgio arqueou uma sobrancelha, lhe lançou um olhar e se afastou.

Isabela não tinha vindo de carro; ela tinha chegado com Luciano e agora estava na calçada, tentando chamar um táxi.

No carro, Isabela olhava as mensagens no celular.

O incêndio era grave e já tinha saído nas notícias locais, caso contrário, Suzana não teria visto.

Ela atualizou várias vezes, tentando obter as informações mais recentes, mas não houve novas atualizações.

Sérgio lhe lançou um olhar antes de voltar sua atenção para o laptop, começando a trabalhar.

Seus dedos longos batiam no teclado, produzindo um som constante de digitação.

O carro estava silencioso, exceto pelo som das teclas sendo pressionadas.

Era um silêncio opressivo, apesar de já terem compartilhado momentos íntimos, mesmo sentados no carro, pareciam dois estranhos.

Isabela estava encostada na porta do carro, mantendo uma distância considerável entre eles.

Antes de chegarem ao destino, Isabela avistou de longe sua casa, que agora estava coberta por uma fumaça densa.

Seus olhos se encheram de lágrimas imediatamente.

Ela bateu no assento do motorista e pediu:

— Por favor, acelere.