O Retorno da Deusa Médica romance Capítulo 178

Ricardo só se preocupou com Mariana o tempo todo, ignorando todo o resto.

Afinal, como um verdadeiro pai coruja, ao ver sua filha querida desaparecer e ainda desmaiar de tanto chorar, naturalmente não teve cabeça para mais nada.

Nem precisava pensar muito para saber o que aquele semblante frio representava aos olhos de Adelina.

Assim não podia continuar...

No início, Ricardo nem percebeu, pois mantinha os olhos fixos na porta do consultório.

Leonardo, ansioso, acabou usando o próprio corpo para bloquear parcialmente a visão dos outros e, discretamente, cutucou Ricardo com o cotovelo.

O homem franziu o cenho e lhe lançou um olhar de desaprovação.

“Está com um tique no olho?”

“...”

Leonardo quase levou a mão à testa, de tão frustrado, e seu lábio chegou mesmo a tremer.

Conteve-se e, mais uma vez, fez sinal com os olhos para Ricardo, dessa vez indicando discretamente a direção de Adelina.

Ricardo então olhou, finalmente entendendo o recado.

Só então percebeu que sua atitude anterior não fora das melhores.

No entanto, verdade seja dita, não tinha intenção de culpar Adelina.

Pelo visto, a mulher havia entendido errado.

Pensando nisso, apertou os lábios, caminhou até ela e decidiu trocar algumas palavras.

Nesse momento, ouviram passos apressados se aproximando.

Todos olharam na direção do som e viram Maria chegando junto com Fernanda.

“E a Mariana? Ouvi dizer que ela quase desapareceu, é verdade? Como ela está agora?”

Sem nem parar de andar, Maria já foi logo perguntando, sem rodeios.

Ricardo lançou um olhar para os cinco anéis nas mãos dela e depois para as sacolas de compras que Fernanda carregava, franzindo levemente a testa.

“Não chegou a se perder, foi um mal-entendido, agora está tudo bem.”

“Mal-entendido? Uma coisa tão séria assim, como pode ter sido um mal-entendido?”

“Ah, é?” Maria encarou-os com fúria, com um olhar cruel e implacável.

“Então foram vocês dois que fizeram de propósito! Tão pequenos e já tão maus! Filhos de peixe, peixinho é! Se a mãe não presta, os filhos também não!”

Os dois meninos, indignados, esticaram o pescoço para enfrentá-la.

“Não fizemos nada de propósito! Você não sabe de nada e fica falando essas coisas!”

“Já dissemos que a culpa não é da nossa mamãe! Pode brigar com a gente, mas não ofenda ela!”

Apesar de responderem com firmeza, estavam visivelmente magoados pelos insultos.

Os olhos de Marcelo ficaram vermelhos, e Daniel chegou a falar com a voz embargada.

O rosto de Adelina desabou de vez, e o ar ao redor dela pareceu congelar.

Ela deu um passo à frente, protegendo os dois meninos.

Mas antes que pudesse reagir, Ricardo interveio de forma inesperada, repreendendo com voz severa:

“Cale a boca! Já chega!”