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O Preço da Tentação romance Capítulo 33

O perfil do homem era simplesmente perfeito. Isabela sorriu de forma bajuladora:

— Nada, não foi nada!

Pelo menos por enquanto, não mesmo!

Ela percebeu com certo pesar que sempre agia como uma covarde na frente daquele homem. Que raiva de si mesma.

Isabela mordeu levemente os lábios, se recompôs e saiu do banheiro. Caminhou até a pia e retocou a maquiagem.

Ao ver no espelho os lábios levemente inchados, soltou um sorrisinho malicioso.

Aproveitando um momento de distração de Sérgio, ela também havia deixado uma pequena marca nele.

Se ele queria deixar ela desconfortável, ela tinha todo o direito de dar o troco, ainda que fosse só um pequeno revide. Ficou imaginando qual seria a cara da mocinha ao ver a marca de batom na gola da camisa dele.

Pensando naquilo, ela saiu do banheiro de bom humor.

Quando chegou à porta do camarote de Sérgio, ainda fez questão de espiar lá dentro.

Mas o homem estava com a maior cara de santo, com um leve sorriso nos olhos enquanto olhava para a menina à sua frente.

Isabela soltou um risinho debochado:

— Que ator!

E seguiu em direção ao camarote onde ela estava.

Ao entrar, percebeu que o pai de Gustavo, Isaac, também havia chegado. Ela abriu um sorriso educado e o cumprimentou:

— Isaac.

Isaac retribuiu o sorriso:

— A Isa está cada dia mais bonita.

Frases de conveniência, todos sabiam usar. Ela respondeu com leveza:

— E você cada vez mais jovem.

Foi naquele momento que Gustavo entrou e perguntou:

— Onde você estava? Fui no banheiro e não te vi lá.

Isabela se sentou ao lado de Luciano e, com a expressão neutra, respondeu:

— Fui na lojinha do lado, comprei umas coisas.

Gustavo pareceu aliviado e se sentou sorridente ao lado dela.

Os pratos começaram a chegar um a um, e Gustavo, tentando parecer atencioso, ia colocando comida no prato dela, sem muita ordem.

Para quem não soubesse, até podia parecer que ele era um namorado cuidadoso. Isabela, porém, não esboçou reação e também não recusou, mas não comeu nem um grão do que ele colocou.

Luciano e Isaac conversavam animadamente, principalmente sobre negócios.

Gustavo respondeu na hora, aflito:

— Pode deixar, pai, Sr. Luciano, eu vou cuidar muito bem da Isa.

Isabela nem diminuiu o passo e saiu do salão direto.

Do lado de fora, com o humor péssimo, ela tirou um cigarro da bolsa. Ia acender, mas viu a plaquinha de "Proibido Fumar" no corredor e acabou guardando de novo.

Na verdade, para famílias como a dela, casamento nunca foi uma questão de amor, parecia mais uma negociação.

Para todo mundo, casar com Gustavo era o melhor destino que ela podia ter.

Afinal, ela tinha gostado dele por tantos anos, era quase como realizar um sonho.

Mas justamente por ter gostado tanto, ela não se conformava.

Naquele momento, achava que até casar com um desconhecido seria melhor que com Gustavo. Pelo menos não ia sentir nojo.

Lá dentro, o encontro já tinha terminado. As mulheres começaram a sair uma a uma, e Naomi logo percebeu o desagrado de Isabela.

Mas ela não deu muita importância. Achava que era só birra de menina mimada, nada que um pouco de carinho não resolvesse.

Então ela se virou para o filho e, sorrindo, falou:

— Gustavo, você está livre à tarde, né? Leve a Isa para dar uma volta, aproveite para olhar uns anéis de noivado.

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