Isabela ficou sentada na cama por um tempo, até que finalmente se acalmou.
Ségio nunca tinha levado um fora na vida, era a primeira vez que encontrava alguém como ela, ele provavelmente não era acostumado a lidar com alguém tão desapegado. Mas o que ele sentia era só aquele tipo de possessividade típica de homem poderoso, nada mais.
Isabela ajeitou a roupa, se levantou e desceu as escadas.
Estava prestes a chegar na calçada para chamar um táxi quando recebeu uma mensagem no celular.
Ela abaixou os olhos para olhar e, na mesma hora, apertou com força a alça da bolsa. Os nós dos dedos ficaram até esbranquiçados.
Ela parou um táxi e voltou correndo para casa, sem pensar duas vezes.
Era dia de folga, então todos estavam em casa, até a Hanna já tinha voltado. Quando viram Isabela entrando daquele jeito, toda decidida e com cara de poucos amigos, Luciano foi o primeiro a falar:
— Uma moça não devia agir com tanta impulsividade. — Ele franziu a testa. — Se for desse jeito, quando casar com a família Frota, vão dizer que na nossa casa não recebeu educação nenhuma.
Isabela quase riu de tão absurda que achou a fala dele.
— Educação? — Ela soltou um riso curto. — E a minha educação é o quê? Aprender a roubar?
A expressão de Luciano se fechou na hora.
— Isabela, é assim que você fala com o seu pai?
Lívia e Hanna trocaram um olhar, e dava para ver uma pontinha de satisfação no olhar das duas.
Isabela riu, mas foi um riso cheio de ironia:
— Então me diga, meu querido pai, por que a casa no sul da cidade agora está no nome da Hanna?
— O quê? — Luciano franziu a testa de imediato e desviou o olhar, claramente tenso.
Lívia apertou os lábios e colocou a xícara na mesa, tentando amenizar:
— Isa, seu pai pode fazer o que quiser com os bens dele... Por que está tão brava assim?
Se Lívia tivesse ficado calada, talvez Isabela nem tivesse ficado tão revoltada.
Mas bastou ela abrir a boca para raiva subir direto pela espinha.
Aquela história de colocar a casa no nome da Hanna... Se não tivesse dedo da Lívia no meio, Isabela jurava que engolia um sapo.
— Peça desculpas! — Ele ordenou. — Agora. Peça desculpas para Lívia.
Isabela soltou uma risada amarga:
— Luciano, aquela casa foi a minha mãe que deixou para mim antes de morrer. Com que direito a Hanna quer tomar?
Ela então olhou para Hanna, que até aquele momento não tinha dito uma palavra. Estava ali, toda vestida de preto como se estivesse indo para um velório, com os olhos marejados.
Hanna era sempre assim, mesmo quando levava vantagem em tudo, conseguia fazer todo mundo acreditar que era a vítima da história.
Um sorriso de deboche surgiu nos lábios de Isabela enquanto ela fixava os olhos nela:
— Me diga... O que é que te dá esse direito? Você acha mesmo que merece?
A voz dela era dura e afiada.
Hanna sempre soube fingir. Assim que ouviu o tom agressivo da Isabela, as lágrimas caíram sem demora.
— Desculpa, mana... Eu... Eu juro que não queria pegar suas coisas de propósito...

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...