O Preço da Tentação romance Capítulo 96

Isabela ficou sem palavras.

"Ele está me usando de motorista agora?", ela pensou consigo mesma.

Mas, vendo que ele estava de mau humor por causa da traição que tinha acabado de sofrer, resolveu ligar o carro mesmo assim.

Afinal, ele tinha acabado de ajudar ela há pouco.

Quando saíram do estacionamento, Isabela se lembrou de virar a cabeça para perguntar:

— Para onde?

— Para mansão. — Respondeu Sérgio.

Ela apenas assentiu. Imaginou que ele estivesse falando da mesma mansão onde ela já tinha estado antes, então não perguntou mais nada.

O silêncio tomou conta do carro. Só dava para ouvir, de vez em quando, a respiração dos dois.

Quando chegaram à garagem da mansão, Isabela percebeu que ele não fez menção de descer. Então ela virou o rosto e olhou para ele.

Sérgio tinha um rosto marcante. O nariz reto e alto, os olhos fundos... Mesmo de perfil, era o tipo de cara que faria qualquer garota sonhadora suspirar.

Mas os lábios firmes e fechados deixavam claro que o humor dele estava péssimo.

Isabela mordeu de leve os lábios. Por um instante, sentiu que ela e Sérgio estavam na mesma situação.

Claro, só no que dizia respeito à vida amorosa.

Ela apertou os dedos no volante por um segundo, hesitou um pouco e resolveu falar:

— Sr. Sérgio, olha... Ser traído, nem é algo tão fora do comum assim... Acontece. Tipo... Eu também fui traída pelo meu noivo, né? Mas a gente sobrevive. É só engolir e seguir em frente.

Sérgio virou o rosto e lançou um olhar na direção dela.

Ela pigarreou e coçou o nariz, sem graça, ficando calada logo em seguida.

Nem precisava ele falar nada, até ela mesma achou que o comentário tinha sido meio idiota.

Ela hesitou por um instante e estava prestes a lembrar o Sérgio de que era hora de descer, mas ele se adiantou e falou primeiro:

— Você está tentando me consolar?

Ela não se atreveu a dizer nada.

Sérgio era um homem imprevisível e temperamental. Ela sabia que era melhor não se meter mais com ele.

Ele sorriu de leve e, com uma das mãos, segurou a parte de trás da cabeça dela, puxando ela para perto. No instante em que seus lábios se tocaram, ele já havia invadido com habilidade a boca suave e mentolada de Isabela.

Ela não teve tempo de reagir e soltou um leve gemido sem querer.

Quando tentou empurrar ele, ele já havia se afastado. Com os lábios ainda curvados num sorriso sutil, ele se aproximou do ouvido dela e murmurou:

— Por exemplo... Assim é um bom jeito de me consolar.

Sem dar tempo para qualquer resposta, ele voltou a beijar ela.

Isabela, enfim, reagiu e tentou afastar ele com as mãos, mas ele segurou facilmente seus braços, impedindo qualquer movimento.

Ele franziu as sobrancelhas, demonstrando incômodo com a resistência dela.

Com um simples movimento, inverteu completamente a posição que estavam: ela, que antes estava sentada em seu colo, naquele momento estava deitada no banco, presa sob o corpo dele.