O Preço da Tentação romance Capítulo 22

A expressão de Isabela finalmente revelou uma rachadura.

Mas foi só por um momento, logo, sua expressão voltou ao normal.

— Como mais poderia ter morrido? Foi de doença, claro.

— Puxa, parece que a Srta. Isabela é realmente ingênua, né? Depois de tantos anos, ainda não percebeu que foi enganada por aquelas duas vadias.

Isabela levantou os olhos, olhou para ele e perguntou:

— O que você quer dizer com isso?

— Hã, quando sua mãe estava internada, a Lívia era a enfermeira dela. — Disse o homem.

Isabela arqueou uma sobrancelha.

— Parece que você sabe bastante coisa.

Era verdade, quando sua mãe ficou doente, foi Lívia quem cuidou dela.

Lívia foi a enfermeira indicada pelo médico responsável por sua mãe e, enquanto cuidava dela, o fez com muita dedicação. Naquela época, Isabela até gostava dela.

Era comum ouvir as palavras de Lívia e até fez com que seu pai transferisse Hanna, que na época ainda se chamava Hanna Cunha, para a mesma escola que ela.

Tudo aquilo porque Lívia disse que sua filha estava sofrendo bullying na escola anterior.

Na escola, Isabela também cuidou de Hanna, mas nunca imaginou que, logo após a morte de sua mãe, Lívia e Luciano estivessem envolvido na cama.

Aquilo causou um grande trauma psicológico nela, que ainda era menor de idade na época. Desde então, sua personalidade se tornou cada vez mais afiada, como uma fortaleza de farpas.

Ao lembrar daquilo, seus olhos brilharam por um momento. Com um gesto elegante, ela levantou o queixo e olhou para o homem.

— Então, o que mais você sabe?

O homem ficou em silêncio por um instante, tirou uma pasta de seu bolso e, depois de procurar um pouco, retirou algumas folhas e entregou para Isabela.

— Dá uma olhada nisso.

Isabela apertou os lábios e pegou as folhas com a mão.

Ela deu uma olhada rápida no papel e, de repente, seus olhos brilhantes se tornaram sombrios.

Demorou um tempo para ela levantar o olhar e encarar o homem.

— Como eu posso confiar que o que você me mostrou é real?

Mas, para sua surpresa, o celular tocou novamente. Com um suspiro irritado, ela atendeu, e uma voz grave do outro lado falou:

— O que é isso? Pegou o dinheiro e agora não vai cumprir com o combinado, né?

Era a voz de Sérgio. Isabela hesitou por um momento, e então perguntou baixinho:

— Sr. Sérgio, o que deseja?

Ela ouviu uma respiração do outro lado, como se ele tivesse puxado uma tragada de cigarro, e depois ele disse:

— À tarde, no mesmo lugar.

Isabela ficou sem palavras.

Aquele homem parecia feito de gelo, tão controlado, mas com uma libido tão forte?

Ela pensou em recusar, mas o homem já tinha desligado.

Ela ficou em silêncio por um momento, depois se levantou, pegou sua bolsa e deixou cem reais sobre a mesa antes de sair da cafeteria.

Ela estava um pouco perdida, sem saber para onde ir. Sérgio havia oferecido um lugar a ela, e ela aceitou sem pensar duas vezes. A ordem de Sérgio veio como uma âncora, pelo menos ali ela sabia exatamente qual papel desempenhar.