Sérgio era exigente demais quando se tratava de comida.
Isabela não sabia cozinhar, mas fazer cortesia com o chapéu dos outros estava longe de ser um problema.
Afinal, no dia anterior Sérgio tinha a ajudado tanto, que ela sentia que precisava retribuir de alguma forma.
Então passou no Bosque, pediu alguns pratos que ele gostava e ainda encomendou uma canja leve para o estômago dele. Só depois saiu do restaurante.
Marcos, vendo aquilo, comentou:
— Você podia simplesmente ligar e pedir para entregarem em casa.
Isabela sorriu de leve:
— Assim perderia a graça, não acha? Ia parecer sem nenhuma consideração.
Marcos arqueou a sobrancelha:
— Verdade.
Não era à toa que o chefe gostava tanto dela... Isabela realmente sabia agradar.
Ele suspirou por dentro: Sérgio tinha caído de vez nos encantos dela.
Enquanto pensava nisso, ele abriu a porta do carro para Isabela entrar.
O carro rodou até parar em frente ao Paraíso.
Isabela desceu, ficou parada diante da mansão e não se mexeu por alguns instantes.
Da primeira vez que tinha ido até ali, as lembranças não tinham sido boas.
Seu coração apertou um pouco, como se tivesse medo sem perceber.
Marcos se aproximou, percebendo o desconforto dela:
— Fique tranquila, Srta. Isabela. Hoje ninguém vai ousar fazer nada contra você.
Ela assentiu, consciente:
— Vamos.
Enquanto esperavam o elevador, Isabela se virou para Marcos de repente:
— O Bosque... E o Paraíso... Não me diga que o Bosque também é do Sérgio?
Marcos ergueu uma sobrancelha e sorriu de canto:
— Só descobriu agora?
Isabela ficou sem palavras.
— Por que não falou antes?
Ela abaixou os olhos para a caixa de comida que carregava e soltou um suspiro meio frustrado.
Aquilo já não era mais fazer cortesia com o chapéu dos outros. Era usar as coisas de Sérgio para agradar o próprio Sérgio.
Ela levou a mão à testa, quase rindo de si mesma.
O elevador apitou e abriu.
O olhar dele escureceu e, com um sorriso carregado de malícia, comentou:
— Então quer dizer que ontem ainda não foi suficiente?
Isabela nem tinha pensado naquilo, mas a lembrança repentina fez suas bochechas ficarem coradas.
Sérgio pareceu gostar bastante daquela reação.
Ele ergueu os olhos para a mesa, onde os pratos estavam organizados de forma impecável.
— Foi você que fez?
Isabela sorriu de leve:
— Você só pode estar brincando. Como eu ousaria mostrar meu talento na frente de você? Mas fui eu mesma quem pediu tudo especialmente para você.
— Então, devo te agradecer. — Disse Sérgio, caminhando até a mesa. Pela primeira vez parecia ter recuperado o apetite.
Ao virar o rosto, notou que Isabela ainda permanecia de pé, imóvel. Ele lançou um olhar rápido na direção dela.
Ela pensou que ele queria que ela o servisse. Depois de hesitar por um instante, se aproximou, pegou a colher e colocou a comida no prato dele.
Sérgio estava de bom humor e não fez nenhum comentário. Apenas se sentou e começou a comer.
Depois de uma tigela de canja, já parecia ter uma expressão mais saudável.
Pegou o guardanapo e limpou o canto dos lábios com calma. Então, levantou os olhos para encarar Isabela com um sorriso leve:
— Veio me pedir alguma coisa?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
O que houve que não lançaram mais nenhum capítulo?...
Muito chato ficar esperando capítulos,já desisti de outros livros por esse mesmo motivo,perde a emoção da leitura...
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...