Isabela se virou para encarar ela.
— O que foi? Mais alguma coisa? — Perguntou, sem esconder o desinteresse.
Janaína mordeu levemente os lábios.
— É que... — Hesitou ela, baixando a voz. — Você poderia não chamar a polícia?
— Ah, é? — Isabela arqueou um canto da boca, exibindo quatro dentes brancos bem alinhados.
A expressão, por um instante, parecia até inofensiva.
— Você não acabou de dizer que isso não tem nada a ver com você?
Janaína engoliu em seco. Seu rosto denunciava a indecisão, como se estivesse dividida entre insistir ou ceder.
Isabela, já sem paciência, puxou a mão de volta e se preparou para ir embora.
Mas, de repente, Janaína simplesmente caiu de joelhos no chão.
O impacto foi tão forte que fez um barulho seco, arrancando de Isabela um olhar surpreso.
Ela ergueu a sobrancelha ao se virar:
— O que é isso agora?
Claro que sabia a resposta, mas fez questão de perguntar.
Janaína fechou os olhos por um momento, como quem toma coragem antes de falar:
— Srta. Isabela, eu errei. Eu não devia ter feito isso. Por favor... Se você chamar a polícia, minha vida vai acabar.
O olhar de Isabela brilhou por um instante, mas ela não demonstrou surpresa.
No fundo, se não tivesse certeza do que estava fazendo, não teria chamado Janaína para aquele encontro.
Só não esperava que ela cedesse tão rápido.
Com um clique dos saltos, Isabela voltou para a cadeira em que estava sentada antes.
Cruelmente calma, ela lançou um sorriso para a mulher ajoelhada no chão.
— Eu não gosto de perder tempo conversando com gente que não pensa. Já que a diretora Janaína sabe reconhecer o momento certo, então ainda temos algo para discutir. — Ela levantou o queixo, quase num gesto de desdém. — Pode levantar. Eu não tenho mania de ser tratada como uma santa. Não precisa se ajoelhar para mim.
Na investigação, ela descobriu que a conta de destino era, na verdade, uma conta particular.
E as transferências tinham sido feitas em lotes diferentes.
Isabela tinha certeza de que não tinha sido Janaína quem embolsou aquela quantia.
Na verdade, ela já tinha uma boa ideia de quem estava por trás.
O que faltava era a prova.
Janaína engoliu em seco, pensou um pouco e murmurou:
— Esse dinheiro... Foi...
— Pense bem antes de responder. Se eu estou te perguntando, é porque já tenho uma resposta na cabeça. E se a sua não me agradar, amanhã você só vai me encontrar atrás das grades.
Ela falou sorrindo, e aquele rostinho delicado continuava exibindo uma expressão inocente. As palavras eram uma ameaça, mas o tom parecia o de alguém discutindo o que pedir no almoço.
Diante disso, Janaína se calou. Ela ficou em silêncio por uns cinco minutos, até criar coragem para abrir a boca de novo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
O que houve que não lançaram mais nenhum capítulo?...
Muito chato ficar esperando capítulos,já desisti de outros livros por esse mesmo motivo,perde a emoção da leitura...
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...