O preço do recomeço romance Capítulo 694

Zack estava ciente de que o homem sempre suspeitava das intenções maliciosas das pessoas.

E, na maioria das vezes, suas suspeitas eram certeiras.

A natureza humana, muitas vezes frágil, não podia suportar as provações das dificuldades e o fascínio da fama e da fortuna.

“Também é uma possibilidade. Ela confia em Anastasia, mas não a trata bem. Permite que suas emoções negativas a afetem e nunca considera o que é melhor para ela, o que não condiz com suas antigas ações”, Zack não negou as suspeitas.

“Se Luana estiver ao lado do inimigo, o que Anastasia está fazendo agora pode não ter sentido algum. Talvez a vingança não seja algo tão complicado como pensamos.” Simão estreitou os olhos, sua expressão séria. “A infelicidade de todos não seria um sucesso?”

“Só espero que a perseverança da Sra. Quinn valha a pena.” O psicólogo ainda acreditava na determinação dela.

Simão soltou uma risada zombeteira. “Se a perseverança por si só garantisse o sucesso, então todos que persistirem serão bem-sucedidos. Temos de estar preparados. Quando Luana não for mais útil, devemos tirar Anastasia dela. Não podemos perder mais tempo com uma pessoa doente.”

“Sim”, respondeu Zack.

...

Quando Anastasia saiu sozinha para fazer compras, não foi direto ao supermercado. Em vez disso, caminhou com o olhar desfocado.

Precisava de um momento sozinha para soltar suas frustrações.

Não estava culpando sua amiga por fazê-la se sentir mal; só sentia como se um peso muito grande estivesse pressionando seu peito, dificultando a respiração.

“Oi... é você, Alana?”, a voz do Sr. Horton de repente soou ao seu lado.

A estilista voltou-se para ele e sorriu. “Olá, Sr. Horton.”

“Você parece triste. Quer vir até minha casa?” Ele podia sentir o que estava acontecendo.

“Não. Preciso de ir ao mercado.” A estilista não queria jogar conversa, fosse ele uma pessoa boa ou ruim.

“Também vou ao mercado. Vamos juntos.” Ele estava muito entusiasmado.

Sem conseguir recusar-se, fez que sim com a cabeça.

Enquanto caminhavam, seu acompanhante apresentou-a aos costumes locais de Saraville. E, de repente, disse: “Não entre nessas lojas de antiguidades. Os itens são todos falsos. Há alguns anos, ouvi dizer que alguém vendia pedras radioativas, e que muitas pessoas ficaram doentes. Todos foram presos. Pessoas comuns como você não seriam capazes de perceber a diferença.”

“Não podemos só comprar como suvenir?” Anastasia estalou a língua. Hoje em dia, as pessoas fariam qualquer coisa por dinheiro, mesmo à custa da própria reputação.

“É melhor testar quando chegar em casa”, disse o Sr. Horton, curvando-se.

Anastasia agradeceu-lhe pelo lembrete.

No supermercado, o homem ajudou-a a escolher os ingredientes.

“Se você quer itens frescos, vá a feira. Estes estão todos velhos. Não importa o cuidado com que escolha, estão armazenados há muito tempo”, sussurrou ele depois que o funcionário se afastou.

Era ainda mais cansativo do que cuidar de uma criança.

E lá se foram quase três horas para preparar o jantar.

Ao acordar, Luana entregou-se aos lanches e assistiu TV.

“Não coma tanto. Vamos jantar mais tarde”, lembrou-a Anastasia várias vezes.

A enferma a ignorou, como se estivesse perdida em seu próprio mundo.

Aquilo era recorrente—frustrante para Anastasia, sim, mas ela sabia que ficar com raiva não ajudaria.

Desde que chegou, as ações de sua amiga pareciam destinadas a aumentar a pressão arterial de quem quer que passava muito tempo com ela.

A estilista viu-se, muitas vezes, engolida pela solidão no banheiro, tentando recuperar a compostura antes de voltar a enfrentar Luana.

Preparando-se mentalmente, voltou para a cozinha antes de se arriscar mais uma vez.

Quando se aproximou, tirou os lanches de suas mãos com sutileza.

Com as mãos agora vazias, ela expressou impaciente: “O que você está fazendo?”

“Eu disse para você não comer tanto. O jantar está quase pronto. Você estava tão absorta no programa que me ignorou, então eu tive que vir ajudá-la”, explicou, arrumando a mesa de centro.