O REI ALFA QUE SE APAIXONOU POR UMA HUMANA. romance Capítulo 3

POV ALICE.

Meu primeiro instinto foi correr. O lobo era gigantesco, mais do que eu já tinha visto em qualquer documentário ou livro. Nunca havia ouvido falar de lobos nesta região, e sabia serem perigosos. Mas… algo em mim não permitiu que eu fugisse. Talvez fosse a minha paixão por animais. Ser veterinária sempre foi o meu sonho, e ali estava, diante de mim, uma oportunidade de ajudar. Mesmo que fosse imprudente.

Aproximei-me devagar. Peguei um galho ao meu lado, hesitante, e cutuquei o corpo inerte. Nenhuma reação. Ele não se mexeu. Meu coração acelerou, mas a tensão que sentia diminuiu um pouco. Me ajoelhei perto dele, sentindo o cheiro de terra e pinho preenchendo o ar ao meu redor.

— Você é enorme… — murmurei, enquanto minha mão tremia ao tocar de leve seu pelo. O calor de seu corpo me chocou. Ele estava vivo, mas tão machucado que eu mal conseguia entender como ainda respirava. Uma onda de pânico me percorreu.

— Você está vivo… — sussurrei, me afastando rapidamente, o coração disparado. Por que não fui embora? Era loucura, mas ali estava eu, pensando em como salvar um lobo selvagem.

Olhei para ele e senti um aperto no peito. A ideia de deixá-lo ali, sangrando e fraco, parecia cruel demais. Mas levar um lobo selvagem para casa? Isso era loucura. Por que não poderia ser um coelho? — pensei, já frustrada com a situação.

— Como vou te levar para casa? — falei em voz alta, desesperada, sem ter ideia do que fazer. Justo nesse momento, ouvi uma voz familiar ecoando entre as árvores.

— Alice! Finalmente te achei! Você anda rápido demais! — Era Luís, meu amigo fiel, surgindo do meio das árvores. Ele sempre insistia em me acompanhar até em casa quando podia. Corri até ele como se tivesse encontrado a solução dos meus problemas.

— Luís, preciso da sua ajuda! — falei, segurando firme no braço dele. Seus olhos se arregalaram.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, alarmado.

— Sim, mas não comigo. É com ele — apontei para o lobo. — Ele está ferido, muito machucado, e eu não posso deixá-lo aqui. Temos que levá-lo para casa. — Minhas palavras saíam rápido, e vi o rosto de Luís empalidecer.

— Um lobo? Você só pode estar brincando, Alice! Esse bicho pode te matar! — Ele deu um passo para trás, horrorizado.

— Vou amarrar a boca dele e as patas. Ele está fraco demais para reagir. Por favor, me ajude. Não consigo fazer isso sozinha. — Supliquei, com a voz baixa, tentando esconder o medo. Luís suspirou profundamente, massageando a têmpora como se estivesse lidando com uma criança teimosa.

— Você nunca perde essa mania de pegar animais feridos, né? Já tem um zoológico no seu quintal e nenhum deles quis ir embora. — Ele estava tentando resistir, mas a preocupação em meu rosto o venceu.

— Ele não vai nos machucar, eu prometo. — Sorri de leve, tentando aliviar a tensão. — Além disso, você prometeu que me ajudaria sempre. — O lembrei.

— Tudo bem, eu ajudo. Mas isso é uma loucura — respondeu, balançando a cabeça, visivelmente nervoso. Agradeci rápido e comecei a pensar em um plano.

CAPÍTULO TRÊS: LOBO FERIDO. 1

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