O Retorno da Deusa Médica romance Capítulo 182

Ela falou com um tom cortante, e até mesmo um leve sorriso de desdém apareceu em seus lábios.

“Talvez... eu tenha feito de propósito, não é? Assim como sua mãe disse, só para eliminar obstáculos no caminho, querendo me aproveitar da família Carvalho, para que meu filho possa herdar tudo da família Carvalho!”

“Mamãe!” Marcelo e Daniel exclamaram surpresos. “Como pode falar assim de si mesma?”

Eles sabiam que a mamãe jamais seria esse tipo de pessoa!

Ricardo também franziu as sobrancelhas.

“Não diga esse tipo de coisa, eu sei que você não é assim.”

Uma frase simples que, de repente, fez o coração de Adelina apertar.

Foi como se algo tivesse roçado suavemente seu peito, causando uma vibração sutil.

Ela apertou a boca, e com a voz firme, retrucou: “Como sabe que eu não sou?”

Ricardo a encarou e, após dois segundos de silêncio, respondeu: “Você não precisa se importar com o que minha mãe disse.”

Ele não respondeu diretamente, apenas se desculpou.

“Peço desculpas pelas palavras dela, tanto para você quanto para as crianças.”

Assim que terminou de falar, ele se agachou, ficando na altura dos pequenos, e seu olhar se tornou raramente gentil.

“Marcelo, Daniel, a avó de vocês acabou de falar coisas muito desagradáveis, feriu vocês, ela estava errada. Espero que não levem para o lado pessoal, ela não sabe de nada, falou sem pensar. Eu sei que vocês são crianças muito boas.”

Naquele momento, os dois meninos estavam visivelmente abatidos, com os lábios trêmulos, segurando a saia da mamãe.

Pareciam berinjelas murchas, sem o antigo entusiasmo e alegria de sempre.

O coração de Ricardo sentiu como se tivesse sido perfurado, e ele sentiu uma estranha compaixão.

Diante do olhar indignado dos meninos, Ricardo respondeu com tranquilidade e gentileza:

“O senhor disse tudo isso apenas para pedir desculpas sinceramente, não para pedir que vocês a perdoem. E além do mais, o que ela disse foi realmente demais. É normal não perdoar, esse é o direito de vocês, o senhor não se importa, nem vai interferir.”

“O senhor só espera que vocês não fiquem tristes, e que não deixem a rejeição dos outros fazer vocês duvidarem de si mesmos. Vocês são muito sensatos e inteligentes, devem entender o que o senhor quer dizer, não é?”

Daniel respondeu de imediato: “Claro. Não devemos nos punir pelos erros dos outros, nós entendemos!”

O menino levantou o queixo, recuperando parte do ânimo.

Ricardo sorriu, coisa rara.

“Isso mesmo, é assim que tem que ser. Em resumo, vocês não estão errados.”

Após uma breve pausa, ele acrescentou, sinceramente: “Mas ainda assim, quero pedir desculpas pela minha atitude anterior. Me desculpem.”