O Preço da Tentação romance Capítulo 313

— Você quer que a família Santiago vire motivo de piada em toda a capital, é isso?

Luciano ficou furioso com as palavras de Isabela.

Ele levantou a mão de novo, pronto para estapear Isabela mais uma vez. Já tinha batido nela algumas vezes e, por isso, Isabela já estava atenta.

Com um movimento rápido, ela desviou e, sem hesitar, puxou Hanna, que estava escondida atrás de Luciano, e deu um tapa na cara dela.

— O pai está perguntando para você: É isso que você quer? Fazer a família Santiago virar o alvo de risada da cidade inteira?

Hanna ficou atônita com a bofetada, olhando para Isabela sem reação. Luciano também se surpreendeu por um instante.

Logo depois, gritou de raiva:

— Eu estava falando com você!

— Aí é que está o ridículo. — Isabela respondeu, friamente. — Não acha vergonhoso uma filha toda acabada voltar para casa e, mesmo assim, achar que quem busca justiça é que passa vergonha? Pai, será que colocaram alguma coisa na sua cabeça para te deixar cego assim?

Ela fez um estalo com a língua e lançou um olhar demorado para a testa de Luciano, como se duvidasse da inteligência dele.

Luciano estava à beira de explodir, mas como as palavras de Isabela eram impecáveis, não encontrou nada para retrucar. Só conseguiu soltar um grito impotente:

— Laura, leva a Isabela para o quarto!

Laura, que assistia à cena assustada, correu até elas e puxou Isabela para fora.

— Srta. Isabela, já está tarde, vamos descansar.

Isabela não insistiu na briga. Foi empurrada e puxada por Laura até o quarto, mas ainda parecia pronta para outra briga.

No quarto, ficaram apenas Hanna e Luciano.

O rosto e o corpo de Hanna ardiam de dor. Quando olhou para Luciano, as lágrimas desceram sem controle.

— Pai...

Luciano soltou um resmungo pelo nariz, estreitou os olhos e ficou em silêncio por um bom tempo antes de perguntar:

— Hanna, o que aconteceu hoje... Tem a ver com você?

Hanna entendeu imediatamente do que ele estava falando. O corpo tremeu sem querer, mas depois respondeu:

— Pai, juro que não tem nada a ver comigo.

— Então, por que você disse que tudo isso devia ter acontecido com a sua irmã?

— Eu... — Hanna hesitou por um instante. — Eu estava falando besteira.

— Pode deixar, Sr. Luciano.

Luciano então retornou ao escritório. Ficou ali sentado em silêncio por mais de meia hora, até que bateram na porta.

A doutora entrou e se aproximou:

— Sr. Luciano, já examinei a Srta. Hanna e cuidei dos ferimentos. Se não houver mais nada, vou me retirar.

Luciano levantou os olhos e sorriu levemente para ela:

— Dra. Lilian, me diga com franqueza... O que exatamente aconteceu com a minha filha? Ela só foi agredida ou...

Ele interrompeu a frase no meio, mas os dois entenderam na hora o que ele queria dizer.

A doutora apertou os lábios, evitando o olhar dele.

Luciano abriu a gaveta, tirou um envelope recheado e entregou para a médica.

Ela lançou um rápido olhar para o envelope e, só então, respondeu:

— Sr. Luciano, a Srta. Hanna não parece ter sido apenas espancada. — Hesitou por um instante e completou. — Parece que ela foi violentada... E não apenas por uma pessoa.