O Preço da Tentação romance Capítulo 418

A garagem estava vazia, e a voz grave do homem ecoava levemente perto de Isabela.

Ela, sem pensar muito, mordeu o ombro de Sérgio com raiva. Mas percebeu que os músculos dele eram exageradamente fortes. Ela não sabia se Sérgio sentiu dor, mas seus próprios dentes doíam de verdade.

Quando entraram na mansão, Sérgio a jogou na cama sem a menor delicadeza. O colchão era de molas, então Isabela não sentiu dor.

Mesmo assim, se sentiu injustiçada sem motivo, e os olhos rapidamente se encheram de lágrimas. Mesmo sabendo que, naquele relacionamento, ela e Sérgio jamais poderiam ser iguais, ainda assim se sentia mal.

Sérgio semicerrava os olhos, segurou o queixo dela e riu com desprezo.

— O que foi? Agora que o Bryan te estendeu uma mão amiga, você acha que estar comigo é injusto?

A voz dele era grave e calma, mas o poder de intimidação era impossível de ignorar.

— Eu não tenho nada a ver com ele. — Isabela ergueu a cabeça, com os olhos molhados encarando Sérgio.

O homem semicerrava os olhos, a garganta se moveu por um instante.

— Ah é? Se você realmente não tem nada a ver com ele, por que disse na frente dele que não me conhece? Acha que ele é melhor? Próximo passo, quer se aproximar dele?

O olhar dele era zombeteiro, como se estivesse rindo da indecisão de Isabela.

Ela mordeu os lábios e olhou para Sérgio, determinada:

— Não é isso.

Ele foi quem passou a noite com outra mulher primeiro, mas ainda queria culpá-la naquele momento. Mas aquelas palavras, ela não podia dizer alto.

Naquele relacionamento desigual, Sérgio podia fazer o que quisesse, mas ela não. Dizer certas coisas seria realmente se arriscar demais. Um gatinho domesticado não tinha direito de sentir ciúmes.

Sérgio semicerrava os olhos ainda mais, e os dedos que seguravam o queixo dela apertaram com mais força.

— Ah é?

Ele prolongou a frase, claramente sem acreditar.

A raiva que tinha sentido antes já havia dado lugar ao medo, e ela parecia meio perdida, sem saber o que fazer.

Sérgio fixou os olhos nela, mordeu o dente de trás e ainda não tinha conseguido falar quando Marcos bateu na porta.

— Sr. Sérgio, aconteceu um problema.

Sérgio semicerrou os olhos, fitando Isabela por alguns instantes. Ao se virar, tirou uma toalha do bolso e limpou o sangue que escorria do canto da boca.

Com a postura imponente, foi até a porta e a abriu.

— Fale. — Ele falou ríspido, com um tom carregado de tensão.

Marcos parou por um instante ao notar o corte na boca de Sérgio, e inconscientemente lançou um olhar para Isabela, rezando mentalmente por ela. Só então falou:

— Sr. Sérgio, Nicolas ligou dizendo que a garota de ontem à noite não falou nada útil, se manteve firme o tempo todo. E quando ele foi lá agora, ela ainda tentou se matar.

Quando Isabela ouviu “a garota de ontem à noite”, ergueu as orelhas, curiosa. Mas, ao ouvir a última parte, percebeu que algo não estava certo.