O Preço da Tentação romance Capítulo 315

Isabela estava com uma expressão de total indiferença, o que deixou Hanna tão irritada que quase perdeu o equilíbrio.

Hanna não entendia por que Isabela sempre tinha aquele talento de tirar ela do sério.

Isabela caminhou até ela sorrindo, os olhos brilhantes a examinaram de cima a baixo.

Curvou os lábios num sorriso aparentemente sincero e disse:

— Hoje, eu vou te ensinar mais uma coisa. Chama-se karma. Tudo que você faz de errado, mais cedo ou mais tarde, volta contra você mesma. Então, se tiver coragem, tente de novo.

A voz dela saiu carregada de desprezo, como se Hanna não significasse absolutamente nada.

— E se dessa vez a lição ainda não for suficiente, venha logo tentar de novo. — Completou Isabela. O olhar dela ficou frio de repente. Ela ergueu a mão e segurou o queixo de Hanna, murmurando. — Se quiser morrer, continue aprontando.

Depois disso, ela virou as costas e desceu as escadas.

Hanna permaneceu parada no mesmo lugar. Depois de um bom tempo, bateu o pé no chão com raiva. Nesse momento, uma empregada se aproximou.

— Srta. Hanna, o Sr. Luciano pediu para você descansar um pouco.

Hanna lançou um olhar fulminante:

— Preciso que você me ensine? Vai me ajudar a tomar banho e me vestir. Eu tenho que me arrumar para ir à empresa.

— O quê? — A empregada arregalou os olhos, incrédula. — Você, nesse estado, ainda vai trabalhar?

Assim que ouviu isso, Hanna deixou transparecer uma fúria intensa.

Seus olhos, afiados como lâminas, gelaram a empregada.

— Nesse estado como? — Perguntou ela, com a voz cortante.

A empregada se encolheu diante daquele olhar. Depois de hesitar por um instante, abanou as mãos rapidamente:

— Na... Nada, já vou preparar o banho.

Dizendo isso, ela saiu correndo em direção ao banheiro de Hanna para encher a banheira.

Hanna rangeu os dentes, prestes a se virar, quando uma silhueta conhecida entrou no seu campo de visão.

Lívia subia as escadas às escondidas. Ao ver o estado da filha, ficou atônita.

— Hanna, o que aconteceu com você?

Lívia segurou o braço dela:

— Você está toda machucada e ainda quer ir para a empresa?

— Você não entende nada. — Hanna franziu a testa. — Não posso faltar. Esses machucados, com um pouco de maquiagem, ninguém vai notar.

Ela precisava ir. Ela ouviu os boatos: o novo vice-presidente da empresa era um jovem com boa família e boas condições. E, o mais importante, ainda era solteiro.

O que aconteceu no dia anterior tinha sido na frente de Gustavo. Ela sabia que entre eles não existia mais chance alguma.

Agora, ela não queria perder nenhuma oportunidade.

Ela tentou afastar a mão de Lívia para ir tomar banho, mas foi segurada de novo.

— Ah, Hanna... — Lívia disse, — Vim te perguntar se você ainda tem dinheiro aí.

— Dinheiro? — Hanna sacudiu a mão dela. — Você quer dinheiro de novo? O que o pai te deu ainda não é suficiente? E nesses anos todos, você não guardou nem um pouquinho para você? O que eu tinha, já te dei da última vez, de onde eu vou tirar mais dinheiro agora? — Hanna falava rápido, como se estivesse explodindo fogos de artifício de palavras.

Lívia rapidamente levou a mão à boca dela:

— Minha filha, fala mais baixo!