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A luz da lua penetrava pelas fendas das cortinas, desenhando no chão um contorno suave.
A mulher estava deitada de lado na cama improvisada, dormindo de forma desconfortável, com um braço pendendo para fora, deixando parte do colo exposto, revelando uma pele brilhante e alva.
O tapete espesso absorvia completamente o som dos passos.
Ronaldo Serra aproximou-se do pequeno sofá, olhando de cima para baixo o rosto adormecido e desprotegido da mulher.
Seu olhar frio deslizou pelo nariz delicado, demorando-se um pouco nos lábios entreabertos, antes de continuar descendo, indo até o interior do decote.
Aquela visão, ele já havia explorado, mas nunca visto desta maneira.
Perguntava-se se, nestes últimos anos, alguém mais teria tocado aquele lugar.
A mera possibilidade o enchia de irritação.
"Hmm..."
A pessoa adormecida pareceu sentir algo, tremendo levemente os cílios.
No entanto, no instante seguinte, um cheiro estranho a invadiu, fazendo com que sua cabeça tombasse, mergulhando em um sono ainda mais profundo.
Ronaldo Serra guardou o pequeno frasco, inclinou-se para frente, sua respiração quente roçando a orelha fria da mulher.
"Na sua mente, sou alguém fácil de provocar? Namorado... Hah."
Ele inclinou levemente a cabeça, lançando um olhar irônico na direção da cama, e então capturou o lóbulo da orelha com os lábios, triturando-o lentamente entre os dentes, até que a pele se aqueceu e inchou, acompanhada por um gemido de dor e impotência.
"Você já contou a ele sobre as coisas que fez? Se ele soubesse, ainda gostaria de você como agora? Você deveria se considerar sortuda por ter escolhido dormir aqui esta noite, caso contrário... a punição não seria tão simples."
Dois botões do colarinho se abriram, e o nariz alto esfregou contra a pele do pescoço.
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