Isabela olhou para ela, achando a situação bastante interessante.
— Seu filho não é meu, por que eu deveria o levar em consideração? Em vez de tentar me forçar moralmente, a senhora deveria ter escolhido um pai melhor para ele desde o começo.
Isabela sempre foi direta ao falar.
Ela estava largada de forma desleixada na cadeira, com uma perna machucada, como se estivesse relaxando em uma praia e não em uma delegacia.
Sentado ao lado dela, Sérgio arqueou uma sobrancelha, lhe lançando um olhar de soslaio. Seu corpo alto e esguio se recostou ligeiramente para trás, enquanto ele passava a mão pelo queixo, com os olhos fixos em Isabela. Até mesmo sua expressão séria e habitual parecia ter se suavizado, com os lábios ligeiramente curvados, como se estivesse se divertindo com o desenrolar da cena.
Mas Isabela não percebeu isso, pois sua atenção estava completamente voltada para a mulher de meia-idade à sua frente.
Enquanto isso, calculava mentalmente o prejuízo que havia sofrido.
Isabela nunca foi do tipo que aceita ser prejudicada sem reagir. E, dessa vez, o prejuízo tinha sido grande. Só o carro, que havia sido destruído, valia quase 1 milhão de reais. Isso sem contar o susto que ela levou naquela noite.
Após ponderar por um momento, ela se recostou na cadeira e falou com seriedade:
— Sra. Araújo, é melhor começarmos falando sobre a indenização. Seu marido destruiu meu carro e me obrigou a entrar na água. O carro foi completamente perdido, o seu valor é de quase 1 milhão de reais. Além disso, há o dano moral. Quanto a senhora acha que seria justo?
Vendo que Isabela foi direto ao ponto, a Sra. Araújo parou de chorar.
Ela hesitou por um momento antes de responder:
— Se a senhora estiver disposta a emitir a carta de perdão, pagarei 2 milhões de reais como compensação. — Ela disse isso, olhando para Isabela com uma expressão de súplica. — Sei que talvez esse valor não seja nada para a senhora, mas é tudo o que tenho, minhas economias de uma vida inteira.
Isabela a encarou fixamente, percebendo que a Sra. Araújo também não era uma pessoa fácil de lidar.
Sem querer prolongar a conversa, ela pensou por um instante e respondeu:
— Se Ricardo teve coragem de fazer o que fez, também deve ter coragem de arcar com as consequências. Não estou interessada no dinheiro de vocês. Quero apenas o que é meu por direito: 1 milhão de reais, nem mais, nem menos. Mas a carta de perdão, eu não vou emitir. — Disse isso enquanto se levantava, encarando os olhos avermelhados da Sra. Araújo. — Se acha que isso não é suficiente, trate diretamente com meu advogado da próxima vez.
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