O Segredo da Assistente: Conflitos e Paixões do Advogado Rigoroso romance Capítulo 93

No mundo de Helena, parecia que todas as pessoas que ela tentava proteger acabavam machucadas por suas escolhas inevitáveis.

A chuva de outono era fria, e finos fios de água formavam uma grande rede cinza que envolvia toda a cidade.

Já passava das oito ou nove da noite, e apenas algumas figuras solitárias se aventuravam pelas ruas molhadas.

Num canto discreto, estava estacionado um carro preto.

O vidro de privacidade marrom isolava o interior dos olhares curiosos dos transeuntes, mas o dono do carro tinha uma visão clara do que se passava do lado de fora.

A chuva aumentava, e uma jovem mulher saía com um guarda-chuva, seguida de perto por um jovem.

O jovem caminhava sob a chuva, num estado lamentável, tentando várias vezes pegar a bolsa da mulher, chorando e gritando palavras confusas como "não vá", "não termina comigo", "eu sei que errei".

Os poucos passantes olhavam de soslaio, mas a cena parecia comum demais para causar espanto.

Um táxi chegou, a mulher abriu a porta traseira, e o jovem imediatamente avançou para bloqueá-la.

Houve um breve impasse, palavras trocadas entre a chuva, e então, algo na fala dela o fez recuar, cabeça baixa, derrotado.

A mulher passou o guarda-chuva para ele, entrou no táxi e partiu.

Essa sequência de eventos parecia uma peça muda, mas o homem sentado no carro preto assistia com grande interesse.

Ele estava reclinado no assento do motorista, as mãos unidas sobre o peito, o queixo levemente erguido, um ar de comando.

Uma música de piano tocava no interior do carro, a melodia fluente se misturando ao som da chuva lá fora.

Ronaldo Serra fechou os olhos, um sorriso de satisfação se espalhando lentamente em seus lábios, como se o desespero alheio fosse apenas mais uma nota na sinfonia de seu controle.

Tick-tock, tick-tock...

Ao entardecer, a chuva parou.

Helena Guedes estava sentada na varanda, abraçando-se.

O vidro da janela estava embaçado, e ela desenhava sem pensar com um dedo.

Seu celular não parava de tocar, todas as ligações eram de Mauro Luz.

Helena baixou os olhos, focando em um desenho de boneco de neve gordo que acenava para ela com um cone de sorvete na embalagem.

"Ah..."

"Por que está rindo? É realmente bom."

"Sim, obrigada."

Após se satisfazerem com a comida e a bebida, Yasmin levou-a para uma sala de SPA, onde as duas desfrutaram de uma sessão completa de massagem, lado a lado, em silêncio relaxante.

Após a massagem, veio a sessão de cinema.

Na sala escura e aconchegante, os filmes passavam um após o outro, e Helena Guedes, meio adormecida, oscilava entre a vigília e o sono.

"Hey, acorde."

"Hum?"

Ela esfregou os olhos e viu Yasmin Carneiro ao seu lado, segurando dois casacos longos de penas.