O Sobrenome Dela, o Amor Dele romance Capítulo 161

Quem poderia imaginar? O grande senhor Ayala, chefe da poderosa família Ayala e referência máxima no mundo financeiro, estava agachado sozinho no banheiro, lavando a própria roupa de cama!

Se alguém de fora visse essa cena, quem acreditaria?

Felizmente, apesar de não haver máquina de lavar nem sabão naquele quarto, havia uma secadora disponível.

Do contrário, teria sido bem complicado resolver.

Assim que terminou de lavar o lençol, Israel Ayala ainda tomou uma chuveirada fria por mais de meia hora, só então conseguiu se livrar um pouco do calor intenso que sentia por todo o corpo.

Enquanto isso, no primeiro andar, Montserrate já estava sentada à mesa tomando café da manhã.

Ela olhou para o relógio na parede, intrigada:

— Eu me lembro que o Israel voltou ontem à noite, não foi?

O mordomo deu um passo à frente, respondendo respeitosamente:

— A senhora está certa, senhorita Montserrate, o senhor Ayala voltou sim.

— E onde ele está? — Montserrate continuou — Normalmente, a essa hora, ele já estaria aqui embaixo tomando café.

Mas naquela manhã, Israel Ayala estava ausente da sala de estar.

Isso deixou Montserrate muito confusa. Ela conhecia bem seu filho. Israel Ayala era alguém extremamente disciplinado, jamais chegava atrasado ou saía mais cedo. Mesmo cansado, sempre se levantava antes das oito e meia.

Agora, porém, já estava quase dando nove horas.

O mordomo sorriu e disse:

— A Néria comentou que o senhor Ayala quis dormir um pouco mais hoje.

Dormir mais?

Montserrate franziu levemente a testa:

— Ele não ficou doente há pouco tempo? Será que está passando mal de novo?

Preocupada com o pensamento, Montserrate largou os talheres:

— Melhor eu subir para ver como ele está.

O mordomo acompanhou Montserrate até o elevador. Quando chegaram, as portas se abriram e Israel Ayala saiu de lá.

Montserrate segurou imediatamente a mão do filho:

— Israel, está tudo bem? Não está sentindo nada?

Israel Ayala parecia exatamente o mesmo de sempre: sereno, reservado, com sua habitual elegância. Ninguém jamais o associaria a alguém que lavou lençóis de madrugada.

— Estou bem — respondeu Israel Ayala, curioso. — Por que a pergunta repentina?

Montserrate insistiu:

— Então por que acordou tão tarde hoje?

Se Montserrate não tivesse feito essa pergunta, tudo ficaria bem. Mas, ao ouvi-la, Israel Ayala se lembrou do sonho da noite anterior, apressando-se em controlar os pensamentos confusos e respondendo à mãe:

— Não é nada, só ando um pouco cansado, por isso dormi mais.

— Mãe, é que talvez eu esteja sem tempo durante o dia.

— Vai arrumar tempo, sim! — Montserrate largou os talheres e advertiu: — Não me faça usar um provérbio para te dar uma bronca!

Israel Ayala ficou sem palavras.

Assim que terminou o café da manhã e saiu, Beatriz Quiroz apareceu à sua frente.

— Israel.

Israel Ayala franziu levemente a testa, como se não visse Beatriz Quiroz, e passou direto por ela.

Mesmo ignorada, Beatriz Quiroz não se desanimou; rapidamente acompanhou os passos dele:

— Israel, pra onde vai? Meu carro quebrou hoje, pode me dar uma carona?

— Não! — Israel Ayala parou, pouco paciente, falando com frieza: — Beatriz Quiroz, é importante ter noção de si mesma. Já deixei tudo bem claro, por favor me mantenha distância.

Os olhos de Beatriz Quiroz se encheram de lágrimas por um instante. Ela perseguia Israel Ayala há anos, mas o coração dele continuava frio como uma pedra.

Dizem que para uma mulher conquistar um homem basta um pequeno esforço, mas por que com ela não funcionava?

Ainda assim, ela não podia desistir agora.

Israel Ayala só não aceitava porque ainda não havia se dado conta de seus próprios sentimentos. Ele não era frio só com ela, era assim com todas as mulheres.

Um dia, quando ele se abrisse, certamente seria tocado por sua dedicação.

Olhando na direção por onde o carro de Israel Ayala desaparecia, Beatriz Quiroz sentiu-se cheia de confiança.