O Preço da Tentação romance Capítulo 384

Isabela estava sentada no carro, sentindo uma dor latejante na cabeça.

Uma coisa após a outra acontecia, e nenhuma delas lhe dava sossego.

A dor aumentava a cada minuto, era como se alguém estivesse rasgando seu cérebro por dentro.

Ela levantou a mão e massageou as têmporas, mas a dor persistiu.

Por um instante, ficou confusa, até perceber que estava tocando a própria cabeça.

— Estou com febre? — Ela se perguntou, franzindo a testa.

Até pouco tempo, não sentia nada, mas naquele momento, com a dor de cabeça, percebeu que a febre havia chegado.

O vírus atacava com força, e em poucos instantes, Isabela sentiu que mal conseguia abrir os olhos.

— Senhor, pode me levar a uma farmácia? — Ela pediu ao motorista do táxi.

O motorista ficou surpreso e olhou para ela pelo espelho retrovisor:

— Moça, do jeito que você está, melhor eu levar você direto para o hospital, né?

Isabela acenou sem muita firmeza:

— Obrigada.

O carro acelerou, e dez minutos depois, pararam em frente ao hospital.

Ela tirou aleatoriamente uma nota da bolsa e jogou para o motorista.

Calçando salto alto, começou a descer do carro, mas tropeçou e quase não conseguiu chegar até a porta.

De repente, sua cabeça girou, e ela quase caiu no chão.

Num instante, um par de mãos fortes segurou sua cintura, impedindo que se chocasse com o chão.

— Nossa, que coincidência.

Isabela tentou abrir os olhos, mas seu olhar, que normalmente brilhava, parecia confuso naquele momento.

— Felipe? Como assim é você?

Ela tentou se levantar com esforço, mas não tinha forças.

Diziam que quem não ficava doente com frequência acabava pegando a doença de forma mais violenta. Ela estava sentindo isso na pele.

Sua mente parecia lenta, como se estivesse cheia de purê.

Felipe a ajudou a ficar de pé, arqueando a sobrancelha:

— O que foi? Parece que você não queria me ver, né? Desde a última vez que nos encontramos, você nem respondeu minhas mensagens. Quer que eu vá embora então? — Disse Felipe, soltando a mão dela.

— Doutor, por favor, passe a medicação o quanto antes. Qualquer remédio serve.

O médico soltou uma risada irônica e disse:

— Só ficou com medo depois de ouvir que ia acabar com uma namorada doente, né? Esses jovens de hoje... — Dizendo isso, ele balançou a cabeça e saiu para providenciar a receita.

Felipe puxou uma cadeira e se sentou ao lado da cama, seus olhos amendoados se fixaram no rosto sereno de Isabela.

Deu uma risadinha baixa, ergueu a mão e cutucou de leve a bochecha dela:

— Namorada, não deixa o cérebro queimar, viu?

Isabela, mesmo inconsciente, franziu a testa, como se rejeitasse o toque dele.

Com o soro no braço, a febre dela foi baixando aos poucos.

Quando abriu os olhos, já era fim de tarde.

A primeira cena que viu foi Felipe sentado na beira da mesa perto da janela, os olhos dele estavam grudados na tela do notebook.

Ela tentou falar alguma coisa, mas assim que abriu a boca, foi tomada por uma crise de tosse.

— Cof, cof, cof...