O Preço da Tentação romance Capítulo 305

— Parece que piorou de novo.

— Pois é, então você vai ter que se responsabilizar. — Disse Sérgio. — Se não fosse por você ter exagerado ontem à noite, minha ferida não estaria tão feia.

Isabela ficou em silêncio.

Sérgio realmente tinha o dom de tocar exatamente onde dói.

Ela tinha evitado pensar naquelas cenas, mas naquele momento, com ele mencionando, tudo voltou à mente de uma vez.

Ela tossiu levemente e disse:

— A ferida não está bem tratada... Deixa eu cuidar de novo.

Sérgio não respondeu nada, então Isabela pegou novamente a caixa de primeiros socorros e começou a limpar a ferida.

A ferida estava realmente bastante tensionada e parecia assustadora. Algumas áreas estavam vermelhas e inchadas. Se não fosse bem tratada, ia demorar bastante para cicatrizar.

E, somando à antiga lesão nas costas de Sérgio, a situação ficava ainda mais impressionante.

Os dedos brancos e delicados de Isabela manipularam o algodão, limpando cuidadosamente a ferida. Depois, ela passou a pomada com cuidado e refez o curativo, prendendo um laço bonito bem no peito dele.

Um laço sobre músculos tão firmes e definidos... A cena era estranhamente provocante.

Sérgio baixou o olhar, mostrando um pouco de impaciência no rosto, mas ao ver Isabela concentrada em arrumar o laço, aquele pouco de irritação começou a desaparecer.

Isabela não percebeu a mudança na expressão dele. Ela terminou o curativo com cuidado e bateu levemente nas mãos dele.

— Pronto.

Sérgio não respondeu, apenas vestiu a camisa.

— Então, se não houver mais nada, vou indo.

Isabela olhou para ele com cuidado. Vendo que ele não disse nada, se virou e saiu.

No corredor, ouviu um grito de dor vindo do fim do corredor, era Gustavo.

Ela hesitou por um instante e olhou na direção do quarto.

— Se sentir pena, peça a mim, talvez eu seja generoso e poupe ele.

Isabela parou e se virou, só então viu que Sérgio estava encostado de forma relaxada no batente da porta, olhando para ela com calma.

— Não precisa. — Disse ela, apertando os lábios. — É só que o grito dele foi meio desagradável.

— Quebrando tudo? — Isabela arqueou a sobrancelha. Provavelmente, Hanna já tinha percebido que não conseguiria prejudicar ela e acabou perdendo a paciência em casa.

Que idiota. Como pode fazer coisa errada e não se esconder, e ainda ter coragem de voltar... Será que ela realmente achou que Isabela não poderia fazer nada com ela?

Isabela mordeu levemente os dentes e subiu as escadas.

— Senhorita, vai querer jantar? Preparei uma sopa.

Isabela parou de andar:

— Sopa?

— Sim, está esfriando um pouco. Vou trazer para você. — Laura sorriu.

— Eu mesmo pego. — Disse Isabela, colocando a bolsa no sofá e entrando na cozinha.

Quando saiu novamente, carregava uma panela de barro.

— Senhorita, deixa que eu levo, ainda está quente.

Isabela não deu atenção e subiu as escadas carregando a panela sozinha.