O Retorno da Deusa Médica romance Capítulo 269

O coração de Fernanda se apertou e ela se apressou em explicar.

“Senhora estava em uma situação muito ruim nesta manhã, com febre alta que não cedia e sem conseguir acordar. Fiquei tão preocupada que, sem outra opção, precisei procurar Adelina. Sei que ela tem preconceito tanto comigo quanto com a senhora, mas, além de pedir ajuda a ela, não sabia mais o que fazer...”

Não importava o quanto ela explicasse, Ricardo continuava com uma expressão de desagrado.

“Desde quando você passou a decidir sobre os assuntos da família Carvalho?”

Não era que ele não tivesse entendido o que aquela mulher sugerira no dia anterior, simplesmente não quisera dar atenção.

Dado o tratamento que sua mãe dispensava a Adelina e considerando o temperamento dela, era óbvio que Adelina jamais aceitaria ajudar.

Além disso, que direito tinham eles de pedir esse tipo de favor?

O rosto de Fernanda ficou um pouco pálido, e ela se sentiu injustiçada.

“Ricardo, agi assim só pelo bem da senhora, foi por preocupação...”

Beatriz, naturalmente, tomou o lado da filha.

“É isso mesmo, Fernanda pode ter agido de forma impulsiva e sem conversar com você antes, mas tudo foi pensando na sua mãe. Ela não tinha nenhum interesse próprio nisso. Ricardo, você foi um pouco duro demais, não acha? Fernanda sempre se dedicou muito, ajudando incansavelmente e cuidando de tudo. Mesmo que não tenha tido méritos, ela ao menos se esforçou bastante.”

A tia também não pôde ficar calada, olhando para ele cheia de reprovação.

“Ricardo, Fernanda só quis ajudar, como você pode culpá-la? Se há alguém a ser culpado, essa é a Adelina! Como ela pode ser tão fria, sem nenhum sentimento? Afinal, sua mãe já foi sogra dela, e mesmo assim ela se recusa a ajudar, mesmo sabendo medicina. Que tipo de pessoa faz isso?”

Enquanto criticava Adelina, ela também defendia Fernanda.

“Fernanda tem se esforçado muito esses dias, não tem pensado em mais nada além de cuidar da sua mãe, está sempre por perto, sem descanso. Se quer saber, Fernanda é uma ótima moça, você deveria agradecê-la e valorizá-la, não falar com ela desse jeito. Não percebe que isso magoa quem só quer ajudar?”

A tia falou sem poupar palavras, e ao lado dela, Fernanda interveio no momento certo.

“Senhora, por favor, não diga mais nada. Ricardo só não quer incomodar os outros, fui eu quem agiu sem pensar…”

A voz de Ricardo carregava uma nota de raiva, alta e incisiva.

“Se vocês não conseguem nem tratar uma febre, de que adianta para a família Carvalho manter vocês aqui? Não me importa que métodos usem, mas até amanhã, no máximo, ela precisa acordar, entenderam?”

Era como se nuvens escuras tivessem descido sobre o ambiente, tornando o clima pesado para todos ali.

Gustavo, nervoso, umedeceu os lábios e só pôde concordar com dificuldade.

“Entendido, faremos o possível...”

A essa altura, não adiantava dizer mais nada.

Ricardo saiu do quarto com o semblante carregado.

Só então, os demais, que mal ousavam respirar até então, conseguiram enfim relaxar um pouco.