O preço do recomeço romance Capítulo 695

A expressão de Luana mudou, a testa franzida com desagrado.

“Não quero te fazer mal”, assegurou-lhe, ocupando-se de limpar os restos sobre a mesa.

“Justo quando finalmente tenho apetite, você me diz que não posso comer...” Luana suspirou, a frustração evidente em sua voz.

“Se comesse direito, acha que eu iria impedi-la? Luana, sei que não está se sentindo bem, mas é importante manter uma dieta saudável. Negligenciar sua saúde pode trazer consequências, em especial se considerarmos seu sono irregular”, disse Anastasia organizando com cuidado os lanches na parte de baixo da mesa de centro antes de levantar-se e ir para a cozinha.

A mulher franziu a testa, ainda assistindo a televisão com uma expressão descontente. Mas, um tempo depois, desligou o aparelho.

Anastasia estava de mau humor na cozinha e ouviu-a fechar a porta do quarto.

Foi como se seu mecanismo de defesa tivesse desmoronado.

Ela suspirou frustrada, lágrimas brotando em seus olhos. Queria chorar e dizer que também estava exausta, mas sabia que não tinha o direito de fazê-lo.

Luana se comporta assim por minha causa. Se Vincent não a tivesse levado para o Triângulo Dourado, ela não estaria nesta situação. Que direito tenho de reclamar?

Depois de preparar o jantar, bateu à porta do quarto de sua amiga.

Sem resposta.

“Luana, se não quiser que eu cuide mais de você, vou embora depois do jantar. Há algo na empresa que exige minha atenção”, afirmou através da porta.

Luana ainda assim não respondeu.

“Já entrei em contato com o Dr. Mason. Ele vai certificar-se de que tome seus remédios. Também encontrei uma empregada para te ajudar com suas necessidades diárias, para que não precise se preocupar com comida ou limpeza”, concluiu Anastasia.

Como Simão havia mencionado, Luana não se importava com nada que estivesse fazendo por ela.

Se ficasse, o relacionamento das duas só se deterioraria. Mesmo que as ações de Luana fossem influências da depressão, ela não se esforçava para melhorar. Parecia mais uma punição para ambas.

Anastasia mal tinha começado a comer quando ouviu a porta se abrir. Sua melhor amiga estava parada junto ao batente com os olhos cheios de lágrimas. “Você me acha irritante?”

“Você está assim por minha causa, me sinto culpada e estou arrependida. Tenho cuidado de você todo esse tempo na esperança de que fosse melhorar, mas... Já pensou em seguir em frente?”, perguntou sem rodeios, sentada à mesa.