Nicolas a observou por um momento, não respondeu e perguntou em seguida:
“Você ainda está chateada?”
Adelina respondeu com calma:
“Realmente não estou.”
Nicolas soltou lentamente duas palavras:
“Está mentindo.”
O canto da boca de Adelina se contraiu e ela não soube o que dizer.
“Já nos conhecemos faz tempo. Consigo perceber qual é o seu humor.”
Nicolas arregaçou as mangas e lhe serviu um copo d’água.
“Aquele dia eu perdi o controle das emoções, na hora…”
Ele fez uma pausa, um sorriso amargo surgiu nos lábios.
“Naquele momento, também estava incomodado com os assuntos do Grupo Sousa, estava irritado, por isso falei sem pensar. Não foi minha intenção ser rude com você. O que devo fazer para você não ficar mais chateada?”
Na verdade, Adelina realmente não estava tão irritada.
Apenas algumas palavras que Nicolas dissera da última vez a deixaram sem saber como agir diante dele.
Ela encarou o olhar dele, sorriu sem jeito e resolveu provocá-lo.
“Como você é insistente! Já disse que não estou brava. Se continuar falando disso, aí sim vou ficar de verdade!”
O clima ficou mais leve com a brincadeira dela.
Nicolas pareceu aliviado e os lábios bem desenhados se curvaram em um sorriso.
“É que fiquei com medo de você ficar magoada. Já tinha até pensado em pedir desculpas formalmente.”
“Deixe disso. Fale logo, por que me procurou?”
A comida já tinha sido servida e os dois conversaram enquanto comiam.
“Queria falar com você sobre a questão da fundação filantrópica.”
Adelina cortou o bife devagar e levantou os olhos para ele.
“Agora você tem tempo? O Grupo Sousa não está mais te dando trabalho?”
“Resolvi uma parte, então por enquanto ficou mais tranquilo.”
Nicolas não quis se aprofundar no assunto.
Pelo jeito dele, parecia que ainda não sabia do sequestro de Adelina por Beto.
Adelina abaixou os olhos e também não tocou no assunto.
“E como pretende organizar as coisas?”
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