Isabela tinha dado apenas alguns passos quando o celular dela começou a tocar.
Era o Gustavo. Ela atendeu com má vontade, e lá veio aquela voz dele, meio cautelosa:
— Oi, Isa... Cadê você?
A voz dele saiu com um tom de culpa, como se soubesse que tinha feito algo errado.
Isabela respirou fundo, tentando manter a calma:
— Bebi um pouco, estou passando mal, então resolvi ir embora. Aproveitem aí.
Gustavo ficou em silêncio por um instante, depois perguntou de novo, com certa cautela:
— Isa... Você está brava comigo?
— Não. — Ela respondeu, engolindo o enjoo que subia. — A gente se vê amanhã, tá? Nossas famílias não marcaram de conversar sobre a cerimônia e o local do noivado?
Ao ouvir aquilo, Gustavo pareceu relaxar:
— Tá bom, se cuide no caminho.
Isabela não respondeu e desligou a chamada na hora.
Já estava meio tarde, e aquele clube era meio escondido, quase não passava táxi por ali.
Ela resolveu esperar andando devagar pela calçada, com os saltos estalando no asfalto.
O vento da noite bagunçava o cabelo dela, e de repente a imagem do Sérgio veio à cabeça. Aquele olhar frio dele, distante.
Porém, quando ele estava com a Raquel, ele não era daquele jeito...
Um incômodo cresceu no peito dela. Ela pegou um cigarro da bolsa e tentou acender, mas o vento estava forte e ela falhou várias vezes.
Enquanto se concentrava, um carro passou voando na frente dela.
O carro passou raspando nela, quase a derrubando. Quando levantou a cabeça, já pronta para soltar uns palavrões, percebeu que aquele carro era familiar.
O carro até pareceu desacelerar um pouco. Ela achou que ele fosse parar ou que pelo menos fosse perguntar se ela estava bem. Mas foi só ilusão. Sérgio seguiu direto, sem nem olhar para trás.
Isabela franziu a testa. Naquele momento, um outro carro parou ao lado dela. O vidro desceu, revelando um rosto de traços fortes e marcantes.
— A Srta. Isabela não veio dirigindo?
Era Pedro quem falava. Ele mal tinha chegado no bar e estava calado até então.
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